Começam as aulas da SP Escola de Teatro

Metro

seg, 22/02/2010 - 8h18 | Do Portal do Governo

200 alunos iniciaram trajetória de artistas aprendizes em aula inaugural comandada por Zé Celso 

Cursos regulares terão dois anos de duração

Inaugurada em 25 de novembro do ano passado, a SP Escola de Teatro deu início às aulas de sua primeira turma no último sábado (20), quando 200 alunos – ou artistas aprendizes, como prefere chamar a direção da instituição pública de ensino de artes cênicas – foram recebidos em clima de celebração. Algo que foi reforçado com a chegada de Zé Celso para ministrar uma aula inaugural, em que o diretor, ator e autor teatral contou histórias e reforçou a proposta pedagógica da escola, que sugere que mestre e aprendiz estejam em um mesmo nível de diálogo. “Quando o ator chega a uma certa maturidade, ele quer passar o que ele sabe e receber daquele que não sabe ou que sabe o insabido, que sabe o tempo, que sabe 2010. Porque a juventude tem a sabedoria do tempo”, disse Zé Celso durante sua aula.

Essa intenção de troca e coletividade é a base do formato dos cursos idealizados por profissionais de destaque da cena teatral paulistana, como Ivam Cabral, um dos fundadores do grupo Satyros e diretor artístico da SP Escola de Teatro. Por esse motivo, foi escolhida uma forma bastante curiosa para iniciar as atividades do sábado: todos os artistas aprendizes prepararam seus próprios pães, algo que possuía um significado mais profundo na visão de Cabral: “Os pães introduzem essa ideia coletiva. Além de ter um lado espiritual, também significa trabalhar junto. Podemos produzir com as próprias mãos”, explica.

O site www.spescoladeteatro.org.br traz mais informações sobre os cursos regulares da SP Escola de Teatro, que foram divididos em oito áreas: atuação, cenografia e figurino, direção, dramaturgia, humor, iluminação, sonoplastia e técnicas de palco.

Ivam Cabral: ‘tem que ser um projeto vivo o tempo inteiro’

Um dos entusiastas para a criação da SP Escola de Teatro foi Ivam Cabral, do Satyros, que assumiu a direção da escola. Durante o primeiro dia de aulas, ele contou sobre os planos para o futuro da instituição. A criação da escola foi um processo coletivo, que envolveu profissionais de diferentes grupos teatrais.

Como surgiu a ideia de criar a escola?
Surgiu de uma conversa com José Serra, que é um espectador de teatro. Ele soube que a gente, dos Satyros, fazia um trabalho de formação de técnicos de teatro no Jardim Pantanal. E tinha um prédio vazio na praça Roosevelt. Ele então perguntou o que a gente achava de pensar em algo para ocupar aquele prédio. A gente entendeu que não era um projeto para o Satyros, e sim para a cidade e para a comunidade teatral. Então começamos a chamar as pessoas que a gente achava mais interessantes em cada área.

Qual o principal desafio para o futuro da escola?
Nossa principal preocupação é conseguir manter sempre a excelência da formação. Não podemos cair nos vícios da educação. Não encaretar. Não cimentar. Tem que ser um projeto vivo o tempo inteiro. Os cursos de diferentes áreas terão atividades conjuntas?

Vocês vão montar peças com os alunos? Como vai ser esse trabalho?
Sim. O projeto pedagógico da escola é sistêmico, em que as áreas se juntam o tempo inteiro. A ideia é sempre trabalhar junto.