Cirurgia plástica reparadora já é realidade nos hospitais de SP

Diário de S. Paulo - São Paulo - Terça-feira, 19 de outubro de 2004

qua, 20/10/2004 - 10h40 | Do Portal do Governo

Luciana Sobral

Até 20 anos atrás pouco se fazia pelos pacientes que ficavam com seqüelas de queimaduras, acidentes e tumores. As cicatrizes das cirurgias reconstrutivas eram grandes, as operações longas e sofridas e o resultado estético, muitas vezes, insatisfatório. Agora, a história é bem diferente. Além de haver um númeor bem maior de técnicas (cerca de 4 mil atualmente), mas o acesso às chamadas plásticas reparadoras está mais fácil.

Hoje, estes procedimentos fazem obrigatoriamente parte do tratamento de traumas – sejam eles decorrentes de acidentes ou violência -, de doenças como câncer de mama e de malformações congênitas. Por conta disso, diversos hospitais públicos (veja lista com 14 nomes) e mesmo convênios médicos já cobrem a operação.

A boa notícia é que embora exista fila em alguns serviços, como no Hospital São Paulo (HSP), o paciente consegue corrigir boa parte das deformidades. ‘Claro que ainda não podemos falar em uma recuperação 100%, mas o resultado já é bom’, afirma o cirurgião plástico Luiz Eduardo Felipe Abla, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O HSP e o Hospital das Clínicas são os únicos serviços públicos que fazem todo tipo de cirurgia reparadora na Capital. Só para se ter uma idéia, o HC faz 200 operações por semana. ‘Acabamos com a fila recentemente, mas resolvemos os casos mais graves ou aqueles que não têm tratamento em outros centros’, diz Marcus Castro Ferreira, chefe da divisão de cirurgia plástica do HC.

O hospital realiza, por exemplo, transplante de músculo para casos de paralisia facial. ‘Já fizemos 2 mil operações do tipo. É uma técnica que visa restabelecer a parte funcional do rosto, ou seja, o movimento’, diz Ferreira, lembrando que o procedimento, praticamente restrito ao HC, é um dos grandes avanços da área.

Já a reconstrução mamária, após mastectomia (retirada da mama por causa de um tumor), é feita em vários hospitais, que incluem Pérola Byington e Brigadeiro. Dependendo do caso, o médico reconstrói a mama com implante de silicone ou com tecidos do corpo da paciente.

‘Uma técnica que está sendo mais usada é a do expansor. É utilizada quando a mulher não tem pele suficiente para se colocar um implante e se obter um formato adequado ao seio’, diz o cirurgião plástico Eduardo Fakiani, do Hospital e Maternidade São Luiz.

A diretora de escola Maria Cristina Figueiredo, 54, passou por esse procedimento após descobrir um câncer na mama, há quatro anos. ‘Acho a cirurgia reparadora fundamental para a recuperação da mulher. Fiquei tão preocupada com a minha que até esqueci um pouco do câncer’, conta. Já a artista plástica Hanna Henriette Brandt, 81, passou pela reconstrução da mama há 11 anos. No seu caso, os médicos usaram tecidos do abdome. ‘Fiz a cirurgia em três etapas. Acho que hoje é tudo diferente.’

Hospitais públicos que oferecem a cirurgia plástica reparadora

Capital

  • Hospital Pérola Byington – tel. (11) 3242-3433
    O que faz: Reconstrução de mama com tecidos próprios ou com implante de prótese de silicone e mamoplastia redutora (seios muito grandes que causam problemas na coluna)

  • Hospital Ipiranga – tel. (11) 6167-7799
    O que faz: Correção de seqüelas de acidentes (cicatrizes e retração – mais comuns na região da face) e tratamento cirúrgico de câncer de pele

  • Hospital Heliópolis – tel. (11) 6914-8611
    O que faz: Reconstrução de mama e dermolipectomia (cirurgia feita na região do abdome – após a redução do estômago)

  • Hospital Geral de Vila Penteado – tel. (11) 3976-9911 e 3976-3192
    O que faz: Especializado em queimados. Correção de seqüelas de queimaduras e retirada de tumor cutâneo (pele)

  • Hospital Estadual do Mandaqui – tel. (11) 6281-5000
    O que faz: Enxerto de pele e retalho cutâneo (pele) e miocutâneo (músculo)

  • Hospital das Clínicas de São Paulo – tel. (11) 3066-3000
    O que faz: Praticamente todos os procedimentos da cirurgia plástica reparadora

  • Hospital Brigadeiro – tel. (11) 3284-9111
    O que faz: Fissura da fenda palatina (boca) e reconstrução de mama

  • Hospital do Tatuapé – tel. (11) 6191-7000
    O que faz: Reconstrução da mama

  • Hospital São Paulo – tel. (11) 5576-4000 e 5576-4522
    O que faz: Praticamente todos os procedimentos da cirurgia plástica reparadora

    Grande São Paulo

  • Hospital Geral de Diadema – tel. (11) 4044-4637
    O que faz: Correção de seqüelas de queimadura e retirada de tumor cutâneo (pele)

  • Hospital Estadual Mário Covas (Santo André) – tel. (11) 6829-5000
    O que faz: Reconstrução de cabeça e pescoço, reconstrução de mama e malformação congênita

  • Hospital Geral de Pirajussara (Taboão da Serra) – tel. (11) 4138-9400
    O que faz: Correção de seqüelas de queimadura, enxerto de pele e retirada de tumor cutâneo (pele)

    Interior

  • Centrinho – Hospital de Reabilitação de Anomalias Crâniofaciais – tel. (14) 3235-8139
    O que faz: Correção de anomalias congênitas como lábio leporino, fenda palatina, etc.