As medidas para ‘salvar’ Congonhas

Jornal da Tarde - Sábado, 28 de julho 2007

sáb, 28/07/2007 - 12h14 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

Depois das 199 mortes em Congonhas, o governador José Serra (PSDB) sugeriu um conjunto de obras por R$ 3,380 bilhões até 2010 para resolver o problema do aeroporto mais movimentado do País. A sugestão, bem recebida pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que tem carta branca do Presidente Lula para resolver a crise aérea, será analisada pelo Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac).

O governo estadual entraria com R$ 1,5 bilhão e a União, com R$ 580 milhões. O restante (R$ 1,3 bilhão) é esperado da iniciativa privada, por meio de Parcerias Público-Privada. O dinheiro será aplicado em reformas de expansão dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas, e na construção de transporte metroviário para conectar ambos à Capital.

Como resultado, Nelson Jobim espera que Congonhas tenha redução de 7 milhões de passageiros por ano. Hoje, são 18 milhões frente a uma capacidade de 12 milhões. A medida anunciada reafirma a decisão tomada pelo Conac, na semana passada, que pretende fazer Congonhas ‘voltar a ser um aeroporto de vôos diretos ponto a ponto, e não escala e conexões’, disse ele.

No entanto, nenhuma das medidas é de curto prazo, conforme explicaram as autoridades ontem. Serra demonstrou otimismo e afirmou que os trem até Cumbica e Viracopos podem estar prontos em 2010 ‘se tudo for feito depressa’. Enquanto isso, Jobim anunciou que também se examina transferir, para o aeroporto de Jundiaí, ‘o máximo possível da aviação geral (táxi aéreo e fretados)’. Ele frisou que a medida se aplicaria a ‘parte’ da frota, ‘para reduzir o uso e otimizar a segurança’.

Ainda apoiado na premissa de priorizar a segurança, Jobim deu a entender que qualquer conflito entre o Plano Diretor do entorno de Congonhas e as medidas anunciadas já tem resultado a favor do governo. ‘Se é essa situação tem que haver reajuste.’

As autoridades do setor aéreo pretendem ainda estudar a viabilidade da terceira pista do aeroporto de Guarulhos e reestudar a malha aeroviária, que é definida pelo Conac e distribuída pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo o novo ministro da Defesa, uma reunião com os dois órgãos já está marcada para segunda-feira.

Serra foi otimista sobre as medidas para resolver, a médio prazo, a saturação que acomete Congonhas há anos e pode ter sido indiretamente responsável pelo acidente do vôo JJ3054. ‘Estamos muito esperançosos sobre o ministro, que é um homem preparado e competente e sabe se aprofundar nos problemas’, disse o governador. Nelson Jobim, que ontem passou a manhã visitando a pista de Congonhas, entrou no prédio da TAM Express e até no IML, se limitou a dizer que a tragédia ‘é rigorosamente impactante, e demanda não palavras, mas ações’.