Alunos aceleram nos EUA

Jornal da Tarde - Sábado, dia 3 de junho de 2006

sáb, 03/06/2006 - 11h02 | Do Portal do Governo

Estudantes da USP e Mauá representaram o País no SAE Mini Baja 2006

LUCAS LITVAY, lucas.litvay@grupoestado.com.br, ENVIADO ESPECIAL, Elkhorn (EUA)

Alunos de engenharia mecânica de sete países disputaram na semana passada a etapa Midwest do SAE Mini Bajas, evento que reúne pequenos veículos off-road totalmente feitos pelos estudantes. Apenas o motor, de 10 cv, é fornecido pela organização. Dos 115 carros que disputaram o título de 2006, havia dois brasileiros (USP S.Carlos e Mauá). Campeões da etapa nacional, eles foram convidados pela SAE Brasil para participar da prova nos EUA.

Os carrinhos, que atingem até 50 km/h e pesam cerca de 200 kg, são avaliados em diversos critérios como conforto, design e aceleração. No último dos três dias de competição eles são submetidos a um esforço extra: enfrentam um enduro numa pista recheada de obstáculos onde não faltam lama e pedra. A maioria, no entanto, não recebe a bandeira quadriculada.

O público é formado principalmente por familiares dos estudantes e espalha-se na grama ao redor da pista. Muitos levam câmeras e registram os saltos dos carros. Já os integrantes das equipes correm para sanar os problemas que surgem. Por quatro horas esse é o cenário de um campo encravado numa cidadezinha do estado de Wisconsin.

“O nosso carro é leve e compacto. Isso traz agilidade”, explica Álvaro Costa, professor de engenharia da USP. E esse conceito foi fundamental na corrida. O modelo, que carregava as cores da bandeira nacional, ultrapassava sem dificuldade os adversários. Largando no último pelotão, devido a um problema na transmissão ocorrido na véspera, o veículo terminou o enduro em quarto.

O carro da Mauá era outro que não temia os rivais pesados e com imensos entreeixos. Nas subidas ele passava sem esforço. Dezenas de modelos americanos passeavam pela pista que a cada volta ficava ainda pior. “Os carros das universidades brasileiras são extremamente ágeis. Servem como inspiração”, diz Jeff Roydis, da Universidade do Sul da Flórida. E não era difícil ver a fascinação que os carrinhos nacionais exerciam nos estudantes americanos. Eles fotografavam os veículos e tiravam dúvidas de projeto com os brasileiros.

Prova finalizada, pontos contados. O resultado foi anunciado em um centro de convenções. A universidade de Oregon levou o título de 2006. O carro de São Carlos ficou em quinto. Na prova de aceleração, porém, foi imbatível. O modelo da Mauá finalizou o torneio em 24º.

“Essa competição é uma vitrine para o estudante. A indústria, tanto no Brasil como de fora, fica de olho no desempenho dos alunos”, diz Alfredo Bernardini, professor da Mauá. O aluno do último ano da faculdade, Alexander Veigantt, por exemplo, teve sua passagem paga pela DaimlerChrysler, empresa na qual trabalha. “A maioria dos formandos está empregada no setor.”

VIAGEM FEITA A CONVITE DA SAE BRASIL