“Se o remo continuar a abrir as portas para mim, eu vou abraçando todas”

Ione Amorim, ex-paciente de câncer e participante do projeto Remama

“Quando comecei o professor falava que eu tinha um remo contemplativo. Porque para mim, entrar aqui é realmente uma contemplação, um momento de conexão, agradecimento. Todos os dias acordo para isso e tenho uma paixão enorme por remar. Já remo em todas as categorias e não me sinto diferente de ninguém. Estou curada e me sinto curada.

Sou de uma família predominantemente de mulheres. Minha mãe tem seis irmãs e eu tive o primeiro caso de câncer na família. Quando recebi o diagnóstico de câncer de mama foi como um soco no estômago. Foram seis meses de quimioterapia. Eu sabia que era necessário e isso foi o que mais me deu forças, com minha família ao lado, e que aquilo ia passar. Me apoiei, rezei muito, tive acolhimento do hospital com um tratamento humanizado e tenho um grande respeito e admiração por todos do Icesp.

Logo que deixei o hospital eu ouvia que não teria mais os mesmos movimentos, que não poderia carregar peso e tinha uma sensibilidade no braço. Depois que comecei a remar meu braço articula 100% para todos os lados e recuperei a sensibilidade.

Agora, eu comemoro aniversário no dia 2 e 3 de maio. No dia 2 porque eu fiz a cirurgia e ganhei a segunda chance para viver, e no dia 3 porque foi o dia em que nasci mesmo. Se o remo continuar a abrir as portas para mim, eu vou abraçando todas que vierem.

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Ione Amorim, 54 anos, economista e pesquisadora. Apaixonada pelo esporte e por uma vida saudável. Ela participa do projeto Remama, iniciativa do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) em parceria com a Rede de Reabilitação Lucy Montoro e o Centro de Práticas Esportivas da USP  que auxilia na reabilitação de mulheres com câncer.

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Do Portal do Governo do Estado