Pela primeira vez um brasileiro está relacionado ao Prêmio Nobel. Graças à vasta experiência em estudos de aquecimento global, clima, agricultura e solo, o pesquisador Carlos Clemente Cerri, 61 anos, passou a integrar o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde 1993, ele é um dos 2 mil cientistas do mundo e um dos dez brasileiros integrantes do Painel. Como o IPCC e o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, venceram o Prêmio Nobel da Paz 2007, o brasileiro foi um dos escolhidos pela presidente do Painel para receber o certificado do Prêmio Nobel da Paz 2007, como forma de partilhar a conquista do mérito.
Professor e pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), Cerri diz que recebeu a homenagem com enorme satisfação. “É um prêmio muito importante para a nossa profissão e uma honra estar relacionado com essa equipe”. O Prêmio Nobel distingue anualmente ações notáveis nas áreas de Química, Física, Medicina e paz. O IPCC é considerado a principal autoridade científica sobre aquecimento global. Cerri conta que quase todos os números e informações divulgados no documentário de Gore, Uma verdade inconveniente, provêm do IPCC.Aquecimento global – Como representante da ONU, o cientista faz palestras sobre os problemas do aquecimento global em todo o mundo. No Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), também da USP, desenvolve estudos relacionados ao setor de solos e agricultura. É professor titular da USP e dá aulas de Agricultura e mudanças climáticas e de biocombustíveis e mudança global para a pós-graduação. Em casa, tem uma família dedicada à agricultura. Sua esposa também estudou na Esalq. Seus dois filhos são formados em agronomia, com doutorado em agricultura.
Avô de três “netinhas maravilhosas e lindas”, diz aproveitar a vida em família. Gosta de “passar horas alegres” na chácara da família brincando e se divertindo. Lá se “conecta ao fio terra para descarregar a energia”. Madrugador, às 5h30 já está de pé para fazer as pesquisas e os trabalhos intelectuais antes de chegar à Esalq, às 8 horas, e cuidar de tarefas administrativas.
Da Agência Imprensa Oficial
