Alckmin discursa sobre modernização de Hospitais Universitários do Estado de São Paulo

São Paulo, 28 de setembro de 2012.

sex, 28/09/2012 - 16h35 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos. Estimado do professor Giovanni Guido Cerri, secretário do Estado de Saúde, professora Linamara Rizzo Battistella, secretaria do Estado dos Direito das Pessoas com Deficiência; professor Eleuses Paiva deputado federal; professor José Otávio Costa Auler Júnior, diretor aqui da Faculdade de Medicina; professora Luíza Bonfá, diretora clínica do HC; nosso reitor Flávio Fava de Moraes, diretor da Fundação da Faculdade de Medicina da USP; professor José Augusto Alves Otaviano, diretor geral da Faculdade de Medicina de Marília, doutor Marcos Fumio Koyama, superintendente do HC; Irmã Maria Thereza Lorenzzoni, diretora financeira do Hospital Santa Marcelina; professor Adib Jatene, ex nosso segundo-ministro; diretores, professores, corpo clínico, colegas.

Dizer da nossa alegria de hoje estarmos aqui, para liberarem quase meio bilhão, 452 milhões e 800 mil reais, totalmente para hospitais universitários. O José Otávio foi lá ao fundo do baú achar o discurso do Ademar de Barros, que era urologista médico. E a palavra dele é extremante atual, com duas agravantes, não é? Uma que naquele tempo o Brasil, demograficamente, era um país jovem, uma pirâmide demográfica de base larga, muito jovem e poucos idosos. E hoje nós somos um país maduro, caminhando para ser um país idoso, que é muito bom, que é a tendência de todo mundo desenvolvido, as pessoas viveram mais e com melhor qualidade de vida.

Mas isso implica mudança em políticas públicas importantes, e aumento dos recursos para a saúde. E o fato de que a medicina também se sofisticou muito. Ficou mais cara, mais complexa e, portanto, demanda mais financiamento. E a sua palavra foi complementada pelo Eleuses, que colocou bem a questão do financiamento da saúde, ou seja, o que a gente percebe, é o governo federal saindo do financiamento do SUS. É só reajustar a tabela do SUS, ir ganhando tempo, tudo sobe todo ano, salário, água, luz, remédios, segurança, alimento, equipamento, vai caindo fora. Então, o governo federal participava com 60% do financiamento do SUS, há 12 anos, hoje participa com 45%.

E a saúde esmagada dentro da seguridade social. O orçamento do ministério da saúde é 72 bilhões, o déficit dos servidores públicos federais é 52 bilhões por ano. E o déficit da previdência do INSS é em torno aí de quase 50. Só o déficit dos dois dá mais de 100 bilhões. Então, o governo federal gasta para cobrir o buraco da previdência federal e da previdência do INSS 50% a mais, só para cumprir o déficit, porque investe na saúde de 200 milhões de brasileiros, óbvio que não é fácil. Somado a isso, independente se eu fico com o professor Nelson Panza, o professor da Santa Casa, foi presidente da Associação Medica Brasileira, e ele falou: “Olha, eu estou consultando lá na sua região do Vale do Paraíso, eu sou dermatologista, e o que eu observo? É tudo CPF, o que é CPF? Chuta para frente. Vocês, médicos, grande parte sem residência médica, medo de processo, e empurra para frente, vai, chuta para frente. Está tudo no SUS”. Então a resolutividade baixíssima, só pedido de exames e coisas complementares, custo muito elevado, o coitado do doente, chuta para cá, chuta para lá, vai para lá, vai para cá, baixíssima resolutividade. Então, uma outra questão além do financiamento.

Por isso que nós estamos aqui liberando esses recursos. Não é para fazer nada novo. Todo mundo gosta de fazer o seu prédio, não é, pôr a sua placa: “Sou aqui o dono de tal coisa”. Não, nós estamos investindo só no que existe, para recuperar, para não ter ociosidade, para atualizar, modernizar. Então, esses R$ 452 milhões é só para hospital universitário, porque vai ajudar a formar profissionais capacitados, preparados para atender com qualidade, resolutividade, a população. Então, no Hospital das Clínicas, aqui no HC, são R$ 137,7 milhões. O professor Giovanni falou lá de Suzano, lá tem o Hospital de Retaguarda, nós vamos ampliar o Hospital de Retaguarda, mais 30 leitos, e ter, do lado, o hospital aberto à população, de mais 121 novos leitos ali no Alto Tietê.

No INCOR, o Bloco Três, a parte de emergência, Centro de Terapia Intensiva, o Instituto de Radiologia, unidade especial para obesos, prédio de ambulatórios, enfim, um conjunto de investimentos aqui no complexo do HC. E estamos preparando uma PPP para cinco hospitais, um aqui no HC, que é de oftalmo e otorrino, nessa PPP que já está quase pronta para ser lançada; um em São José dos Campos, que é a sétima maior cidade do estado, não tem um leito estadual; Sorocaba, que tem um crescimento vertiginoso; Vale do Ribeira, Registro, que é uma região pobre, aqui no Hospital das Clínicas, oftalmo e otorrino; e o Pérola Byington, que está em um prédio bastante antigo e alugado. Então, nós, em vez de reformá-lo, o prédio alugado, vamos fazer o Pérola Byington lá na região da Nova Luz, ajudar também a revitalizar o centro expandido aqui de São Paulo. Então, uma PPP será aqui no HC.

Depois, nós temos o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, outro hospital universitário importante, investimentos no HC de lá, na Mater, que é o Centro de Referência da Saúde da Mulher, no Hospital Estadual de Serrana, que é uma retaguarda para Ribeirão Preto, inclusive também na área cirúrgica, e no Hospital da Criança. Depois, no Hospital de Base de São José do Rio Preto, que também é um hospital universitário importante. Até tivemos, lá em Rio Preto, novos leitos e vagas de UTI, ampliação de centro cirúrgico, centro de imagem, enfim, investimento importante. O outro, Botucatu, também o Hospital Universitário da Unesp, praticamente R$ 50 milhões, e aí grande parte no ambulatório de especialidades, além dos investimentos em UTI, UTI Neonatal, centro cirúrgico, enfermaria vascular, centro de fertilidade. O Hospital das Clínicas de Marília, que é um hospital universitário da Famema, da Faculdade de Medicina lá de Marília, são quase R$ 60 milhões na reforma, melhoria, modernização, novos equipamentos. O Hospital Universitário de Taubaté, o mais modesto, aqui, R$ 20 milhões.

Nós temos o hospital estadual e o HU, o Hospital Universitário, em situação quase fechando. Então, nós estamos integrando os dois hospitais, o regional e o HU, e vamos investir para recuperar e ter um complexo hospitalar onde um não compete com o outro, mas um complementa o outro. Além da Santa Casa, o Hospital São Paulo, investimento de R$ 77 milhões, pronto-socorro, centro de material esterilizado, centro obstétrico, serviço de nutrição dietética, lavanderia, readequação de UTI, setor de radioterapia, prédio, modernização de elevador, R$ 77 milhões para o Hospital São Paulo, e a Santa Casa de São Paulo, que também é um Hospital Universitário.

Enfim, um esforço, aí, raspando o fundo do tacho, para a gente dar uma boa recuperada nos nossos hospitais universitários. E aqui, como foi bem dito, vai ampliar a assistência à população que precisa, vai ajudar a formar bons profissionais para a área de saúde e atuar também na pesquisa. Então, são três benefícios simultâneos que a gente consegue com essa etapa. Muito feliz em vir aqui à escola. Eu tinha um colega, em tempo de faculdade, que dizia: “O meu sonho é vestir a batina”, ele queria ser professor, não é? Então, é sempre uma alegria, é sempre um estímulo para a gente vir. E ainda mais em uma escola como essa, que fica dentro da Universidade de São Paulo, um grande centro de formação profissional. No tempo de estudante, a gente passava aqui na frente, o olho até brilhava de admiração.

E ficamos felizes de estarmos juntos aqui fazendo mais um esforço para que as nossas instituições, que são modelos para o Brasil, que atendem o nosso país, possam avançar ainda mais. Bom trabalho a todos.