Alckmin discursa durante comemoração do Dia Internacional do Idoso

São Paulo, 1 de outubro de 2012.

seg, 01/10/2012 - 15h56 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia. Dizer da alegria de comemorarmos juntos aqui o 1º de outubro, Dia do Idoso, aqui no CRI, esse modelo de centro de referência para os idosos. Cumprimentar o secretário de estado da Saúde, o professor Giovanni Guido Cerri; o secretário do estado do Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia; o secretário de estado do Esporte, o Eduardo Anastasi; o deputado Celino Cardoso; o Carlos André Uehara, diretor executivo aqui do CRI Norte; a Marly Cortez, que preside o Conselho Estadual do Idoso; o José Luís, superintendente da associação, congregação de Santa Catarina, nossa parceira aqui, a OS; a Magali Proença, diretora do Conjunto Hospitalar aqui do Mandaqui, amigas, amigos.

Primeiro, uma boa notícia, aqui, para a gente comemorar o Dia do Idoso. Nós estamos vivendo mais ou menos? Em São Paulo, a gente está vivendo mais ainda. Aqui em São Paulo, nós chegamos lá longe. Então, acabou de sair à pesquisa da Fundação Seade. No ano 2000, no estado de São Paulo, a expectativa média de vida dos homens era 67 anos de idade, e, no Brasil, 66 anos de idade. As mulheres, o criador foi mais generoso com as mulheres, então, em 2000, 76, em São Paulo, e, no Brasil, 74. São Paulo sempre mais que a média brasileira. E no total, então, nós tínhamos, no Brasil, 70 anos e, em São Paulo, 71,5.

Dez anos se passaram. Então, agora, a pesquisa de dez anos depois, 2010. Os homens, que viviam 67 anos, passaram para 71,5, é um pulo, não é? 71,5, em média, é claro que tem uma turma que vai muito mais longe, mas pulou para 71,5. O Brasil, que era 66, pulou para 69; São Paulo, 71,5. As mulheres, que eram, no estado de São Paulo, 76, foram para 78,58, subiu mais ainda. E, no Brasil, de 74, pulou para 77.

Está melhorando a média, aqui. Aliás, esse é um fato interessante. Quando a gente fala assim, São Paulo, expectativa de vida, 71,5, aliás, 75, a expectativa de vida média, em São Paulo, as mulheres mais, e o Brasil 73, claro que é média, porque morre muito jovem no fim de semana, desastre de automóvel, motocicleta, tiro. Então, quem passa dos 30 anos, essa média é muito maior, muito mais alta, aqui computa a média, a expectativa de vida média ao nascer. Então, quem passa dos 30, sai da vulnerabilidade juvenil, aí vai para bem mais de 80, mas a média geral é essa.

Então, nós estamos vivendo mais. Isso é um fenômeno mundial. E nós queremos que São Paulo seja um estado amigo do idoso. São dez políticas públicas para São Paulo ser um estado amigo do idoso, um conjunto de medidas. A melhor maneira de a gente comemorar o Dia do Idoso é trabalhando juntos, não é? Então, nós assinamos aqui a lei que cria o Fundo Estadual do Idoso, que a gente vai por dinheiro lá. O recurso só para usar para políticas com os idosos. Então, que recurso? Do Estado, do Governo Federal, dos municípios, imposto de renda. Quem vai pagar imposto de renda, pessoa física, 6%, ao invés de pagar imposto de renda pode dar para o Fundo, ele não vai gastar nada. Ao invés de pagar imposto de renda, ele deposita no fundo, até 6% de imposto de renda. E pessoa jurídica 1%. Uma empresa tem que pagar muito imposto de renda e a gente vai lá e olha, dá 1% para o Fundo dos idosos. Então, nós vamos procurar já no fim do ano já recursos para o Fundo Estadual do Idoso. Esse é o projeto de lei que nós estamos sancionando.

Depois um conjunto de medidas, o Centro de Convivência do Idoso. Estão faltando uns 100, Rodrigo? Nós temos 645 municípios e aquele salão que de dia tem programa de geração de renda, têm jogos, à noite tem baile, faltam ainda uns 120 municípios para gente completar em todo o estado os centros de convivência dos idosos. Depois nós vamos fazer nas cidades acima de 100 mil habitantes, 50 mil habitantes, 100 centros dia. O Centro Dia, o idoso passa o dia lá, só não dorme, mas ele passa o dia todo e tem toda a assistência. Então são 100 Centros Dia, que serão construídos.

Nós teremos também seis hospitais de retaguarda, então tem mobilidade reduzida, precisa de cuidados. Já vamos inaugurar este ano dois: Ipuã e Pedregulho. Então, um hospital com cuidadores, com profissionais, com médicos, enfermagem, enfim, para cuidar de quem precisa, são seis hospitais ao todo. Depois cinco CRIs iguais a este aqui. Vamos fazer mais uma em São Paulo e quatro: Um em Ribeirão Preto, um em Santos, um em Santo André e um em Campinas; e mais um ou dois aqui em São Paulo. Então, o CRI que é centro de referência completo para os idosos.

Depois curso de cuidadores de idosos. Desde o curso mais rápido até enfermagem de alto padrão. Então, cursos completos aí, inclusive com uma boa parceria com a Universidade de São Paulo, com a USP. Vamos ter até um centro de formação na USP Leste, aqui na zona leste de São Paulo. Depois a carteirinha: Melhor Idade Ativa. Nós devemos lançar aí dentro de 60 dias. As academias de ginástica têm muita ociosidade; às vezes à tarde, de manhã, o pessoal está trabalhando, então fica meio vazio. Então, nós vamos pagar para o idoso ter a carteirinha e ele poder utilizar a academia. Então, nós vamos começar, já que a gente não pode fazer para todo mundo.

Um fato interessante: O cigarro, o cigarro mata 2,4 milhões de pessoas por ano no mundo. O sedentarismo, o fato da gente não mexer o corpo, mata 2,8 milhões. Então, é importante mexer o corpo, não é? Andar, fazer ginástica, ter um acompanhamento, então nós vamos ter a carteirinha Melhor Idade Ativa. Um programa da Secretaria de Turismo, que é o programa Melhor Viagem em São Paulo. Então, nós vamos ter os ônibus e fazer programas para viagens. E estamos colocando na licitação dos ônibus, porque o ônibus da cidade o idoso já não paga, correto? Aqui tem a carteirinha, aliás, começou com o nosso querido Mario Covas, prefeito de São Paulo. Mario Covas que instituiu. Mas às vezes o idoso ele quer ir visitar uma cidade, ele quer visita uma pessoa da família, pessoa amiga. Então, nós vamos reservar agora no ônibus intermunicipal. Vai para Santos, vai para Campinas, vai para Ribeirão Preto, duas vagas. Então tem dois assentos gratuitos. Aí a pessoa se inscreve, se naquele ônibus não tem, marca no outro. Mas todo o ônibus vai ter que ter dois assentos gratuitos para os idosos.

Enfim, então saúde que é importante, saúde, cuidadores de idosos, profissionais capacitados centros de convivência para você. Aí as entidades sociais, prefeituras administram. Centro Dia é uma estrutura mais sofisticada. O Centro de Convivência do Idoso tem 200 metros quadrados. O Centro Dia já tem 400 metros quadrados; é mais elaborado. O CRI, que é o mais complexo, que ele envolve várias atividade, nós vamos ampliar. O programa da CDHU, nós temos um programa chamado Vila Dignidade, aonde a gente vai fazendo pequenos conjuntos habitacionais com toda a estrutura. O programa do esporte com a secretaria do Esporte. O programa do turismo com a secretaria de Turismo.

O Brasil há 50 anos atrás se dizia o seguinte: O Brasil é um país jovem. Não é isso? O quê que é um país jovem? É uma pirâmide de base larga. Então, muita criança, a base é muito grande, e a ponta é pouquinho. Então é muita criança e pouquinho idoso. Porque as pessoas morriam cedo. Por que morriam cedo? Não existia antibiótico, então morria de tuberculose, morria de moléstias, gripe, gripe espanhola matou em 1918, 300 mil brasileiros. Inclusive o presidente da república, o Rodrigues Alves, morreu de gripe espanhola. Hoje mudou. Então, o Brasil não é mais um país jovem. O Brasil é um país maduro. E o Brasil caminha, como o mundo todo, para ser um país idoso. Então nós temos que ter políticas públicas para os idosos, nos prepararmos para isso. E mais, idade não é doença. A pessoa pode ser jovem e estar doente ou ela pode ter mais idade e não tem doença nenhuma, ela tem limitações.

Mas, o fato é o seguinte, São Paulo é um estado que quer dar um exemplo para o Brasil. O quê que todo mundo quer? É chegar a ser idoso. Porque a outra opção não é boa, não é? Ninguém tem muita pressa, todo mundo quer chegar a ser idoso. E alguns dizem assim, professor Giovane, a vida começa aos 40. Não é isso? Aí já mudaram. A vida começa aos 50. A vida começa aos 60. O fato é o seguinte: a vida recomeça todo dia. Todo dia a vida recomeça. E o importante é a gente dar as condições para que possamos viver todas as idades com alegria de viver, não é, com entusiasmo. Esse é o nosso dever. E por isso nós estamos unindo todo mundo, Secretaria da Saúde, Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social, Secretaria de Esportes, Secretaria de Turismo, Educação, Habitação, Transporte, o Conselho Estadual do Idoso,

Quero agradecer aqui a nossa presidente que tem nos ajudado muito com boas propostas. A Assembleia Legislativa, o deputado Celino Cardoso é um defensor do trabalho da política dos idosos. É um capricho, é muito bonito o trabalho, quero cumprimentar aqui a nossa OS contratada, que é o Santa Catarina, que trabalha aqui. Enfim, vamos juntos ali trabalhar para a gente avançar ainda mais.

Minha avó tinha uma amiga em “Pinda”, são muitos anos, Pindamonhangaba, D. Anita. Então, D. Anita tinha 87, 88, ela dizia: Não quero saber de morrer, eu amo a vida, amo a vida, tenho uma vida maravilhosa, não quero saber. Mas, já estou com quase 90, então se por acaso um dia eu morrer ponham uma lápide no meu túmulo: “Aqui jaz Anita Cabral Moreira que está contra a vontade”.