Alckmin discursa durante abertura de Concurso de Redação

São Caetano do Sul, 04 de setembro de 2012.

ter, 04/09/2012 - 13h26 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos! Saudar o nosso prefeito anfitrião, Dr. José Auricchio Júnior; magnífico reitor da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Sílvio Minciotti; o deputado aqui da nossa região de São Paulo, Orlando Morando; Márcio Aith, nosso secretário de Comunicação; Ronan Maria Pinto, diretor-presidente do Diário do Grande ABC; Sérgio Vieira, diretor de redação; prefeito Kiko, de Rio Grande da Serra; Coronel José Belantoni, comandante de Policiamento do Grande ABC; professor Ronaldo Laranjeiras, palestrante, professor da Unifesp, uma das grandes autoridades no setor e especialista na área, é uma alegria estarmos juntos; diretores, coordenadores, professores de toda nossa rede pública, da rede particular, amigas e amigos.

Primeiro dar os parabéns aqui para região e para São Caetano. Ontem nós publicamos os índices de mortalidade infantil no estado de São Paulo. Em 11 anos a mortalidade infantil caiu 31%  no Estado. Então, tínhamos, em 2010: 11,9, e o ano passado foi publicado 11,5, a queda continua. E o ABC tinha, em 2010: 13,1, o ABC, e o ano passado, 11,7. Baixou de 13,1 para 11,7. Em São Caetano, que era 7,7, reduziu para 6,9, é um índice europeu. Então, é com alegria que a gente comemora. A Organização mundial da Saúde estabelece que o índice de mortalidade infantil é o principal indicador de saúde de um país. Então, São Paulo, junto com Santa Catarina, está ali em primeiro lugar, praticamente, do Brasil.

E hoje, com alegria, quero cumprimentar aqui o Diário do Grande ABC pela iniciativa. Diz que uma boa imprensa é a sociedade conversando consigo própria. É a sociedade dialogando, abordando os temas. Então, é uma bela iniciativa. Estimular a língua portuguesa, a nossa língua pátria, valorizar a língua portuguesa, ler e escrever a redação. No ano passado foram quantas redações? Cento e sessenta e cinco mil redações. Há alguns anos atrás, Sérgio, quando nós iniciamos o trabalho para São Paulo ter o primeiro museu vivo da língua portuguesa nos oito países da comunidade lusófona, alguém falou: “Poxa, mas será que isso desperta o interesse?”. É o segundo museu mais visitado do país, o Museu da Língua portuguesa. Então, valorizar a língua portuguesa, a língua pátria, escrever bem, a leitura é extremamente positiva. E o tema que tem tudo a ver com o jovem e com a sociedade, que é a questão do álcool.

Nós iniciamos, o ano passado, aprovamos uma lei na Assembleia, que já era proibido no Brasil vender álcool para menor de 18 anos, só que nós avançamos: é proibida a venda e o consumo. Porque, quando chegava à fiscalização, logo é dito: “Ele trouxe a bebida…”. Então, agora não adianta essa desculpa. Se algum menor estiver bebendo no estabelecimento comercial, o produtor é responsável, responsável pela lanchonete, o restaurante, hotel, clube, ele é responsável e tem que zelar pelo seu estabelecimento. Separamos bebida alcoólica. No self-service, a geladeira de refrigerante é separada de bebida alcoólica, e tem aquela mão proibindo para menor de 18 anos de idade.

O setor produtivo é nosso parceiro, tanto é que muitos supermercados, quando passa bebida alcoólica, trava o caixa, e aí a pessoa do caixa verifica, se tiver dúvida, pede a Carteira de Identidade. A recomendação é sempre abaixo de 25 anos. Então, no caso de dúvida, pede a Carteira para poder ter certeza que não é menor de 18 anos de idade. A resposta foi muito positiva: 99,5% dos estabelecimentos cumpriram a lei. Nós vistoriamos, pela Vigilância Sanitária e pela Fundação Procon, 205 mil estabelecimentos. Inclusive, o pessoal passando por consumidor. E tivemos mil multas, mil autuações. Quer dizer, 99,5% de apoio. Apoio dos pais. Qual é o pai e o avô que, hoje, não fica preocupado com o jovem no fim de semana? Os nossos jovens, infelizmente, nas grandes cidades brasileiras, correm risco de vida sexta, sábado e domingo, e muito ligado ao álcool e outras drogas. E o que a gente percebia que um menino, uma menina com 12 anos, 13 anos, já estava começando a tomar bebida alcoólica, e a possibilidade de ele, na idade adulta, ter alcoolismo aumenta exponencialmente. Essa precocidade, o cérebro não está preparado, e grava as moléculas ali, essa sensação de prazer que acabam levando à dependência química.

Então, esse trabalho juntos aos jovens, conversando com eles, junto às famílias, as escolas, que é o centro do debate, a universidade, que é o centro do diálogo, é absolutamente relevante. Tenho certeza absoluta de que nós vamos colher bons frutos desse trabalho. E, muitas vezes, essa questão do álcool, traz consequências graves, porque leva a outros tipos de droga, está muito relacionado com acidente. Nós tínhamos, há 10 anos, a maior causa de morbimortalidade, causa externa, o homicídio. Então, morriam, no estado de São Paulo, 12,8 mil pessoas por ano de homicídio. Isso foi reduzindo: 12, 11, 10, 9, 8, 7, 6, 5… Ano passado 4,3 mil.

Hoje, a maior causa de morbimortalidade, causa externa, é acidente rodoviário. E muito ligado com os acidentes de carro, motocicleta, atropelamento, está ligado ao álcool. Há uma certa tolerância com o álcool, não é? Eu diria que mais do que com o cigarro. Claro que o cigarro faz mal e ninguém deve fumar. Mas ninguém bate na mulher por que fumou. Mas bate por que bebeu. Ninguém atropela quatro pessoas e mata num ponto de ônibus por que fumou. Mas atropela e mata por que bebeu. E, muitas vezes, os jovens começam a beber dentro de casa. Não tem como fiscalizar dentro de casa. Então, é uma questão cultural onde a escola é o caminho para gente poder mudar, melhorar, alertar ao jovem, conscientizá-lo de que ele pode melhorar a sua autoestima, ele pode ter a sua singularidade na vida da sociedade, sem precisar utilizar o álcool. Tudo tem seu tempo e álcool precocemente faz muito mal.

Por isso, quero aqui trazer uma palavra de estímulo, dizer que o Grande ABC dá um exemplo para São Paulo e pelo Brasil, de um movimento da sociedade civil no sentido da conscientização para que a gente possa preservar a saúde da nossa juventude.
Parabéns! Bom trabalho!