Governador discursa na sede do Projeto Pomar

Geraldo Alckmin: Bom dia, bom dia a todas e todos! Secretário do Meio Ambiente, deputado Bruno Covas; doutor Celso Mori, presidente da Associação Águas Claras do Rio Pinheiros; vereador da […]

sex, 23/09/2011 - 21h00 | Do Portal do Governo

Geraldo Alckmin: Bom dia, bom dia a todas e todos! Secretário do Meio Ambiente, deputado Bruno Covas; doutor Celso Mori, presidente da Associação Águas Claras do Rio Pinheiros; vereador da capital Tião Farias; Zuleica Perez, coordenadora do Projeto Pomar Urbano; doutor Otávio Okano, diretor-presidente da CETESB; a tia América, nossa queridíssima voluntaria aqui do Projeto Pomar há 11 anos; doutora Sueli da Câmara Brasil-França; Vilma Motta; parceiros aqui do Projeto Pomar; amigas e amigos.

Hoje é um dia especial, começa uma das belas estações do ano que é a primavera, e com alegria a gente comemora, com saudade aqui o governador Mario Covas. Eu me lembro bem, eu acho que tem até uma foto aqui do dia que ele veio aqui, o secretário era Ricardo Trípoli, deputado federal, e iniciou o Projeto Pomar. Tivemos, ao longo dessa década, ótimos parceiros, e quero aqui agradecer a todos os parceiros que trabalharam junto com o governo, colaboraram, ajudaram a construir o Projeto Pomar, a manter o Projeto Pomar e nós fomos recuperando aqui as margens do Rio Pinheiros.

Aqui foi uma verdadeira escola de jardineiros, de jardinagem passaram 1.500 bolsistas aqui no Projeto Pomar e nos estamos trazendo de volta a frente de trabalho. Então aqueles que participaram da nossa frente de trabalho, nós vamos começar com 40 bolsistas, vão receber R$ 440, vão se dedicar aqui seis horas por quatro dias e no quinto dia é só qualificação profissional, é só curso, e hoje faltam bons jardineiros e aqui vai ser uma verdadeira escola para a gente de jardinagem.

Queria também destacar o trabalho que o secretário Bruno Covas está fazendo, nós temos uma ação que é a mais importante de fundo que é o tratamento do esgoto, e temos uma ação emergencial que é a questão do cheiro, do odor do rio enquanto não completa esse trabalho. E aqui eu queria destacar o seguinte: está se executando o Projeto Tietê 3, e grande parte dele, aliás, 100% dele é só coleta e tratamento de esgoto, e a maior parte é aqui na região oeste e sul da Região Metropolitana. É toda a Região Metropolitana, mas principalmente aqui. Então, nós vamos passar de 84% de coleta para 87% de coleta na região metropolitana. E de 70% de tratamento para 84% de tratamento de esgoto. Então, vai ter uma melhora aí importante em termos de esgoto sanitário. Mas, enquanto isso não ocorre, a secretaria tem os modelos tecnológicos para poder, junto com o Ministério Público, ter um entendimento para fazer uma série de trabalhos para tirar o odor do rio e, simultaneamente, vai sendo feito o trabalho de tratamento de esgoto.

E, amanhã, nós estamos lançando um programa com a Sabesp, chamado Se liga na Rede. Por quê? Porque a gente observa o seguinte, às vezes, um bairro mais… A população de menor renda, você investe milhões, redes, coletores, interceptores, estações elevatórias, emissários, estações de tratamento de esgoto, e a pessoa não liga a casa na rede porque não tem os R$ 1,5 mil, R$ 1,4 mil, R$ 1,6 mil para fazer a ligação, pagar pedreiro, comprar cano, comprar tubo, quebrar calçada, enfim, custa dinheiro. Então, acaba o governo investindo muito e o esgoto continua na fossa ou na valeta, perto da casa, porque falta o recurso para fazer a ligação.

Então, nós estamos lançando amanhã o programa que nós, famílias até três salários mínimos, nós vamos pagar toda a ligação; 20% vai ser custeado pela Sabesp e 80% vai ser custeado pelo Tesouro paulista, pelo Governo do Estado. Mas ligar, fazer o Se Liga na Rede, ou seja, vamos casa por casa, não tem recurso, o governo vai bancar, mas nós não vamos deixar nenhuma casa fora da rede. A gente imagina que a gente possa fazer, em quatro anos, 120 mil ligações, o que significam cinco pessoas cada família, 600 mil pessoas que o esgoto in natura vai passar a ir para a rede coletora, para os emissários, para as estações que têm enorme capacidade. O problema, hoje, é mais a própria ligação. Então, isso vai ser lançado amanhã.

Queria também destacar a questão do desassoreamento, nós estamos procurando limpar o Rio Pinheiros, então vamos tirar 1,5 milhões de metros cúbicos de material assoreado do rio, deixar o rio bem limpo, já tiramos, até ontem, 340 mil metros cúbicos este ano já do rio. Nós vamos acelerar ao máximo para poder chegar no verão o rio com a capacidade melhor – e até o ano que vem a gente completa a limpeza completa e o… Estamos até estudando uma PPP, uma Parceira Público Privada, para poder fazer um trabalho permanente, de caráter definitivo, tanto no Pinheiros, quanto no Rio Tietê.

Queria também colocar que nós temos já uma ciclovia do outro lado do Tietê que nós vamos até dar uma caprichada melhor e estamos estudando uma ciclovia na margem de cá do Rio Pinheiros. E também queria destacar a importância da recuperação das nossas margens dos rios que pertencem, na realidade aos rios, não é? A gente vê o grande problema hoje do Tietê, o Tietê até o Parque Ecológico, ali na Barragem da Penha, ele é um rio natural todo sinuoso, é uma cobra assim, todo sinuoso, aí ele foi retificado, e além de ser retificado, construído, tudo concretado e asfalto na beiro do rio nas marginais, então é desastre urbano completo, não é? O rio retificado, a várzea ocupada, totalmente impermeabilizada, asfalto, concreto, não tem mais várzea que pertence ao rio e aí as chuvas do verão é obvio que o rio vai subir e não tem várzea para ele ocupar, ocupa a marginal, para o trânsito e aí a gente sabe todas as consequências. Aí vem como é que corrige o problema do planejamento urbano e da ocupação solo indevida? Custos altíssimos, têm correção, claro! É o piscinão, é a várzea moderna, então tem que fazer um reservatório caríssimo, manutenção cara para aquela água da cheia, ela ser armazenado e depois ser bombeada de volta por rio depois que passa a tempestade. E não basta fazer dois, três piscinões, nós já temos 32 piscinões, um deles em Mauá é o maior da América Latina, com 800 mil metros cúbicos de capacidade e, no entanto, ainda são insuficientes.

Então, no caso do Tietê, nós vamos fazer o projeto Várzeas do Tietê da barragem da Penha até a divisa com Itaquaquecetuba, córrego Três Pontes, nós vamos retirar quatro mil famílias para locais seguros, habitações boas, e vamos recompor a várzea, tirar a casa que está na beira do rio e tirar o aterro que foi feito e recompor a mata nativa, o arbusto, a árvore mais distante, e já licitamos o Jardim Metropolitano. Quem entrar em São Paulo pelo aeroporto de Cumbica e quem sair de São Paulo, vai ter desde aeroporto até a barragem da Penha um jardim com arbustos, flores e árvores nativas aqui da Mata Atlântica e da região, isso já está licitado, devemos começar agora em novembro já o Jardim Metropolitano. O projeto Várzeas do Tietê recompondo as várzeas, aqui no rio Pinheiros, o Projeto Pomar voltando aqui a nossa jardinagem a escola, a boa parceria para gente cada vez ir melhorando este trabalho, o tratamento de esgoto, a limpeza pelo desassoreamento e a ciclovias.

E hoje vai ser inaugurada uma trilha, é isso Bruno? E a trilha ela é uma homenagem à tia América. A tia América ela é nossa bolsista, depois a bolsa é por nove meses, não é? A lei não permite mais do que nove meses, porque é só uma capacitação, a pessoa ganha uma bolsa para ter uma atividade e se qualificar, nove meses depois não pode ser renovada, e ela continuou como voluntária, aqui a tia América todos esses anos então, a trilha tia América também vai ser entregue hoje. E como faz diferença, a gente poder ter dentro dessa cidade, que é a terceira metrópole do mundo, último dado da ONU – primeiro Grande Tóquio, 30 milhões de habitantes; segunda, Nova Deli, 22 milhões; terceiro, Grande São Paulo, 20 milhões; quarta, Mumbai na Índia, 19 milhões, aliás vai nos passar até 2015, porque a Índia cresce, a natalidade é alta; quinta, Cidade do México; sexta, Nova Iorque; sétima, Xangai, na China; oito, a capital de Bangladesh, quem que é bom de geografia? Cata… Cataca… Taca? Bom é alguma coisa por aí! (N.R.: Dhaka). E, finalmente, a capital do Paquistão, Karachi pode ser, como? Não, então não é Islamabad, Karachi é a maior cidade? Enfim, mas é um campeonato de milhões, aliás, o mundo moderno é urbano e metropolitano. Agora, como essas megametrópoles, essas megacidades, você pode ter qualidade de vida?

Aqui está um belo exemplo de se poder trabalhar no sentido da cidade ganhar qualidade de vida, criar espaços públicos para a população e recuperar o verde, preservar o meio ambiente. Então, uma bela iniciativa que é o Projeto Pomar e os agradecimentos de São Paulo.

Muito obrigado!