Governador discursa em seminário do projeto RespirAR

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos. Eu quero saudar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, cumprimentando todos os prefeitos aqui da Região Metropolitana e do […]

qui, 25/08/2011 - 19h00 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos. Eu quero saudar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, cumprimentando todos os prefeitos aqui da Região Metropolitana e do Estado aqui presentes. Presidente da Câmara, vereador José Police Neto; professor José Otávio Costa Auler Junior, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; o Octávio Florisbal, diretor geral da Globo; professores, expositores, secretários de Estado, do Município, amigas e amigos.

Eu quero dizer da importância desse seminário e deste encontro. Hoje, nas questões de saúde pública, a questão da qualidade do ar e das doenças do aparelho respiratório vem crescendo fortemente. A primeira causa de morbimortalidade no mundo é acidente, aliás, é coração e grandes vasos. A segunda, câncer, que cresce exponencialmente pelo aumento de idade, uma doença diretamente relacionada à idade. A terceira, causas externas, são os jovens, motocicleta, carro, tiro, morte violenta. E a quarta, pulmão, doenças respiratórias, que também cresce muito em razão do aumento de expectativa de vida da população, doenças mais ligadas à idade. E aí, nas grandes regiões metropolitanas a qualidade do ar, a má qualidade do ar agrava a situação.

Eu me lembro, Kassab, em 2000, eu fui candidato a prefeito de São Paulo, e em um debate, aliás, na Globo, o candidato Enéas, que é médico, perguntou, Luiz Marinho, perguntou ao Collor, que era candidato a prefeito de São Paulo no debate, falou: “olha, candidato, quero saber, distrito de Marsilac, a composição do ar atmosférico, por favor, percentual de oxigênio, nitrogênio, monóxido, dióxido de carbono”, aquilo foi constrangimento geral. Mas o fato é que esse é um problema grave de todas as metrópoles do mundo: Tokyo, Nova York, Shangai, Beijing. E o mundo moderno é o mundo urbano e é o mundo metropolitano de grandes metrópoles. E onde a questão do trânsito, ela é absolutamente relevante, e monóxido de carbono, aliás, a gente, antigamente, quando precisa esquentar o automóvel, eu sou do tempo que acordava mais cedo para esquentar o carro do meu pai, você ficava acelerando ali pra esquentar, o que acontecia às vezes? O sujeito, numa garagem fechada, ficava esquentando o carro e morria, porque o monóxido de carbono, quando se liga a hemoglobina, é uma ligação estável, ela não solta mais, é a carboxihemoglobina, então se o sujeito ficar respirando o escapamento, ele morre, não vai sobrar hemoglobina para conduzir o oxigênio.

Então, eu diria que o trânsito é uma questão central, e aí os investimentos em Metrô e trem, eletricidade, tirar combustível fóssil, é extremante relevante. Por isso todos os nossos esforços, financiamentos, PPP, recursos orçamentários vão ser para questão do VLT, do monotrilho, estamos fazendo parceria com a Prefeitura, Governo Federal.  Transporte de alta capacidade e sobre trilhos. A segunda é melhorar a qualidade dos motores e melhorar o combustível. Nós licenciamos rapidamente as mudanças na refinaria de Presidente Bernardes, em Cubatão, para o diesel passar de S500 para S50, para você melhorar qualidade. E a outra é uma medida prática, o carro… A gasolina, que no Brasil já é melhor que no mundo inteiro, porque ele tem álcool, tem etanol, nós mantivemos o ICMS da gasolina em 25% e reduzimos o do álcool para 12%. Então, 99% das vezes, o álcool é mais barato, então é carro flex fuel virou carro a álcool, isso ajuda enormemente a qualidade do ar, porque o álcool é muito menos poluente do que a gasolina. A outra, outros modais de transporte: ferrovias, tirar caminhão das estradas; Rodoanel: tirar o trânsito de passagem por São Paulo, você desviar o trânsito para ter menos congestionamento; hidrovia: estamos assinando com a presidenta Dilma um bilhão de investimentos na Hidrovia Tietê-Paraná e integrar os modais: hidroviário, ferroviário e rodoviário, enfim uma boa integração de modais. Dutovia, nós somos o maior exportador mundial de álcool; todo etanol chega ao Porto de Santos por caminhão, tudo por dutovia. Então, os grandes dutos, você tira os caminhões, ciclovias são também importantes, e o verde, eu vejo aqui o Mantovani, da SOS Mata Atlântica, uma iniciativa muito boa do ex-governador Serra, que nos estamos acelerando, é a recuperação da Serra do Mar com financiamento do BIRD. Quando foi feita a Anchieta, as pessoas ficaram morando nos bairros cota da Serra do Mar, em Cubatão; 10,15, 20 mil pessoas. Nós estamos em áreas de risco, todas elas estão sendo realocadas em apartamentos locais seguros… E refazer a Mata Atlântica da Serra do Mar.

E finalmente, uma palavra de otimismo, eu me lembro há 20 anos, atrás, quando foi criada a Secretaria do Meio Ambiente no Estado de São Paulo, na época do Governador Montoro, aliás, 30 anos atrás, a Serra do Mar em cima de Cubatão era marrom, por causa do pólo petroquímico de Cubatão; tudo calcinado por chuva ácida de ácido sulfúrico,  era tudo marrom. Hoje, o pólo petroquímico está lá, está funcionando muito bem excelente, não tem poluição, a Mata Atlântica toda se recuperou, o que mostra que temos avanços científicos para ter desenvolvimento com sustentabilidade e preservando a qualidade do ar, a qualidade das águas e a saúde da população. Eu quero saudar aqui o professor José Otavio, diretor desta escola, meu colega anestesista, e nós anestesistas temos uma função, que é garantir o oxigênio para os nossos pacientes, e temos todos coletivamente uma função é garantir a qualidade do ar. Aprendi em medicina que tem três energias que compõem a saúde da pessoa: energia ancestral, do papai e da mamãe pelo DNA; energia da alimentação, fruto do que a gente se alimenta; e energia pelo o que a gente respira. E aí a importância desse seminário trazendo aqui especialistas mais renomados do Brasil e do exterior para um debate dos mais importantes da atualidade. Bom trabalho.