Alckmin discursa em assinatura de decreto para preparativos do Ano da Itália no Brasil

Geraldo Alckmin: Estimado cônsul-geral da Itália em São Paulo, Mauro Marsili; Fiorella Baggio Biasoli, cônsul de Malta; secretários de Estado Sidney Beraldo, chefe da Casa Civil; Andrea Matarazzo, secretário da […]

ter, 03/05/2011 - 17h30 | Do Portal do Governo

Geraldo Alckmin: Estimado cônsul-geral da Itália em São Paulo, Mauro Marsili; Fiorella Baggio Biasoli, cônsul de Malta; secretários de Estado Sidney Beraldo, chefe da Casa Civil; Andrea Matarazzo, secretário da Cultura; Eloisa Arruda, secretária da Justiça; Linamara Rizzo Battistella, secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Herman Voorwald, secretário de Estado da Educação; Márcio França, secretário do Turismo; doutor Jorge Pagura, secretário do Esporte, Lazer e Juventude; deputado Bruno Covas, secretário do Meio Ambiente; professor Giovanni Cerri, secretário da Saúde; doutor Antônio Junqueira, secretário da Agricultura e Abastecimento; Coronel Admir Gervásio, secretário-chefe da Casa Militar; deputados Vitor Sapienza, Beto Trípoli; vejo aqui o Lobbe Neto, José Carlos Stangarlini; Chanceler Celso Lafer; José de Oliveira Messina, presidente do Colégio Dante Alighieri; Attilio De Gasperis, diretor do Instituto de Cultura; querido Rivelino; Rodrigo Tavares, nosso assessor para assuntos internacionais; Gustavo Húngaro; também vi aqui nosso corregedor-geral; representantes da comunidade italiana, amigas e amigos.

Decorrente do acordo firmado entre os governos do Brasil e da Itália, a partir de outubro deste ano até junho de 2012, estará sendo promovido em todo o país, o Momento Itália-Brasil. É motivo de grande alegria para todos nós a realização dessa celebração que, de fato, nenhum outro Estado brasileiro foi tão marcado pela presença italiana quanto São Paulo. O Titilo Matarazzo dizia que o Brasil é filho de Portugal, mas que São Paulo é filho da Itália. Embora a imigração italiana para o Brasil tenha se iniciado por volta de 1870, a capital paulista já contava com habitantes dessa nacionalidade cujo nome passaria a história do Brasil. Trata-se de Líbero Badaró. Natural de uma cidade vizinha à Gênova, estabeleceu-se em São Paulo em 1828, onde, além de exercer a medicina, dava aula, também, aos futuros acadêmicos de Direito. Veja que os médicos são plurais. Fundou um dos principais jornais da cidade, o Observador Constitucional. Suas ideias liberais atraíram contra si a ira dos conservadores e o jornalista terminou sendo atacado nas proximidades de sua casa, na então chamada Rua Nova de São José, atual Rua Líbero Badaró. Morreu, mas não sem antes pronunciar palavras que passaram à história, “Morre um liberal, mas não morre a liberdade”. Libero Badaró foi o primeiro mártir da imprensa brasileira.

Mas a comunidade italiana viveu momentos muito felizes entre nós, embora os primeiros tempos tenham sido difíceis nas lavouras de café. E assim, ela ofereceu seus filhos, e os filhos de seus descendentes a arte, a ciência, as atividades econômicas e ao nosso desenvolvimento material e espiritual. Nomes como Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Portinari, Volpi, Lunardelli, Matarazzo, Crespi, e muitos outros falam por si mesmo, dispensando maior apresentação. A capital, por exemplo, concentra um grande número de obras referenciais para a cidade, como aqui explicitou Andrea Matarazzo, construídas ou projetadas por italianos, como o edifício Martinelli, o Teatro Municipal, o edifício Matarazzo, o Museu e o Monumento do Ipiranga. Mas não só grandes arquitetos e engenheiros italianos marcaram sua passagem por São Paulo. Operários, mestre de obras, os “capi-maestri”, como eram chamados, mudaram a feição da cidade, substituindo as construções de taipa e de pau-a-pique, por edificações modernas, que reproduziam padrões europeus.

Mas talvez ninguém represente mais a síntese da união entre italianos e brasileiros do que o filho de imigrantes venetos, João Rubinato, mais conhecido como Adoniran Barbosa. O morado criador do samba paulista. Ele reproduziu em suas composições o linguajar típico das ruas da cidade e foi o autor de músicas como “Trem das Onze”, que ganhou prêmio do melhor samba do IV Centenário. São Paulo se orgulha de ter recebido cerca de 70% dos imigrantes italianos que vieram para o Brasil. Hoje, dados estatísticos indicam que cerca de 32% dos paulistas descendem de italianos. Aliás, no Governo de São Paulo, como citou o Andrea, Linamara Rizzo Battistella, Sidney Beraldo, Davi Zaia, Jorge Pagura, Andrea Calabi, Júlio Semeghini, Edson Giriboni, Andrea Matarazzo – que foi descendente de italianos e embaixador do Brasil na Itália -, Giovanni Guido Cerri – que nasceu em Milão. A lista ficaria ainda muito maior se agregássemos os nossos secretários-adjuntos, chefes de gabinete. Por tudo isso, é com grande satisfação que o assinei o decreto que institui o grupo de trabalho para implementação de atividades com vistas ao Momento Itália-Brasil, em São Paulo, integrado por representantes de 14 Secretarias de Estado, além da representação do Consulado-Geral da Itália, em São Paulo. Se este aceitar o nosso convite para integrar, para participar do grupo, caberá a ele proceder o encaminhamento das providências necessárias para as atividades do evento no âmbito do Estado de São Paulo, com acervo cultural e gastronômico que nos legaram os imigrantes com suas festas populares, como a Nossa Senhora da Achiropita, no Bixiga, a de São Vito, no Brás, a de San Genaro, na Mooca, que hoje são também festas paulistas, com as parcerias que São Paulo tem com as empresas italianas aqui estabelecidas, com o grupo de trabalho que ora constituímos, tenho certeza de que o Momento Itália-Brasil será um grande sucesso.

Muito obrigado!