Alckmin ministra aula magna na Universidade Zumbi dos Palmares

Geraldo Alckmin: Boa noite, boa noite a todas e a todos. Agradecer o convite do professor, magnífico reitor José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, saudar a sua esposa, […]

ter, 22/03/2011 - 1h45 | Do Portal do Governo

Geraldo Alckmin: Boa noite, boa noite a todas e a todos. Agradecer o convite do professor, magnífico reitor José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, saudar a sua esposa, Francisca. Cumprimentar os secretários-adjuntos aqui presentes: o Marco Antônio Pellegrini, Gustavo Ungaro, que é o nosso corregedor do Estado; Fernando Leça, que preside aqui o Memorial da América Latina, a Fundação; a professora Laura Laganá, que preside o Centro Paula Souza; a Ruth Lopes, vice-presidente do Instituto Afro-Brasileiro de Ensino Superior, você é a Raquel? Você é a Ruth? Sempre me confundo. Não é fácil acertar. Meu filho, o Geraldinho, que mora no México, agora em maio a mulher dele vai ter gêmeos, mas não são idênticos, são fraternos, mas você é Ruth, agora acertei. O Edson Miranda, diretor acadêmico; doutor Hélio Silva, foi meu secretário de Estado de Justiça, que é o coordenador do curso de Direito; Telma Cezar, pedagogia, coordenadora; Márcio Juliano, coordenador da Administração; Lina Moreira, coordenadora de Publicidade e Propaganda; Jair Dias, coordenador do Transporte Terrestre; representante do Citibank, a Priscila; do Bradesco, o Mário Hélio; da Mercedes-Benz, o Mário Laffitte; do Carrefour, o Paulo Pianez; do HSBC, Hélio Duarte. Todos os parceiros aqui da universidade, professores, toda a equipe técnica, funcionários, alunos.

Primeiro dizer da alegria, José Vicente, matar saudades, eu tive a honra de ser patrono da primeira turma de Administração, já está fazendo três anos? Três anos, agora já vai ter a primeira formatura do Direito, não é isso? Já são cinco cursos superiores, além do técnico, que nós temos uma bela parceria na Enfermagem de Zumbi dos Palmares: o Centro Paula Souza e o HCor, que é um dos melhores hospitais de São Paulo; além do técnico em Administração e eventos. Temos três cursos técnicos em parceria com a universidade.

Mas agradecer muito, hoje, dia 21 de março, nós agora à tarde, o professor Édio esteve conosco lá na sede do Governo, lançamos um grande programa, São Paulo Contra a Discriminação. Aliás, o Brasil é um país com essa alegria, com essa felicidade, essa beleza e principalmente São Paulo, exatamente por essa miscigenação racial, que é uma marca do povo brasileiro, que especialmente está no DNA de São Paulo. Mas o mundo inteiro, hoje é o dia Internacional Contra a Descriminação Racial, e entendo que nós estamos comemorando aqui em São Paulo da melhor maneira. Porque a melhor maneira de lidar com a descriminação é dar oportunidades, é criar oportunidades, é promover a educação, é melhorar o emprego, é melhorar o salário, é fazer inclusão.

Então a Universidade Zumbi dos Palmares se distingue com educação de nível técnico, pós-médio, médio, superior, onde 83% dos seus alunos são autodeclarados negros. Um alto nível de empregabilidade, inclusive de parceiros das melhores instituições e empresas nacionais e multinacionais aqui em São Paulo, ou seja, garantindo o futuro, empregabilidade, melhor renda, melhor salário, quem tem nível superior o desemprego é mais baixo, o salário é melhor; enfim, esse é o grande caminho, que nós temos que trilhar. Por isso estamos muito felizes, Zé Vicente, e conte conosco, nós vamos aumentar as nossas boas parcerias com a Universidade Zumbi dos Palmares. Nós lembrávamos ali na mesa que quando começou não tinha carteira. Então foi o Centro Paula Souza que cedeu lá as primeiras carteiras, hoje a gente já vê 1.700 alunos, cinco cursos superiores, agora a formatura do Direito, parcerias com empresas, trainees, empregabilidade, enfim, um bom caminho, um bom desafio pela frente.

Mas eu separei alguns minutos aqui para vocês uma palavra sobre o desenvolvimento do Estado de São Paulo, eu acho que serve para os cinco cursos: Administração, Pedagogia, Publicidade/Propaganda, Direito, Tecnólogos em Transporte Terrestre e também para os cursos técnicos de saúde, de enfermagem, de eventos, área de turismo e também de administração. Então, é coisa rápida, mas dá uma visão global aí sobre a situação no Estado de São Paulo. Aqui nós temos… A educação brasileira… as crianças de zero a cinco anos de idade, no ensino infantil, é responsabilidade da Prefeitura Municipal. Então zero até cinco anos, a creche e a pré-escola. O grande desafio é universalizar, é oferecer vaga para todos. De seis anos a 14 é o Ensino Fundamental, que agora é de nove anos, no meu tempo era oito, agora é nove anos, aí uma parte da rede é municipal, uma parte é estadual. Depois o Ensino Médio, 14 a 17 anos, aí praticamente toda a rede é estadual.

Nós temos em São Paulo 5,5 milhões de alunos, o Uruguai tem 3,5 milhões de habitantes, nós temos quase 50% a mais em alunos na rede estadual. Aí vem o Ensino Médio, que é três anos, 14 a 17 anos, a possibilidade de fazer junto com o segundo ano ou com o terceiro ano, o técnico, e sair com os dois diplomas. Já sai com o diploma do Ensino Médio e Técnico, tem os dois diplomas, então são as ETECs. Ou termina o Ensino Médio e faz o técnico, é pós-médio, nós temos uma rede de escolas técnicas, são 191 escolas técnicas estaduais urbanas e agrícolas, nós temos 35 escolas agrícolas, que o aluno mora na fazenda, tem hotel, tem alojamento, moram nas escolas agrícolas, 18 meses o curso, um ano e meio, e ele já se forma então nos cursos Álcool, Açúcar e Álcool, Equipamentos Agrícolas, Pecuária, Agricultura, Agrimensura, enfim, os cursos agrícolas. E temos os urbanos: Autotrônica, Eletrônica, Mecatrônica; e também de serviços: Turismo, Contabilidade, Administração, Eventos, como o que temos com a Universidade Zumbi dos Palmares.

Temos as faculdades, são 49, as FATECs, e as classes descentralizadas. Aqui nós temos com a universidade. Então, nós temos aqui o curso Técnico de Enfermagem, tem de manhã, tem o Técnico de Administração e tem o Técnico de Eventos, nós temos três cursos técnicos junto com a Universidade Zumbi dos Palmares. E eu acho que se nós divulgarmos mais, José Vicente, nós vamos ter mais demanda e como você tem espaço físico, nós podemos expandir ainda mais os cursos, inclusive alguns relacionados à Copa do Mundo de 2014. Aqui nós temos então 150 mil alunos do ensino técnico, 46 mil na FATEC, faculdade, 50 mil quase no Ensino Médio, nós temos ao todo 272 mil alunos no ensino gratuito, é a maior rede de ensino técnico e tecnológico do país, aliás, da América Latina talvez. Aqui, as demandas, a relação, nós temos praticamente o quadro do Ensino Médio cinco alunos por vaga, no técnico 3,5, nas faculdades 4,6. Aqui o importante, tanto nas ETECs quanto nas FATECs, nós temos 78% nas ETECs alunos de escola pública, e 28% afrodescendentes. Na FATEC, 74% de escola pública, 24% de afrodescendentes. Tudo com prova, não têm cota, nós criamos ações afirmativas, então os alunos de escola pública têm uma pontuação acrescida, inclusive na universidade, na UNICAMP e na UNESP e vai ter também na USP, e a mesma coisa afrodescendente: o aluno afrodescendente e de escola pública tem a pontuação dobrada, ele tem as duas pontuações acrescidas.

Aqui, renda familiar, mostra bem a importância da renda familiar. Aqui é empregabilidade, no caso das ETECs, 74% empregado no primeiro ano. No caso da faculdade de Tecnologia, 93% empregado no primeiro ano. Aqui os cursos de maior demanda: Eletrotécnico em Segurança do Trabalho, Açúcar e Álcool; Mecânica, Enfermagem, os que mais têm empregabilidade, os de maior empregabilidade. Aqui a rede inteira do Estado, veja que desde aqui o Vale do Paraíba, divisa com o Rio de Janeiro, litoral, divisa com o Paraná, divisa com o Mato Grosso do Sul, o Estado inteirinho, divisa aqui com Minas Gerais, o Estado inteiro tem uma rede bem distribuída de ensino técnico e tecnológico.

Aqui mostra o seguinte: se a gente perguntar, a saúde no Brasil vai bem ou vai mal? Vai bem ou vai mal? Quem responder que vai bem, acertou. Quem responder que vai mal também acertou. Vai bem na medida em que os indicadores de saúde todos melhoraram. Aquele Brasil rural de 1940, 1935, a mortalidade infantil era 160, qual é o conceito de mortalidade infantil? É o número de crianças que morrem no primeiro ano de vida de cada mil que foram nascidas vivas. De mil, morria 160. Então eram comum a mamãe dizer: “Tive seis filhos, vingaram dois, vingaram três”, morria muita criança. Isso no Brasil despencou, olha, 26, hoje é 25 praticamente, 24. Aqui, São Paulo, olha a queda, o ano passado, ano retrasado, 12,4, a maioria dos municípios do Estado de São Paulo é 1 dígito, 8, 9 em mortalidade infantil, é índice quase europeu, difícil uma criança morrer. Aqui uma coisa que é importante, qual é a melhor maneira de melhorar a saúde da população? Tem duas coisas que melhoram a saúde da população: educação e dinheiro. Há uma relação direta entre dinheiro e saúde. Se pegar os países mais ricos do mundo, é os que têm a maior expectativa de vida. Se pegar aqui no Brasil, os Estados mais ricos, mortalidade infantil baixa, expectativa de vida alta. Pobre, mortalidade alta, expectativa de vida baixa. Quer melhorar a saúde do povo, é renda, emprego e renda. As famílias mais pobres moram mal, tem saneamento ruim, alimentação inadequada, um conjunto de fatores. E a outra é educação, porque a maior parte das nossas doenças, que nós contraímos, são maus hábitos. Nós mesmos podemos fazer mais pela nossa saúde do que qualquer médico, qualquer hospital, qualquer seguro saúde, a maioria das doenças são maus hábitos. Não é fácil ficar doente, não é fácil. O sujeito fuma 30 anos, não fica doente, come errado 30 anos, não fica doente, ele tem estresse 30 anos, não fica doente, ele não faz ginástica 30 anos, enfim, não é fácil ficar doente. Difícil ficar doente o jovem, muito difícil. Então, a maioria das doenças são maus hábitos, maus hábitos.

Aqui mostra claramente, região rica, olha aqui: Barretos, 9, mortalidade infantil; Ribeirão Preto, 9; Campinas, 11; região rica, mortalidade infantil lá embaixo. Aqui, Baixada Santista, Região Metropolitana, quase 20, isso aqui é periferia das grandes cidades. Região de Sorocaba, regiões mais pobres aqui, Alto Ribeira. Vale do Paraíba, região da montanha, é a Serra da Mantiqueira. Aqui mostra bem, Cubatão, São Vicente, Praia Grande, Guarujá, Suzano, tudo Região Metropolitana, ou da Baixada Santista ou de São Paulo. Aqui, Ourinhos, 6; São Caetano, cidade mais rica do Estado, 7; Salto, Itu, 7; Barueri, cidade riquíssima, 7. Relação direta, dinheiro/saúde, dinheiro/saúde, saúde/dinheiro. Aqui, expectativa de vida. Olha como melhorou, ela era 62 anos/1980, hoje já é no Brasil 73 anos de idade, então subiu 11 anos a expectativa de vida. 73 de média, quem passa dos 30 anos, isso vai para 80, porque morre muito jovem, quinta à noite, sexta à noite, sábado à noite. Os rapazes, principalmente jovens, correm risco de vida nas grandes cidades brasileiras nos finais de semana, não é doença, morrem de causa externa: desastre de automóvel, motocicleta, tiro, droga, violência, então não é doença. Então, passou dos 30 anos sai da vulnerabilidade juvenil e aí a expectativa de vida dispara, vai para mais de 80. Aqui a expectativa de vida, olha o Brasil aqui, 73, olha os ricos: Portugal, 78; Estados Unidos, 79; Finlândia, 79; Alemanha, 79; Cingapura; 80; Noruega, 80; Canadá, 80; França, 82; Islândia, 82; Japão, quase 83. É relação direta entre dinheiro e saúde. Mais um? Aqui… Expectativa de vida, quem vive mais? Homem ou mulher?

Orador não identificado: Mulher.

Geraldo Alckmin: Mulher, por quê?

Geraldo Alckmin: Tem tudo é quanto é versão aqui. Olha os homens, olha aqui, a expectativa de vida no Brasil é de 73, mas os homens é 68. Então os homens, em média, vivem 5 a 6 anos a menos do que as mulheres. Eu fui um dia desses na Vila Prudente dar uma palestra no Centro da Terceira Idade, da Melhor Idade, então 200 pessoas da terceira idade; média de idade, 82 anos – só mulher, os homens tinham morrido todos. [Risos]. E o nome do centro era “As Sapecas”. Olha, olha as mulheres, setenta e? 76. Olha o que eu falei do dinheiro, qual é o Estado mais rico do Brasil? Brasília- Distrito Federal. Olha lá, Distrito Federal, 75, já está encostando na Europa; depois, Santa Catarina, o Sul Maravilha, Santa Catarina, Rio Grande do Sul; depois Minas; São Paulo e Paraná, é onde tem dinheiro. Brasília, o Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, São Paulo e Minas. Agora, olha a pobreza, Alagoas, 66, dez anos a menos, o Maranhão, 66. Então quem nasceu em Brasília ou nasceu em Alagoas, à diferença de expectativa de vida média dentro do mesmo país é de? Dez anos de diferença. Aqui mostra o seguinte: porque as mulheres vivem mais e o que aconteceu. Se a gente pegar em 1930, do que as pessoas morriam? Doenças infecciosas e parasitárias. O que aconteceu? Olha, despencou. O que é isso? O que aconteceu nesses últimos 80 anos? Antibiose, as pessoas morriam, antigamente, de tuberculose, morriam de gripe.

A gripe espanhola, em 1918, um pouquinho antes, matou 300 mil brasileiros, inclusive o presidente da República, o presidente Rodrigues Alves, morreu que nem o Tancredo, ele se elegeu e não tomou posse. Morreu entre a eleição e a posse. Morreu de gripe espanhola. Morriam de tétano, as crianças morriam de mal de sete dias, tétano umbilical. Com a Penicilina, descoberta de Alexandre Fleming, o que aconteceu com antibiótica? As causas infecciosas e parasitárias despencaram, despencaram. Aí aconteceu o quê? Uma coisa que disparou. O quê que disparou? Primeira causa de mortalidade hoje no mundo moderno, inclusive no Brasil, coração e grandes vasos. Então, por isso que as mulheres vivem mais. O hormônio feminino, estrógeno e progesterona protegem o sistema cardiovascular. Se você for agora no Incor, de cada dez leitos, sete são homens, porque os hormônios femininos vão variando, o estrógeno e progesterona protegem o sistema cardiovascular. Depois da menopausa, cai a taxa hormonal e cai a proteção, mas ainda continua por um bom tempo. Então, os homens têm muito mais problemas cardíacos, e portanto vivem menos. A primeira causa é doença do coração e grandes vasos. A segunda é uma que era quase zero, e de repente é a segunda. O que é isso? Câncer. Doenças neoplásicas. O que aconteceu que não era quase nada câncer? Olha aqui, era zero em 1930, e de repente já é a segunda causa. O que mudou para aumentar tanto o câncer? O aumento da idade. Câncer é doença de velho. Muito raro uma criança ter câncer, o jovem ter câncer.

As pessoas morriam com quantos anos antigamente? 43 anos. Não dava tempo de ter câncer, morria antes. Então, se pegasse aqui na década de 1930, 1940, as pessoas morriam muito jovens de moléstias infecciosas. Aí, à medida em que a idade vai aumentando, a incidência de câncer vai… 80 anos de idade, nós homens, de cada dez homens, sete terão câncer de próstata. Isso é ligado. Pessoa de idade emagreceu, ficou mais amarelinha, opa, corre atrás. Então…[Risos]. Câncer, segunda causa. Quem tem mais câncer, homem ou mulher?

Orador não identificado: Mulher.

Geraldo Alckmin: Não. É igual. Qual é o primeiro tipo de neoplasia no Brasil? Homem primeiro, qual o primeiro?

Oradora não identificada: Próstata.

Geraldo Alckmin: Próstata? A rigor é pele, não é? Mas na realidade, pele, 90% é carcinoma, aquela manchinha, aquela pinta que não dá metástase. Então a gente não leva muito, tira um pouco da estatística, porque embora seja uma incidência maior, um dano metástase não é tão grave. O melanoma, não, o melanoma é gravíssimo, mas a incidência é pequena. Tirando a pele, o primeira é próstata. Segundo? Pulmão. Se for fumante, pulmão se não for fumante, tubo digestivo. Mulher, primeiro mama, segundo?

Orador não identificado: [ininteligível].

Geraldo Alckmin: Não. Se for fumante? Pulmão. Se não for fumante, tubo digestivo. Veja que no passado era disparado colo de útero, com o papanicolau, isso foi lá para o fim da fila. Mama… primeiro pele de novo, não é? Por isso todo cuidado com essa coisa de ficar meio dia esturricando no sol, principalmente pessoas de pele mais clara. Primeiro, próstata homem; mulher, mama. Segundo, ambos, pulmão para os fumantes, senão tubo digestivo. Outro dia, Zé Vicente, eu gosto de tomar um cafezinho, fui tomar um cafezinho ali na Praça da República, ali na Rua 7 de abril, aí fui pagar. Aí tinha uma mocinha no caixa, estava no caixa e aquela parede de cigarros. Aí eu olhei o primeiro maço de cigarro, uma cinza, caindo assim, aí dizendo assim: “Cigarro dá impotência”. Aí olhei o maço do lado, uma caveira: “Cigarro mata”. Aí eu falei pra moça: Mas o pessoal lê isso aqui e compra o cigarro? “Ah, doutor, compra, mas todos querem o que mata, né?”. É ou não é?

Aqui vem uma terceira causa aqui, olha, a primeira é coração, a segunda é câncer, a terceira também subindo; a terceira não é doença, a terceira é acidente, é causa externa: moto, carro, tiro, overdose, droga, queimadura, afogamento. Não é doença. Então a gente pode dizer o seguinte: O moço morre de desastre; velho, coração ou câncer. O resto é vírgula. Claro que tem a questão pulmonar, mil problemas, mas, grosso modo, esse é o caso. E nós estamos vivendo mais. Eu diria que em 2050, nós vamos chegar a 100 anos de idade. E as mulheres não morrerão mais. Aqui mostra bem, coração em grandes vasos, aqui olha, coração em grandes vasos, neoplasias, causas externas, depois vem pulmão, aparelho respiratório, aqui está poluição, né? Mas primeiro é coração, grandes vasos, depois vem às neoplasias, estão aumentando, mas o fato é que o câncer mudou, né? Minha avó em casa não se dizia câncer, era “aquela doença”. Hoje o câncer é uma doença curável, curável, diagnosticou corretamente, tratou, curou, vai morrer de velhice.

Impressionante o avanço que nós tivemos na saúde. Causa externa é aonde a gente mais poderia evitar, né? E são jovens, e são rapazes inclusive, a maioria. Aqui, se a terceira causa é causa externa, uma das principais era homicídio, violência. Então olha aqui, em 1999, doze mil e oitocentos homicídios, duro de baixar, três anos em seguida sem reduzir, depois começou a cair. O ano passado, ano retrasado, foi… Aliás, o ano passado, quatro mil, trezentos e vinte. São Paulo tinha trinta e três homicídios por cem mil habitantes, hoje tem dez, o Brasil tem vinte e cinco. No Brasil inteiro aumentou o número de mortes de negros por homicídio; São Paulo caiu drasticamente. É impressionante a queda dos homicídios. Então, nós que tínhamos trinta e três, estamos hoje dez. São Paulo era o quinto Estado do Brasil em número de homicídios, hoje é o vigésimo sexto Estado. Quem é que morre aqui? Jovem, rapaz, fim de semana. Esse é quem morre de homicídio, são os jovens, rapazes, nos finais de semana. Aliás, se a gente for verificar, a população carcerária de São Paulo, 172 mil presos. Quantos por cento são de mulheres? Teoricamente deveria ser 50%. Aliás, um pouquinho mais. Quantos por cento são de mulheres no sistema prisional? 6%; 94% são homens. E esses 6%, a maioria, ainda é a má companhia dos homens, não é? [Risos]. Aqui mostra a queda. Vem de 35%, caindo até 10%. A Organização Mundial de Saúde diz que acima de 10% é epidemia. Nós ainda temos uma epidemia de homicídios. Na hora que baixar de 10%, saímos. Claro que o ideal era reduzir o máximo que puder.

Aqui os arranjos produtivos locais. Isso é um fato importante. O que é um APL? Um cluster, um cluster ou um arranjo produtivo local? É uma região que a maioria das fábricas, das empresas, fazem a mesma coisa. Então Franca, qual é o arranjo produtivo local da Franca? Sapato, calçado masculino. Mil e cem fábricas fazem a mesma coisa: sapato. Desde fábrica de fundo de quintal até grandes fábricas. E faz tudo: faz a sola, o outro faz cadarço, o outro abate o boi, frigorífico, o outro faz curtume wet-blue, o outro faz uma outra fase do curtume, o outro… Cada um faz um, mas a cadeia produtiva toda é sapato.

Então os arranjos produtivos locais são muito importantes. Por exemplo, capital do automóvel, qual é? São Bernardo do Campo. Do avião? São José dos Campos. Do bordado? Ibitinga. Do sapato masculino, está especializando; sapato masculino, Franca. Feminino, Jaú. Diz que lá leia não existe crise, não é? [Risos]. De sapato de criança, Birigui. É isso aí, Birigui, muito bem. E agora surgiu o cluster novo, botinas e botas, calçado country: Santa Cruz do Rio Pardo é a capital do calçado country, botinas e botas. Aqui mostra bem os vários arranjos produtivos do Estado de São Paulo. Aqui mostra: Americana, têxtil e confecções. Birigui, calçado infantil. Cosméticos, Diadema. O grande ABC, metal mecânico, transformar os plásticos. Holambra, flores. Bordado de cama e mesa, Ibitinga. E assim vai.

Parques tecnológicos: antigamente para atrair uma empresa, uma indústria, o que é que se fazia? Pegava uma estrada importante, picotava os terrenos, fazia um loteamento industrial, dizia: “Monte sua fábrica aqui”. Hoje, não. Hoje a ideia é unir do mesmo site, no mesmo local, a universidade, os institutos de pesquisa e o setor privado, para fazer pesquisa e desenvolvimento. Aqui mostra bem, por exemplo: nós temos 30 parques tecnológicos, alguns já implantados e outros caminhando. Então, Piracicaba é bioenergia, é a capital do açúcar e álcool. Então bioenergia. São Paulo, Jaguaré, do lado da USP, do lado do IPT, do lado do IPEN – Energia Nuclear, do lado do Instituto Butantã. Então voltado à química, bioquímica, farmácia. UNICAMP, Campinas, tecnologia de formação. Aqui São José dos Campos, indústria aeronáutica, aeroespacial. São Carlos, biotecnologia.

Sorocaba: amanhã eu estou indo a Sorocaba. Sorocaba é interessante esse fato. A indústria de automóveis, ela é muito significativa em termos de emprego. Para cada um emprego que você coloca na fábrica de automóveis, tem sete fora da indústria de automóveis. Então está vindo para São Paulo a nova fábrica da Hyundai, Piracicaba. A nova fábrica da Toyota, Sorocaba. A nova fábrica da Fiat Tratores, New Holland, Sorocaba. Fábrica chinesa, Chery Automóveis, Jacareí. Então é impressionante o número de investimentos em São Paulo. Então a Toyota, nós vamos ter, em Sorocaba, um grande parque tecnológico, porque vem a fábrica, a Toyota, e mais umas dez em volta para poder fornecer… os fornecedores da Toyota. A Toyota já tem uma fábrica em Indaiatuba, que faz o Corolla. Aqui vai fazer um carro menor, mais barato. Então deve vender muito mais. É um grande investimento. Santos é petróleo e gás. Então aqui toda voltada a petróleo, gás e o Porto de Santos. Barretos, biotecnologia. Jaguaré. Mais um. Santo André, pode passar. Tamboré, pode passar.

Portos. Mais um. Hoje o mais que mais cresce no mundo, e deve ser a primeira economia mundial, hoje é a segunda, mas vai passar os Estados Unidos, é a China. A China se baseia no comércio exterior, exportação, uma economia exportadora. É o made in china. Então você exporta para o mundo todo, ganha mercado. Para exportar precisa ter porto. O porto é um instrumento, hoje no mundo globalizado, fundamental. O maior porto da América do Sul é Santos. Aqui está o canal do porto. Aqui está Santos. Aqui está o Guarujá. O Guarujá é à margem direita, Santos na margem esquerda. Aqui é São Vicente, essa é a Ilha de São Vicente, cabe as duas dentro da ilha, Santos e São Vicente. A Ilha de Santo Amaro, que é Guarujá. Aqui está o estuário, aqui estão os grandes investimentos do Porto de Santos, investimentos superimportantes, esse que já é o maior porto da América do Sul, vai quase que dobrar a sua capacidade.

São Sebastião. São Sebastião é um porto pequeno porque ele não tem ferrovia, mas ele tem um calado natural muito profundo, chega a 14 metros de profundidade o canal de Toque-Toque, aqui entre São Sebastião, que está aqui, e Ilhabela, que está aqui para baixo, então é nesse canal. Por isso que a Petrobras está aqui, os grandes petroleiros, que o canal é muito profundo, um calado natural. E esse porto vai ter uma grande ampliação, é um porto do Estado, para poder atender a Petrobras, porque nós vamos ter aqui grandes investimentos em gás e petróleo.

Bom, aqui o Rodoanel metropolitano. São Paulo é a quarta cidade do mundo em população, a região metropolitana de São Paulo tem 22,5 milhões de pessoas. Só é menor do que a Grande Tóquio, Grande Cidade do México e Nova Iorque, quarta maior cidade do mundo. Então o Rodoanel, a primeira etapa foi feita aqui: Bandeirantes, Anhanguera, Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt. A Asa Oeste nós entregamos já faz cinco anos. Aí foi entregue a Asa Sul, no ano passado: aqui Imigrantes, Anchieta e você chega ao Porto de Santos. E parou aqui, Mauá. Já assinamos um contrato que em 38 meses fica pronta a Asa Leste. Aí chega aqui na Ayrton Senna, Carvalho Pinto, chega na Dutra e chega no Aeroporto de Cumbica, Guarulhos. Então liga o maior aeroporto brasileiro, que é Guarulhos, com o maior porto brasileiro, que é Santos. E a Asa Norte a gente deve contratar em setembro. aí ela vai ligar com a Fernão Dias. Aqui na asa norte a maior parte são túneis e aí fecha o Rodoanel metropolitano – são mais de 180 quilômetros de Rodoanel duplicado.

Aqui o litoral: Ilhabela, São Sebastião, Caraguatatuba, Ubatuba e aqui Dutra e Ayrton Senna, Carvalho Pinto. Aqui São José dos Campos, Tamoios. Então essa vai ser duplicada, ligação de São José com Caraguá, contorno de Caraguá para Ubatuba e por túneis chegar em São Sebastião para poder atender o porto. Sempre com o foco no porto, duplica o acesso, o Rodoanel, duplica Imigrantes, porto, porto, sempre melhorando o acesso ao porto.

Mais um.

O modal viário que mais cresce é a aerovia. Cresce 20% ao ano. Vamos dizer que a economia brasileira, em média, cresça 4% ao ano. Uma hora cresce 0%, outra hora cresce 8%, a média é 4%, 4,5%. O modal aeroviário cresce quase 20%, é impressionante. Diz que antigamente uma cidade para crescer tinha que estar na praia, à beira-mar. O primeiro município brasileiro é São Vicente. Isso é uma marca da nacionalidade. Tudo na praia, Santos, Rio de Janeiro, Salvador, tudo a beira mar. Depois para crescer tinha que estar na beira do rio, a entrada das bandeiras. São Paulo, na beira do Tietê, na beira do Piratininga, Tamanduateí. Na beira do rio. Depois Ferrovias, as ferrovias: Sorocabana, Mogiana, levou o desenvolvimento para o interior. Depois as autoestradas: a Bandeirantes, Castelo Branco… Hoje, é? Aeroporto, aeroporto é o mais importante! Qual é maior cidade, depois de São Paulo? Guarulhos? Aeroporto. A terceira cidade? Campinas tem aeroporto. Tem que ter aeroporto para crescer, nós temos três aeroportos metropolitanos: aqui Congonhas, aqui Viracopos, perdão, Cumbica e lá em Campinas o Viracopos. Então nós temos três aeroportos, os três lotados, lotados, vem não consegue estacionar. Um dia desses, eu na campanha, eu estava vindo de Ribeirão Preto para Campinas à noite e não tinha como descer em Viracopos, porque não tinha onde parar o avião, não tem estacionamento. Nós temos um problema grave, falta de? Aeroportos.

Então aqui vai ser construído, isso aqui é Governo Federal, Infraero, vai construído o terceiro terminal de Viracopos… De Cumbica em Guarulhos, e o segundo terminal e a segunda pista de Viracopos, Campinas que é o melhor céu do Brasil e já se estuda um quarto aeroporto metropolitano para São Paulo, próximo. O Estado de São Paulo, o Governo do Estado de São Paulo tem 31 aeroportos, o maior é esse aqui Ribeirão Preto, ele cresceu 39% o ano passado! Impressionante o crescimento do interior de São Paulo nos aeroportos: Ribeirão, Rio Preto, Bauru, Presidente Prudente, Jundiaí, Sorocaba até Registro aqui no Vale do Ribeira, estamos terminando o aeroporto, mais um, mais um.

Ferrovia, o transporte ferroviária está crescendo era 8% a carga que chegava em Santos, hoje já 28%, o problema é atravessar São Paulo! Como é que se atravessa São Paulo se você cada vez mais o trem de passageiro está mais lotado e com horários mais frequentes? Então a proposta é o tramo sul do Ferroanel. Do lado do Rodoanel fazer o tramo sul tudo para chegar em? Santos, mais rapidamente com a carga. Mais um, mais um. Dutovias. O Estado de São Paulo, Brasil são os maiores produtores de açúcar e álcool do? Mundo. O Brasil é o maior produtor de açúcar e álcool do mundo, o Estado de São Paulo é o maior produtor mundial de açúcar e álcool. Como é que o álcool é exportado? Tudo de caminhão é um caminhãozinho atrás do outro para ir para o? Porto, então a ideia é o quê? Uma rede paulista de dutos, saindo aqui de Araçatuba, saindo de Ribeirão Preto vindo tudo para Paulínia e para o Porto de Santos e o Porto de São Sebastião. Então está sendo construindo uma grande rede de dutos, né, dutovia para poder exportar o álcool combustível.

Mais um. Hidrovia Tietê-Paraná. Nós temos 2.400 km de hidrovias. Se não fosse Itaipu, dava para ir até Buenos Aires de barco, é que não tem eclusa em Itaipu, se não chegava até a Bacia do Prata. Estive com a presidente Dilma agora na quarta-feira retrasada, e nós vamos fazer grandes investimentos em hidrovia Tietê-Paraná, porque beneficia São Paulo, Minas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná, pega toda uma região sudeste e centro-oeste. Aqui, o agronegócio. São Paulo tem uma grande indústria, mas tem também importante agronegócio. Ele é responsável por 1/3 do agronegócio brasileiro e 25% das exportações brasileiras. Aqui, o primeiro do Brasil em agronegócio e exportação é São Paulo, segundo, Rio Grande do Sul. Terceiro, Paraná. Quarto, Mato Grosso, quinto, Minas. Sexto, Santa Catarina. Aqui nós somos o maior produtor mundial de açúcar e álcool, o estado de São Paulo, o maior exportador de carne bovina. O Brasil é o maior exportador mundial, passou a Austrália e passou os Estados Unidos, o maior exportador mundial de carne bovina. São Paulo tem o maior rebanho, mas ele pega carne dos frigoríficos, trabalha e depois exporta. São Paulo é o maior produtor mundial de suco de laranja, nós temos o maior pomar de laranja do mundo, passamos a Flórida. Cada dez copos de sucos de laranja no comércio exterior, cinco são produzidos em São Paulo. Grande exportador de madeira, produtor de madeira, e bens de capital do agronegócio, ou seja, máquinas e equipamentos, tratores agrícolas e equipamentos. Ainda somos o maior produtor brasileiro de borracha, o maior produtor brasileiro de flor e de fruta.

Para encerrar, petróleo e gás. Então, o que é a Bacia de Santos? A Bacia de Santos engloba cinco estados: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, cinco estados. Mas grandes jazidas de petróleo e gás estão no estado de São Paulo. Agora, o petróleo… A Petrobras tem mais de 50 anos, o petróleo descoberto até agora, ele foi o petróleo pós-sal – acima da camada de sal. O pré-sal é abaixo da camada de sal, portanto, mais profundo. Aqui está o navio ou a plataforma do petróleo, você tem aqui 1 km, mais ou menos, de água. Aí bate aqui no fundo do mar, aí, você tem 2 km praticamente de pós-sal e rochas – onde está o petróleo. Depois tem mais 1km a 2 km de sal, e abaixo disso está o pré-sal.

Então, o pré-sal, a primeira característica, ele é muito fundo, 6 km de profundidade, mais de 5 km. Como é que se juntou esse sal aqui? A África e a América eram um continente só, então a África e a América eram o mesmo continente. E iam morrendo animais, morrendo animais, matéria orgânica, carbono, morrendo vegetais, matéria orgânica, carbono, vai morrendo, vai depositando carbono, que é petróleo, petróleo é carbono. Aí começa a separar a África da América, e entra a água do mar e deposita sobre o carbono, sobre a matéria orgânica, sal e depois a rocha. Então esse sal que está aqui, isso milhões de anos, isso foi ao longo de milhões de anos. Então nós tirávamos o petróleo dessa parte aqui do pós-sal. Agora nós vamos tirar do pré-sal. Esse petróleo é de melhor qualidade, porque ele está envelopado, está protegido pela camada de sal. Ele é mais caro, mais difícil de tirar, mas ele tem melhor qualidade.

Outra característica do pré-sal: o pós-sal geralmente estava aqui a 140, um mexilhão aqui, ele estava geralmente a 140, 150 quilômetros da costa, o pré-sal está 300, 350 quilômetros da costa, então o pré-sal está muito mais para dentro do mar, e muito mais profundo. Agora, para ter uma ideia do tamanho disso, veja bem: nós levamos praticamente mais de 50 anos, praticamente quase 50 anos ou quase 60 anos para produzir um milhão e 800 mil barris de petróleo, isso que nós levamos quase 60 anos, no pré-sal nós levaremos 16 anos.

Então a descoberta do pré-sal e da Bacia de Santos, a Bacia de Santos tem uma importância gigantesca. Você vai ter que produzir navio, vai ter que produzir plataforma, vai ter que ter emissários. Caraguatatuba vai ser a maior unidade de tratamento de gás do Brasil. Quer dizer, mas isso daqui quantos anos? Ontem. O gasoduto ligando Caraguá e Taubaté está pronto, deve inaugurar em 30 dias, e já liga o gasoduto, o gasoduto Rio-São Paulo. Então realmente o Brasil… O Criador foi generoso, não é? Porque além de não termos esses gravíssimos de outros países do mundo, como os terremotos, tsunamis e tudo isso, nós somos o país que tem agricultura forte, a mais eficiente agricultura dos trópicos, uma indústria importante, veja que antigamente se dizia: “Fabricar avião é coisa para gente rica, é coisa para europeu, americano”. Nós fabricamos aviões, três fábricas em São Paulo: São José dos Campos, a Embraer fabricando aviação executiva, aviação comercial; Gavião Peixoto, Araraquara, aviação militar; e Botucatu, aviação agrícola. Terceira indústria Aeronáutica do mundo, você tem uma indústria de ponta, de alta tecnologia. O Itec, que é feito na China e nos Estados Unidos, vai ser feito aqui em São Paulo, esse Itec, e nós vamos começar a fabricar semicondutores, você vai ter um avanço tecnológico importante. E o outro fato são os recursos naturais, que é o petróleo e gás. Mais um?

Muitíssimo obrigado.