Parque Estadual Xixová-Japuí realiza retirada de materiais de pesca perdidos no mar

Ação conta com cinco mergulhadores que terão a disposição quatro embarcações

sex, 05/11/2010 - 12h00 | Do Portal do Governo

A Fundação Florestal (FF), entidade ligada à Secretaria do Meio Ambiente – SMA, em parceria com Instituto de Pesca, realiza nesta sexta-feira, 5, mais um “Dive Clean”, ação de recolhimento materiais de pesca, os chamados Petrechos de Pesca Abandonados, Perdidos ou Descartados (PP-APD) no mar. Dessa vez, a campanha acontecerá no Parque Estadual de Xixová-Japuí e contará com o apoio da Associação das Operadoras de Mergulho (AOM), empresa Divers University e bombeiros da Polícia Militar.

A estrutura envolvida conta com cinco mergulhadores, que terão a disposição quatro embarcações, sendo uma da Operadora de Mergulho Pé de Pato, uma do Corpo de Bombeiros e duas da Fundação Florestal (uma do Parque Estadual de Xixová-Japuí e a outra do Parque Estadual Marinho Laje de Santos. Os monitores ambientais que participam dessa ação integram as equipes dos dois parques.

No dia 29 de outubro, foi realizada no Parque Xixová-Japuí, em parceria com a empresa Nutecmar, a primeira sondagem do fundo com o instrumento denominado side-scan, um aparelho que registra anomalias do fundo do mar e pode identificar petrechos de pesca perdidos e presos nas rochas. A intenção foi realizar uma busca desses materiais no fundo marinho.

Ações já realizadas

Em janeiro deste ano foi realizada a primeira Campanha “Dive Clean”, restrita ao Parque Estadual Marinho Laje de Santos. Na ocasião, foram retirados cerca de 350 quilos de petrechos de pesca em uma área que corresponde apenas a 0,36% da área da Unidade de Conservação, que tem 5.000 hectares.

Ao longo do ano de 2010, os monitores ambientais recolheram cerca de 200 quilos desse tipo de material nas operações de mergulho nos finais de semanas e em ações de fiscalização.

É importante ressaltar que este projeto não incentiva o recolhimento de petrechos de pesca, uma vez que são materiais perigosos que precisam ser previamente avaliados e, após a retirada, ter destino adequado. Afinal, esses materiais oferecem riscos de acidentes e devem ser tirados do mar somente por pessoas capacitadas.

Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar

As ações “Dive Clean” são resultado do Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar – Blue Line System, firmado pela parceria do Instituto de Pesca com a Fundação Florestal. O projeto é inédito no Brasil por ser o primeiro a apresentar metodologias de estudo e recolhimento dos Petrechos de Pesca. Esses equipamentos são responsáveis por graves impactos ambientais na fauna marinha. A maioria dos trabalhos de recolhimento de lixo marinho é realizada apenas com materiais encontrados nas praias.

A área de estudo do projeto abrange os Parques de Xixová-Japuí e Marinho Laje de Santos, duas Unidades de Conservação de Proteção Integral em que a pesca é proibida. Todo material recolhido é mapeado, quantificado e analisado em laboratórios para compreensão da origem, a avaliação dos impactos gerados e a projeção de medidas de mitigação e prevenção.

O projeto tem duas fases de ação, uma preventiva e outra mitigadora. Na primeira são projetados pacotes tecnológicos de incentivo a responsabilidade sócio-ambiental, envolvendo desde os setores de fabricação e comercialização até os pescadores (consumidores), para se evitar a perda de petrechos de pesca no mar.

A fase mitigadora trabalha com o caminho inverso da anterior, ou seja, com o petrecho de pesca no oceano, através do recolhimento, pesquisa e destinação adequada, ou seja, da reciclagem do material ou incineração.

Problemas causados no ambiente

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que cerca de 640 mil toneladas de petrechos de pesca são perdidas anualmente pela pesca amadora e industrial em todo o mundo.

Partes de redes que podem alcançar dezenas de metros, cabos de fios sintéticos, persistentes no ambiente e anzóis, entre outros materiais, realizam a chamada pesca fantasma, onde os animais marinhos, como peixes, raias, tartarugas e mamíferos, ficam emaranhados e morrem.

Da Secretaria do Meio Ambiente