Imprensa Oficial lança livro sobre a formação do Estado de SP

Obra em três volumes reúne textos de diversos autores sobre os aspectos econômicos, culturais, políticos, sociais e educacionais que influenciaram o desenvolvimento do Estado

sex, 22/10/2010 - 17h00 | Do Portal do Governo

Um verdadeiro raio-X do Estado de São Paulo desde os seus primórdios até os dias atuais. Com farto material acadêmico, “História do Estado de São Paulo: A Formação da Unidade Paulista” indica todos os fatores econômicos, culturais, políticos, sociais e educacionais que influenciaram na formação do Estado paulista. Produzidos por estudiosos e pesquisadores da história, os textos estão dispostos em três volumes organizados por João Ricardo de Castro Caldeira e Nilo Odalia (post mortem) e co-editados pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Editora Unesp e Arquivo Público do Estado de São Paulo. O lançamento acontecerá neste sábado, 23, na Estação Pinacoteca, na Capital.

O primeiro volume trata dos períodos colonial e imperial; o segundo, da República. No terceiro descreve-se a trajetória dos governantes ao longo da história, além de listar todos os 645 municípios paulistas.

Na apresentação, João Ricardo explica que o objetivo da obra é “identificar o processo de constituição da unidade paulista como região dotada de autonomia, expressão internacional e capacidade de exercer influência significativa sobre os rumos da política, da economia e da cultura nacionais”. Ele afirma que a opção por um trabalho coletivo se deu pela grande complexidade da proposta, e, por essa razão, os textos não seguem uma ordem cronológica, embora sigam a seqüência Colônia-Império-República.

O primeiro volume, com 508 páginas, começa por um estudo geográfico que detalha morfologia, clima, topografia, aspectos térmicos e pluviométricos. O texto seguinte aborda os primeiros habitantes que ocuparam o território, provavelmente grupos de coletores e pescadores no baixo Vale do Ribeira de Iguape, onde ainda há um grande número de material remanescente da cultura sambaqui. Essa parte da obra passa ainda pelo bandeirismo e pela expansão para o interior paulista; a extinção e os primórdios da restauração da capitania de São Paulo; e o ciclo do açúcar.

Na seção dedicada ao Império, ainda no primeiro volume, os autores tratam dos engenhos centrais, das finanças públicas no século XIX, das dificuldades em se abrir os caminhos para o mar, o surgimento das ferrovias e a abolição da escravidão. Já os textos que tratam de política durante o Império abordam temas como a Independência Nacional; o estado monárquico (após a independência) e a manutenção da ordem pública; a influência da Revolução do Porto na construção do poder de governo na Província de São Paulo; a chamada “Revolução Liberal” de 1842 e a articulação do poder de São Paulo com o Governo Central.

Ao longo das 684 páginas sobre a República, o segundo volume analisa a economia e a evolução social no período cafeeiro, a indústria e as finanças de São Paulo no início do século XX; a expansão da ferrovia para o porto de Santos; as políticas de colonização entre o final do século XIX e meados do XX. Traça ainda um painel sobre a migração no Estado, com quadros comparativos, e a presença cada vez maior das mulheres no trabalho fabril. Do ponto de vista político, são vistos aspectos como a evolução do Partido Republicano Paulista (PRP) e sua hegemonia; a repressão do Governo Vargas sobre os paulistas e as revoluções de 1924 e 1932. Na seção destinada à Cultura os autores falam sobre o modernismo, a atuação da grande imprensa durante o golpe militar de 1964, o cinema e o teatro, entre outros temas. Há, ainda, uma parte reservada à Educação e Ciência, com textos sobre a saúde pública entre 1889 e 1930, a criação da Escola Politécnica e uma análise sobre o sistema universitário paulista.

O terceiro volume, com 310 páginas, traz quatro quadros com a relação de todos os donatários das capitanias hereditárias de São Vicente e Santo Amaro, descendentes de Martim Afonso de Sousa e Pero Lopes de Sousa, e outros três com a lista dos capitães-mores da Capitania de São Vicente e as respectivas datas de nomeação pelos donatários. Na sequência, há um breve histórico de todos os capitães-gerais da Capitania de São Paulo e Minas Gerais do Ouro, criada em 1709, e que teve como sede a vila de São Paulo, elevada à categoria de cidade dois anos mais tarde. A partir do ano de 1824, dois anos após a Independência do Brasil, São Paulo tornou-se uma província, sendo governado por presidentes – todos eles estão listados no livro, com um pequeno histórico. Os autores detalham também todos os presidentes, governadores e interventores do Estado após a proclamação da República. Por fim, há uma listagem com todos os municípios paulistas, com data de fundação e a história de cada um deles.

Da Imprensa Oficial