PM promove campanha contra o uso de cerol em Botucatu

Haverá demonstração sobre riscos pelo uso de cerol para alunos de escola estadual

ter, 22/06/2010 - 13h00 | Do Portal do Governo

O 12º Batalhão de Polícia Militar do Interior e Guarda Municipal de Botucatu realizaram uma demonstração sobre os riscos pelo uso de cerol nesta terça-feira, 22. A apresentação foi assistida pelos alunos da Escola Estadual Américo Virgínio dos Santos que integram o programa Jovens Construindo a Cidadania (JCC) e atuarão como multiplicadores do conceito do não uso do cerol.

O objetivo do treinamento foi demonstrar os grandes riscos no uso do cerol e, com isso, evitar acidentes – julho é o mês das férias escolares e nesse período aumenta o número de jovens que soltam pipas e papagaios, utilizando, muitas vezes, o cerol.

Foi realizada uma simulação de corte no pescoço de uma vítima condutora de motocicleta e acidentes com ciclistas. Também foram apresentadas as vantagens na utilização de antena defletora para motocicletas, cortes feitos por linhas com cerol em legumes e dicas para evitar acidentes ao se locomover em moto ou bicicleta. Os integrantes da Guarda Municipal explanaram sobre a legislação em vigor, considerando Além disso, o médico cirurgião plástico, Aristides Palhares, da Unesp, falou sobre os ferimentos causados por linha de pipas com cerol.

Brincadeira perigosa

Não há uma estatística precisa, mas, segundo os levantamentos da Associação Brasileira de Motociclistas (Abram) acontecem cerca de 100 casos por ano no Brasil de acidentes envolvendo linhas com cerol, sendo que 50% são graves e 25% são fatais.

A conhecida mistura de cola e vidro moído é usada para cortar a linha dos “adversários” e pode causar ferimentos ou mesmo levar à morte. Ciclistas e motociclistas são os mais vulneráveis já que os ferimentos acontecem geralmente na altura do pescoço ou rosto das vítimas. Durante o acidente, o vidro moído ou pó de ferro, colado à linha, exerce forte pressão sobre o tecido humano, havendo elevado coeficiente de atrito. Considerando que a superfície de contato é muito pequena, ou seja, reduzida à espessura da linha, o ponto de pressão é muito concentrado e os cortes são inevitáveis. Exemplo dos riscos de um acidente deste tipo é a vítima ter uma artéria ou veia do pescoço seccionada o que lhe pode causar forte hemorragia e matar em minutos.

Existe também a chamada linha chilena que é feita de material ainda mais resistente e que tem poder de corte maior do que as linhas convencionais.

Independentemente do tipo de “cortante” utilizado, pode haver implicações legais que recaem sobre sua fabricação, comércio e utilização. Dependendo da análise de um caso concreto, como a exposição da vida e da integridade física de terceiros às linhas com tais substâncias (fato que se enquadra no artigo 132 do Código Penal), chega até as lesões corporais (artigo 129, do Código Penal) ou homicídios (artigo 121, do mesmo código).

Da Polícia Militar