Estudo do Seade destaca processo de envelhecimento da população paulista

Envelhecimento terá grande impacto em todos setores da sociedade como educação, saúde e previdência social, entre outros

qua, 14/04/2010 - 13h00 | Do Portal do Governo

Estudo elaborado pela Fundação Seade com base em suas projeções demográficas, mostra que estão em curso profundas transformações na estrutura etária da população de São Paulo.

Em 1950, a base da pirâmide demográfica do Estado de São Paulo, formada pelo grupo etário de zero a quatro anos, correspondia à parcela de maior participação relativa no total da população. Em 2000, o traçado dessa figura já apresentava alterações, com o estreitamento da base da pirâmide e o alargamento das faixas etárias mais avançadas. Para 2050, as projeções populacionais indicam inversão na figura da pirâmide tradicional, em que a base tornou-se mais estreita do que o topo.

Esses três momentos da demografia paulista mostram a trajetória do processo de envelhecimento e o novo retrato da população, em que a idade mediana, que era de 20,8 anos, em 1950, passou para 27,5 anos, em 2000, e possivelmente alcançará 45,3 anos, em 2050. Isso significa que, se hoje a metade da população paulista tem menos de 32 anos, daqui a 40 anos terá mais de 45 anos.

Esse panorama interfere em todas as dimensões da vida e terá grande impacto nas demandas de todos os setores da sociedade, como aquelas relacionadas a educação, saúde, previdência social, etc.

Outro aspecto do estudo aborda a razão de dependência, que corresponde ao quociente entre a população em idade inativa e aquela em idade potencialmente ativa. Convencionou-se que são considerados inativos os efetivos com menos de 15 anos e com 60 anos e mais, enquanto a população potencialmente produtiva engloba as pessoas de 15 a 59 anos.

Esse indicador mostra quantas pessoas inativas um indivíduo em idade ativa deve suportar. Quanto menor seu valor, menores devem ser as transferências das pessoas ativas para a manutenção das inativas. Desde 1960, esse indicador vem se retraindo e deve atingir seu ponto mínimo (51,4%) em 2010, permanecendo em patamar inferior a 60% até 2030, para então voltar ao nível de 1960 e alcançar quase 77% em 2050.

Isso significa que a população paulista passa por um período singular durante o processo de transição demográfica, denominado “janela demográfica de oportunidades” ou “bônus demográfico”, por refletir uma conjuntura demográfica favorável ao processo de desenvolvimento socioeconômico. As pressões determinadas pelas necessidades dos segmentos inativos da população seriam relativamente menores e haveria, portanto, mais fôlego na sociedade para investimentos visando o desenvolvimento e a adaptação à nova realidade demográfica que começa a se delinear.

Clique aqui para ler a íntegra desse estudo que foi publicado no boletim SP Demográfico, ano 10 nº 3.

Da Fundação Seade