Recuperação da Serra do Mar começa com plantio de mudas nativas

Remoção de famílias, novas moradias e ações ambientais contam com investimento de R$ 850 mi

ter, 09/03/2010 - 10h18 | Do Portal do Governo

(atualizado 17h)

O plantio de cerca de 50 mudas de espécies nativas, entre elas aroeira-mansa, jatobá, pitanga e manacá-da-serra, realizado nesta terça, 9, marcou o início da recuperação ambiental da Serra do Mar. Algumas mudas serão plantadas sobre os pisos das antigas residências, já que estas estruturas colaboram na contenção do solo, de modo a evitar deslizamentos, até que as novas árvores criem raízes firmes. “Daqui cinco a dez anos essa área será totalmente recuperada. A natureza se regenera. Nós só vamos ajudar”, disse o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano.

O primeiro passo na recuperação ambiental da Serra do Mar se deu em março de 2007 com o congelamento da área ocupada, evitando a construção de novas moradias. A Polícia Militar sobrevoou a área periodicamente e intensificou a fiscalização.

Ao mesmo tempo, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) providenciou a transferência das famílias para conjuntos habitacionais nas cidades de Peruíbe, Itanhaém, Praia Grande, além de unidades na capital e na Região Metropolitana de São Paulo. O passo seguinte é a demolição das casas e o reflorestamento. Até 2012, o Estado vai investir R$ 850 milhões nessas ações.

“A demolição e o plantio são o auge do projeto. É onde queremos chegar”, afirmou o coordenador do programa de recuperação da Serra do Mar, Coronel Eliseu Eclair. Já para Lafaiete Alarcon da Silva, gestor do núcleo Itutinga-Pilões do Parque Estadual da Serra do Mar, as ações de recuperação são fundamentais. “Trata-se de um bem ameaçado, um dos únicos fragmentos de Mata Atlântica, além de frágil”, afirmou.

Ao total cerca de 5.350 famílias, dos bairros Cota 400, 200, Água Fria, Pilões, Sítio Queiroz e Pinhal do Miranda, serão retiradas do Parque Serra do Mar e serão transferidas para áreas urbanizadas. Além disso, 2.410 famílias ficarão em suas residências. Para isso, o Governo de São Paulo vai investir na urbanização das áreas irregulares, promovendo infra-estrutura, como fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, construção de escolas, postos de saúde e áreas de lazer. “O programa de recuperação da Serra do Mar une preservação ambiental com qualidade de vida. No prazo de três a cinco anos esse trabalho será visível”, enfatizou Graziano.

O secretário também enalteceu o trabalho dos técnicos do Instituto Florestal e da Fundação Florestal, além do jornalismo investigativo exercido por Randau Marques, na época em que as indústrias de Cubatão provocaram grandes impactos na vegetação.

O Parque

O Parque Estadual da Serra do Mar constitui a maior unidade de conservação em área de Mata Atlântica, cujo domínio se estende de Santa Catarina ao Espírito Santo. Sua preservação é considerada uma das grandes prioridades para a conservação da biodiversidade em todo o continente americano.

Apesar de reduzida, com pouco mais de 8% da área original, a Mata Atlântica exerce influência direta na vida de mais de 80 % da população brasileira que vive em seu domínio. Seus remanescentes regulam o fluxo dos mananciais, asseguram a fertilidade do solo, controlam o clima, protegem as encostas das serras, além de ajudar na preservação do patrimônio histórico e cultural.

Da Secretaria do Meio Ambiente