Índices do Idesp e Saresp mostram melhora generalizada nas escolas estaduais

Educação paulista superou amplamente as metas estabelecidas pelo Índice de Educação (Idesp), que cresceu 9,4%

sex, 26/02/2010 - 14h12 | Do Portal do Governo

Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp) e do Sistema de Avaliação e Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) de 2009 mostram uma melhora generalizada nos níveis de aprendizado dos cerca de cinco milhões de alunos da rede estadual. O conjunto das cinco mil escolas estaduais superou amplamente a meta estabelecida pelo Idesp, que era 2,58 para o ano de 2009, com o índice chegando a 2,79 – um crescimento de 9,4% em relação aos 2,55 de 2008.

“Os resultados mostram que os programas inovadores implementados pelo governo do Estado já estão melhorando a qualidade da educação das nossas crianças e jovens”, diz o secretário Paulo Renato Souza. “A melhora vigorosa dos indicadores do Ensino Fundamental projeta para os próximos anos a manutenção da tendência de elevação do desempenho nas séries seguintes”, completa.

O Idesp, que além das notas do Saresp considera também em sua composição dados da progressão (promoção ou repetência dos alunos) e da evasão escolar, mostra uma forte evolução no Ensino Fundamental. No Ciclo I (primeira à quarta séries), a meta do Idesp para 2009 era 3,35, mas o resultado alcançado foi 3,85 – um crescimento expressivo de 18,4% em relação aos 3,25 de 2008. No Ciclo II (quinta à oitava séries), a evolução também foi significativa: a meta era 2,63, e o resultado atingido foi 2,83, uma evolução de 9,6% em relação aos 2,58 obtidos em 2008. No Ensino Médio, a meta do Idesp de 2,00 foi praticamente atingida, com o índice de 1,97.

Nada menos do que 73% das escolas estaduais cumpriram metas do Idesp, o que permite prever um pagamento expressivo do Bônus por Resultado, que será feito para as equipes escolares que melhoraram seu desempenho, cumpriram ou superaram as metas estabelecidas para cada escola de acordo a com a sua realidade. Entre as escolas que estavam com índices mais baixos e receberam apoio especial da Secretaria o percentual de cumprimento das metas foi ainda maior: 93%.

Saresp mostra avanço do ensino fundamental

O Saresp compreende o resultado dos exames realizados pelos alunos em novembro de 2009 e seus resultados são apresentados numa escala internacional de proficiência. A média de Língua Portuguesa na quarta série do Ensino Fundamental subiu 10,4 pontos (de 180, em 2008, para 190,4, em 2009). Em Matemática, a melhora na quarta série também foi muito expressiva, de 10,8 pontos (de 190,5 para 201,3).

As médias de Língua Portuguesa e Matemática na oitava série do Ensino Fundamental também melhoraram: 4,6 pontos em português (de 231,7 para 236,3) e 5,8 pontos em matemática (de 245,7 para 251,5). No Ensino Médio, houve melhora em português (dois pontos, de 272,5 para 274,5) e um decréscimo em Matemática (de 273,8 para 269,4). “Pode-se dizer que os resultados mostram um ponto de inflexão em relação ao histórico recente das avaliações, com a curva apontando para cima, ou seja, para melhor”, diz o secretário Paulo Renato.

Cursos de matemática para professores

A única queda de rendimento do Saresp 2009 ocorreu em Matemática na terceira série do Ensino Médio, que mostrou um recuo de 4,4 pontos. Há algumas explicações para esse recuo. São Paulo é o estado em que a universalização do Ensino Médio mais avançou em todo o Brasil. Nada menos do que 86% dos jovens de 15 a 17 anos estão na escola, e 69% estão na série adequada à sua idade. A ampliação do acesso sempre promove, num primeiro momento, queda na média das avaliações. Mas há, também, uma dificuldade constatada mundialmente na passagem da aritmética (que lida basicamente com números) para a álgebra (quando são incorporadas incógnitas e o universo simbólico da matemática), o que começa a ocorrer por volta da sexta série.

A dificuldade adicional com matemática também foi detectada em outras avaliações promovidas pela Secretaria de Educação, como a Prova dos Temporários e os exames do Programa de Valorização pelo Mérito. Para enfrentar essa situação, a Secretaria de Educação oferecerá para todos os professores de Matemática da rede estadual, a partir de março, cursos com 240 horas de duração, promovidos pela Escola Paulista de Formação de Professores, com atividades presenciais e à distância. Os cursos foram desenvolvidos a partir das demandas dos próprios professores captadas por coordenadores pedagógicos de todas as Diretorias de Ensino, e têm o seu foco na metodologia de ensino. “Tenho certeza que esse grande esforço, focado nas próprias demandas dos professores e nas dificuldades captadas nas diversas avaliações, vai melhorar a efetividade do ensino de matemática”, diz o secretário Paulo Renato.

Níveis de desempenho

Houve, também, uma melhoria acentuada na distribuição dos alunos pelos níveis de desempenho. Destaca-se, em Língua Portuguesa, a forte mudança obtida na quarta série do Ensino Fundamental. O desempenho Insuficiente recuou 5,8 pontos percentuais, caindo a 20,9% do total dos alunos. Quase sessenta e nove por cento dos alunos tiveram seu desempenho considerado Suficiente, e 10,3% alcançaram o patamar Avançado. “É uma evolução muito significativa num espaço curto de tempo, o que coloca o conjunto dos alunos num novo patamar de aprendizado”, diz Paulo Renato.

Na oitava série, o percentual de alunos com desempenho Insuficiente em Língua Portuguesa caiu 3,6 pontos percentuais, para 22,5% do total, e a participação dos alunos com desempenho Suficiente subiu para 75,1%, com 2,3% em patamar Avançado. No Ensino Médio, 3,4% dos alunos deixaram a avaliação Insuficiente, remanescendo 29,5% neste patamar, enquanto 69,8% estão no nível Suficiente e 0,7% no Avançado.

Considera-se desempenho Suficiente em Língua Portuguesa, na quarta série do Ensino Fundamental, o domínio das habilidades e conteúdos do currículo da série. Os alunos realizam tarefas de leitura mais complexa que envolvem três aspectos simultâneos: formulação de hipóteses sobre os significados do texto; reformulação das hipóteses iniciais durante a leitura; e construção de sínteses parciais. Na oitava série, o desempenho Suficiente pressupõe que o leitor relaciona a informação encontrada em um texto com conhecimentos provenientes de outras fontes, assim como acentua-se a capacidade de análise de textos de opinião e argumentativos. Na terceira série do Ensino Médio, o desempenho Suficiente inclui a habilidade de justificar ou explicar um conhecimento por meio de conceitos específicos da área, além da habilidade de avaliar que pressupõe que o leitor emita um juízo de valor sobre determinada proposição. Já o desempenho Avançado pressupõe, além dos conhecimentos e conteúdos esperados, competências e habilidades acima do requerido na série escolar em se encontram.

Matemática

Em Matemática, tem-se para a quarta série do Ensino Fundamental evolução semelhante à verificada em Língua Portuguesa, com decréscimo de 8,8 pontos percentuais na participação de alunos com desempenho Insuficiente, remanescendo 30,3% dos alunos nesta situação. “Ainda temos muito a avançar, mas a realidade é que estamos melhorando, pois 69,7% estão com desempenho Suficiente ou Avançado”, diz Paulo Renato. Na oitava série, a queda dos alunos com desempenho Insatisfatório foi de 6,9 pontos percentuais, permanecendo 27,6% nesta situação (com 71,2% com avaliação Suficiente e 1,2% como Avançado). O Ensino Médio de Matemática é o único indicador com desempenho negativo, com a elevação de quatro pontos na participação dos alunos com desempenho Insuficiente (de 54,3% para 58,3%).

Em Matemática, considera-se que na quarta série do Ensino Fundamental o aluno com nível suficiente domine as regras do sistema de numeração decimal para os números naturais, localiza em reta graduada números com até dois algarismos, calcula resultados de adição, subtração, multiplicação e divisão de números naturais e decimais, reconhece a fração como representação da parte de um todo e resolve problemas envolvendo até a representação decimal de cédulas e moedas. Além disso, resolve problemas envolvendo a multiplicação com significado de proporcionalidade ou de aspecto combinatório e problemas envolvendo os percentuais de 25% e 50%. Na oitava série, o desempenho suficiente pressupõe que o aluno lê números naturais até a classe dos bilhões, localiza na reta numérica números decimais com representação de milésimos, relaciona uma fração decimal à sua representação decimal, calcula a média aritmética de um conjunto de números, o valor de uma potenciação de número inteiro, o valor de uma expressão numérica envolvendo as quatro operações e também resolve sistemas lineares com duas equações e duas incógnitas, entre outras habilidade. Na terceira série do Ensino Médio, o aluno com desempenho suficiente descreve as características fundamentais da equação de segundo grau, identifica o gráfico cartesiano que representa a relação entre o tempo e a distância percorrida em velocidade constante e reconhece as propriedades relativas ao crescimento ou decrescimento de funções exponenciais, entre outras habilidades.

Valorização do professor

Os resultados obtidos pelo Saresp 2009 se devem a uma série de políticas inovadoras lançadas pelo governo de São Paulo nos últimos três anos. Todos os programas educacionais foram voltados para melhorar a dinâmica da sala de aula e no apoio e estímulo ao professor em seu dia a dia. “Implantamos programas que valorizam e respeitam os professores, e os resultados já aparecem”, diz o secretário Paulo Renato.

A política educacional de São Paulo se estrutura em quatro eixos. O primeiro se refere aos padrões curriculares adotados para a rede de cinco mil escolas. Dois programas se destacam: o Ler e Escrever, que estabeleceu a figura do professor auxiliar nas salas de aula nas classes iniciais e todo um sistema para reforçar a alfabetização das crianças, com 1,8 milhão de livros distribuídos, entre outros materiais; e o São Paulo Faz Escola, com a definição de um novo currículo e a distribuição 192 milhões de cadernos e materiais para alunos e professores com os conteúdos das diversas matérias, além de programas de capacitação.

O segundo eixo é a implantação de avaliações e metas de qualidade, com a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp) e a definição de metas para cada escola, que passou a ter o desafio de melhorar em relação a sua própria realidade.

O terceiro eixo da política educacional de São Paulo trata do programa de incentivos aos professores. Foi criado o Bônus por Resultados, que paga até 2,9 salários às equipes escolares que superam as metas definidas para as suas escolas. É um programa agressivo de premiação por resultados que mobilizou os professores para melhorarem o desempenho de seus alunos.

O quarto eixo reformou a carreira dos professores, estabelecendo nova forma de ingresso (com curso obrigatório oferecido pela recém-criada Escola Paulista de Formação de Professores) e o Programa de Valorização pelo Mérito. Foram criadas provas de promoção que permitem anualmente, a um quinto dos professores, promoção salarial de 25% de acordo com a permanência na escola e o resultado das avaliações.

Outras ações pioneiras foram adotadas, como a mudança na legislação para reduzir as faltas de professores e a criação da Prova dos Temporários, que permitiu pela primeira vez selecionar para as salas de aula os melhores professores disponíveis. Também foi aberto concurso para a contratação de 10.000 professores.

“São políticas muito consistentes e muito corajosas que já começam a dar resultado e, tenho certeza, colocaram a educação paulista no rumo certo”, diz o secretário Paulo Renato.

Clique aqui e veja os gráficos com os índices Idesp e Saresp.

Da Secretaria da Educação