Serra da Cantareira é ‘vigiada’ por satélite

Jornal da Tarde

qua, 16/12/2009 - 8h02 | Do Portal do Governo

Sistema experimental foi lançado para auxiliar a Polícia Ambiental a combater crimes na mata

No dia em que completou 60 anos, a Policia Militar Ambiental de São Paulo iniciou o monitoramento via satélite da Serra da Cantareira. A ferramenta já funciona desde segunda e, de acordo com a corporação, vai garantir a agilidade no atendimento de ocorrências dentro da mata fechada.

O sistema permite que as viaturas usadas na fiscalização da Cantareira sejam localizadas em tempo real pelo centro de operações da Polícia Ambiental. O sistema instalado nos veículos emite sinais à base com a localização exata, através de coordenadas. Na sala, o comando pode enxergar todos os deslocamentos em um mapa eletrônico.

“É um projeto muito importante do ponto de vista ambiental. Ele dará mais eficiência ao trabalho. Da base, vamos poder identificar onde as viaturas estão atuando e qual a mais próxima de uma ocorrência”, explica o porta-voz da Polícia Ambiental, capitão Marcelo Robis Francisco Nassaro.

Nassaro afirma que o projeto é piloto e por um ano não terá custo para o governo estadual. “Estamos em fase de teste. É o momento de sugerir adequações”. Treze viaturas já têm o sistema instalado. Até o fim da semana, todas as 20 responsáveis pela área estarão equipadas. No total, são cerca de 60 policiais.

A busca por novas tecnologias foi intensificada após um decreto do governador José Serra. O documento, que data de setembro, define a restrição de atividades que exijam licença ambiental em uma área de cerca de 30 mil hectares nas serras do Itaberaba e Itapetininga. Elas são extensão da Serra da Cantareira.

“Em casos como este, há necessidade de verificar se estas áreas estão sendo mantidas integralmente intactas, porque elas podem virar unidades de conservação”, explica Nassaro. O monitoramento foi, então, ampliado para toda a Cantareira.

Para o ambientalista e presidente do Conselho Nacional de Meio Ambiente, Carlos Bocuhy, a medida é um avanço do ponto de vista operacional.

“A rapidez nos atendimentos pode reduzir as áreas desmatadas”, comenta.

Em novembro, a Polícia Ambiental gerou 37 autos de infração. Foram vistoriadas 328 propriedades rurais. As principais infrações são desmatamento, caça ilegal e loteamento.