BID libera US$ 600 milhões para 3ª fase do Projeto Tietê

Até 2015, índices de coleta de esgoto da Região Metropolitana chegarão a 87%

qui, 15/10/2009 - 11h40 | Do Portal do Governo

(Atualizada 19/10 às 12h50)

O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) aprovou empréstimo de US$ 600 milhões para que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) dê continuidade às obras do Projeto Tietê, que entra agora em sua terceira fase. A Sabesp entrará com US$ 200 milhões de contrapartida ao financiamento do BID.

“Ao todo, nesta etapa de ações, será investido no projeto US$ 1,05 bilhão. São 800 milhões de dólares nesta terceira fase do Projeto Tietê, de despoluição do rio. É um investimento caríssimo e com resultados a médio e longo prazo. O dinheiro é desembolsado ao longo da execução do projeto e essa ação envolve o Tietê como um todo”, disse o governador José Serra no final desta manhã, em São Paulo.

Deste ano até 2015, o Projeto Tietê prevê ampliar os índices de coleta de esgoto da Região Metropolitana de 84% para 87%, e os de tratamento desse esgoto coletado, dos atuais 70% para 84%. Hoje dos 15 milhões de habitantes da região metropolitana, 11 milhões já dispõem de coleta e mais de 7 milhões de coleta e tratamento.

Com a terceira fase, o aumento da coleta de esgoto beneficiará diretamente mais 1,5 milhão de pessoas na Região Metropolitana, enquanto a ampliação do tratamento beneficiará diretamente mais 3 milhões de habitantes, contribuindo para a melhora da qualidade de vida dos habitantes da Grande São Paulo e, consequentemente, dos habitantes da região da bacia do Médio Tietê. Isso representa aumento equivalente à população de Recife e Fortaleza juntas.

Serão construídos 580 km de coletores e interceptores, 1.250 km de redes coletoras e efetivadas 200 mil ligações domiciliares. As estações de tratamento de esgotos (ETEs) também serão incrementadas, com sua capacidade de tratamento ampliada, em média, em 7,4 m³/s (ou seja, um aumento de quase 40%).

Atualmente, já estão em andamento obras da terceira fase, como na região leste de São Paulo, onde serão implantados interceptor e coletores troncos na divisa dos municípios de Itaquaquecetuba e São Paulo, estendendo-se ainda por Poá e Ferraz de Vasconcelos. No extremo oposto, já se iniciaram também as obras do coletor São João do Barueri, que irão permitir o tratamento dos esgotos gerados nos municípios de Jandira e Itapevi. Também tiveram início as obras do coletor Ipiranga, que permitirão o tratamento dos esgotos gerados em toda a região do bairro do Ipiranga até o Jardim Zoológico.

A lógica técnica de despoluição do Tietê determina que os investimentos iniciais sejam priorizados na cabeceira do rio, e na construção da infra-estrutura para o sistema de esgotos. O projeto é desenvolvido de acordo com a disposição da bacia hidrográfica e não de acordo com os benefícios de cada município isoladamente.

A terceira fase

Municípios beneficiados: Arujá, Barueri, Caieiras, Cajamar, Carapicuíba,
Cotia, Embu, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Mairiporã, Osasco, Poá, Santana de Parnaíba, Santo André, São Bernardo do Campo, São Paulo, Suzano e Taboão da Serra.

Principais bairros beneficiados na cidade de São Paulo

Zona oeste: Jaguaré, Jardim Campo Limpo, Jardim Centenário, Jardim D’ Abril e Rio Pequeno.

Zona sul: Campo Limpo, Capão Redondo, Ipiranga, Jabaquara, Morumbi, Sacomã, Santo Amaro e Socorro.

Zona norte: Brasilândia, Casa Verde, Cachoeirinha, Freguesia do Ó, Jaçanã e Vila Guilherme

Zona leste: Aricanduva, Cangaíba, Engº Goulart, Jd. São Francisco,
Iguatemi, Itaim Paulista, São Mateus.

Primeira e segunda fases
Até hoje, a Sabesp já investiu US$ 1,6 bilhão no Projeto Tietê, montante distribuído em duas fases. Na primeira delas, que durou de 1992 até 1998, priorizou-se a construção de ETEs e a ampliação do sistema de coleta e afastamento de esgoto, com investimento total de US$ 1,1 bilhão. Nesse período, o índice de coleta de esgoto passou de 70% para 80%, e o de tratamento, de 24% para 62%.

Na segunda fase, de 2000 a 2008, o objetivo foi ampliar e otimizar o sistema de coleta e transporte, para utilização plena da capacidade instalada de tratamento de esgoto. Nessa etapa, o volume aplicado foi de US$ 500 milhões e o índice de coleta de esgoto passou de 80% para 84%,enquanto o de tratamento, de 62% para 70%.

Da Sabesp