Serra participa do lançamento de empresa em Hortolândia

O governador José Serra participou na tarde desta quinta-feira, 19, em Hortolândia, na Região Metropolitana de Campinas, da cerimônia que marcou o início das obras da fábrica da CAF no […]

qui, 19/02/2009 - 17h58 | Do Portal do Governo

O governador José Serra participou na tarde desta quinta-feira, 19, em Hortolândia, na Região Metropolitana de Campinas, da cerimônia que marcou o início das obras da fábrica da CAF no Brasil. A multinacional fabricará trens na cidade, num investimento de R$ 100 milhões e criação de 4 mil empregos diretos e indiretos.

Governador: Queria dar meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o prefeito Ângelo Perugini. Cumprimentar o presidente da CAF, Andrés Aris Correta.  O presidente da CAF do Brasil, Agenor Marinho. O deputado federal Vanderlei Macris, que – sem excluir outros, pelo menos junto a mim – foi um grande batalhador para construção do corredor noroeste aqui da região.

Os deputados estaduais Jonas Donizete, que nos falou e cujas palavras eu agradeço. Queria levar o Jonas pelo Brasil afora, falando antes de mim assim, seria uma boa. A deputada Célia Leão. O deputado Davi Zaia. O deputado Otoniel Lima e o deputado Orlando Morando, que aterrissa aqui vindo de São Bernardo.

Secretário presentes. O Portella, que nos falou, e o de Economia e Planejamento, Francisco Vidal Luna, tão espanhol quanto o presidente da CAF. Os prefeitos de Nova Odessa, Paulínia, Monte Mor, aonde nós vamos amanhã.  Cadê o prefeito? Hem? Ele já estava me olhando, eu estava (…). Inaugurar uma escola. O Sérgio Avelleda, presidente da CPTM. O Júlio Antônio de Freitas Gonçalves, presidente da EMTU. Os representantes dos parceiros, vereadores, funcionários da CPTM. A todos e a todas.

Hoje é um dia de dupla satisfação. Primeiro, porque estamos assistindo à materialização da possibilidade da entrega dos trens, que é algo que me preocupa bastante. Três entregues com rapidez, para a gente poder melhorar todo o sistema de transportes de passageiros, na região da Grande São Paulo.

Segundo, porque esse investimento traz empregos. Aqui serão mil empregos diretos e três mil indiretos. Além do mais, esta instalação aqui vai configurar Hortolândia como sendo um pólo ferroviário, o principal pólo ferroviário de São Paulo e do Brasil. Uma cidade pequena que se transforma num pólo de grandes coisas.

Isto impõe a necessidade, prefeito, de ter programas habitacionais acelerados aqui no município para que as pessoas que vêm trabalhar possam morar. Embora o corredor de que estamos fazendo vai facilitar muito o acesso e evitar até o deslocamento residencial, porque muitos poderão morar noutros municípios.

Esta concorrência foi ganha pela CAF, uma concorrência dura entre empresas, para fornecimento de trens. Foi cerca de R$ 1,6 bilhão. O total são 57 trens, sendo 17 para o Metrô e 40 para a CPTM. Nós estamos transformando, gradualmente, a CPTM em metrô de superfície, a companhia de trens metropolitanos em metrô de superfície, dando-lhes o mesmo padrão de qualidade do Metrô. Isto é bastante econômico porque prescinde de desapropriações e de cavar túneis, as duas coisas mais caras quando se constrói uma linha de metrô.

Portanto, estamos trazendo ou materializando uma grande prioridade social. Os investimentos que nós estamos fazendo em trens são dos mais sociais que existem. Há gente com dificuldade de entender isso porque acha que desenvolvimento social é só fazer clientelismo ou então adotar políticas de transferências de renda, que são corretas, mas supõe que se resume a isso, praticamente. Quando, na verdade, desenvolvimento social significa emprego e significa, entre outras coisas, transporte barato, eficiente e de boa qualidade. Isto é fundamental.

O investimento em metrô e em trens urbanos, na região da Grande São Paulo, é uma iniciativa, hoje em dia, mais distributiva que tem, porque o pessoal passa três, quatro horas por dia se deslocando. É como se fossem horas trabalhadas, sofridas, não ganhas. Não se paga um centavo por isso. Pelo contrário, causa estresse e desgaste.

Esta é nossa batalha. Uma batalha que vai demorar ainda muitos anos. Mas, como disse o Portella, está nos trilhos. Isto virá, porque tudo o que está sendo encaminhado é irreversível e, além do mais, feito com responsabilidade de natureza financeira.

Eu me lembro, a propósito, que esta concorrência foi pesada e com os preços da época, como estava o mercado ferroviário na época, porque agora o mercado não está tão aquecido quanto estava há dois anos, infelizmente, por causa da contração mundial. Mas, a preço da época, nós ganhamos uns 300 milhões na base da redução de preços na concorrência.

Bem, queria dar aqui meus parabéns, então, a Hortolândia, na pessoa do seu prefeito, e meus parabéns à CAF, por esta iniciativa. Parabéns também à nossa equipe comandada pelo Portella e pelo Luna, de outro ângulo, do ponto de vista financeiro e orçamentário, que viabiliza este avanço.

Nós estamos num momento de crise. Eu não sou daqueles que acha que a crise já passou, não. Ainda teremos muitos problemas pela frente, mas é simbólico, significativo que – no meio da crise – estejamos inaugurando o começo de uma nova fábrica. Isso, realmente, vale a pena registrar.

Os espanhóis que me perdoem. Eu não posso deixar de falar de algumas coisas com relação aqui ao próprio município.

Nós estamos aqui na região de Campinas, que tem concentrado ações de vulto da nossa administração. A SP-101, entre Hortolândia e Campinas, recebe muitas reclamações. Nós estamos fazendo obras destinadas a assegurar a segurança das pessoas e também dos pedestres. Passarelas, barreiras, isso termina em junho deste ano e, a partir de 2010, essa rodovia será duplicada, até Capivari, dentro do esquema de concessão da Dom Pedro.

Para que vocês tenham uma idéia, nós concedemos a rodovia Dom Pedro, além da outorga paga ao Governo do Estado, que a gente investe em estrada vicinal, que não tem pedágio, na Dom Pedro serão feitos investimentos, de quanto, Luna?

Voz: (Inaudível)

Governador: Em torno de R$ 2 bilhões, pela empresa concessionária que ganhou. Isso vai beneficiar toda a região por onde passa a Dom Pedro e também as vicinais, porque nós introduzimos uma inovação nesse contrato de concessão: a empresa que ganha a concessão mantém também as estradas vicinais – sem pedágio.

Isso é garantia de que essas estradas, que são de responsabilidade dos municípios e eles não conseguem manter, vão estar sempre impecáveis. Este é um fato muito importante, vocês vão ver como vai dar certo. Nós incluímos mil quilômetros de vicinais, aproximadamente, nessas concessões.

Ao mesmo tempo, na área de vicinais, a região de Campinas tem 550 quilômetros contemplados nas quatro etapas. São 175 milhões gastos em refazer as estradas. Para vocês terem uma idéia, esse trabalho de refazer a estrada custa, por quilômetro, metade do preço de uma estrada nova. Ou seja, a estrada fica nova, porque nós não estamos desapropriação e terraplenagem. Mesmo assim, sai caro. Significa uma estrada tinindo, nova, pronta para servir a região e que vai ter que ser bem mantida.

Ao mesmo tempo, em setembro, nós inauguramos o Terminal Metropolitano, que é parte, aqui em Hortolândia, do Corredor Noroeste. Também como parte da obra, cinco quilômetros de avenidas foram duplicadas. Em agosto, teremos concluído dezoito quilômetros de ligação com Sumaré. O corredor vai ganhar mais de 25 milhões de investimentos para construir os trechos até Americana e Nova Odessa.

No total, são quantos? 140 milhões de investimentos neste corredor que, portanto, vai aliviar muito o problema de Hortolândia no que se refere às questões de moradia. É minha preocupação, porque a cidade tem recebido muitos investimentos – que é coisa boa – mas isso gera outras demandas na área da habitação, na área do saneamento, na área da saúde, na área da educação. Enfim, em todas as outras áreas.

Por isso, nós temos interesse em desenvolver aqui os planos habitacionais. Há um crédito do Governo Federal para isso, há recursos, e é muito importante que a Prefeitura, junto com a Secretaria da Habitação, possa com rapidez definir.

Ontem, me disse o secretário que está tendo problemas de natureza legal – não sei direito – de autorização, de localização. Enfim, é muito importante que isso caminhe depressa.

Ao mesmo tempo, eu quero dizer, nós estamos expandindo muito o ensino técnico e tecnológico na região de Campinas. Até 2010, no meu governo, nós teremos aberto oito escolas técnicas, oito Etecs, e três Fatecs. As escolas técnicas são de nível médio, para estudante que está no segundo grau. É de um ano e meio a duração do curso. Quatro entre cinco, daqueles que se formam, têm emprego na hora.

Ao mesmo tempo, as Fatecs são Faculdades de Tecnologia de nível superior. Esta vai ser a região mais bem servida do Estado de São Paulo, e eu espero que Etecs e Fatecs se voltem também – nós vamos cuidar disso – às necessidades das empresas que estão se instalando, para que nós possamos formar técnicos e mão-de-obra qualificada para dar suporte a esse desenvolvimento.

Isso é muito fácil de fazer com a direção da autarquia Paula Souza, que é do Governo do Estado. Eu, às vezes, fico preocupado, porque se diz: “Foi a Paula Souza que fez”. Muita gente deve pensar que é a tia Paula, uma senhora benemérita que constrói escolas. Na verdade, é o Estado. Apenas se chama Paula Souza a autarquia, e o Paula Souza, diga-se de passagem, era homem. Só levou esse nome porque era a rua da Escola Politécnica, se chamava Rua Paula Souza. Então, quando a Fatec foi lá, a Poli mudou para a Cidade Universitária, chamaram de Paula Souza. E essa ficou a marca, porque era um engenheiro ilustre.

Mas é muito importante essa integração com as empresas, que as empresas ajudem também com recursos materiais. Refiro-me a equipamentos, engenheiros, etc., para podemos formar mão-de-obra de alta qualificação para esse tipo de trabalho.

Outra questão importante é na área de saneamento. O tratamento de esgoto, aqui, é praticamente nenhum, mas a Sabesp está investindo numa estação de tratamento. Nós teremos melhora rápida nos próximos três anos, a ponto de universalizar todos os serviços de saneamento.

Pois bem. Além do mais, em Santa Bárbara D’Oeste, que é vizinho, nós criamos um Ambulatório Médico de Especialidades, que também deve atender Hortolândia. É um Ambulatório que tem operações, cirurgias. Não é típico dos AMEs que nós estamos criando, mas vai fazer cirurgia/dia, cirurgias mais leves, com uma grande capacidade de consultas, de exames médicos e de cirurgias leves.

Em Campinas, já lançamos a pedra fundamental do Centro de Reabilitação Lucy Montoro. São seis hospitais de reabilitação. São Paulo tem quatro milhões de pessoas, 10% da população que tem problemas de mobilidade, problemas de nascimento, problemas de acidentes, problemas de derrames.

Enfim, problemas de diversas origens, mas todos eles convergindo para a dificuldade de mobilidade. Nós temos feito, o Governo do Estado, uma grande ação nessa área, com eu fiz na Prefeitura da Capital, e uma das partes básicas dessas ações é a organização de uma rede de hospitais de reabilitação. O primeiro foi lá no Centro Boldrini, fiz lá o lançamento, é um hospital de reabilitação que servirá a toda a região.

Eu queria aqui sugerir ao prefeito, como tenho sugerido a outros, que crie, na Prefeitura, um órgão destinado a atender às pessoas que têm problemas de mobilidade. Não precisa ser uma Secretaria, porque tudo depende do tamanho. Quando a cidade é grande, vale a pena uma Secretaria mesmo. Numa cidade pequena, não. Pode ser um departamento, pode ser até uma pessoa, numa cidade pequena, que esteja ligada na questão das pessoas com deficiência. O fato de haver alguém ligado, ter um grupo ligado, já vai trazer melhora em toda a questão da acessibilidade e do trânsito dessas pessoas, de elas poderem render no seu trabalho.

Nós fizemos, já na minha gestão, dois museus em São Paulo. Eu sugiro, aliás, aos nossos amigos da Espanha, que visitem, porque – não quero fazer nenhuma concorrência – eu visitei o Museu do Real Madrid, em Madrid. Mas o nosso ganha de goleada. Vale a pena ver o Museu do Futebol. Não deixem de ver, é uma obra prima, lá no Estádio do Pacaembu.

Eu não sei, aqui, quem já visitou. Estamos mal aqui. É bom ou não é? Então, é muito importante – viu, prefeito? – você organizar o ônibus, combinar lá e levar o pessoal para ver. Mas o Museu do Futebol, é um modelo em matéria de acessibilidade. Até para pessoas que têm deficiência visual, há programas lá, feitos, nesse sentido.

O museu que vai ser inaugurado agora, vai ser um espetáculo – porque é, não é que a gente quer que seja – é o Museu Cata-Vento, da Criança. Na verdade, da criança e do adolescente, de ciência e tecnologia. É o melhor que eu já vi. Eu já visitei mais de dez, pelo mundo afora. Nenhum é tão grande e completo quanto o nosso, lá no Parque Dom Pedro, no antigo Palácio das Indústrias, na antiga sede da Prefeitura.

Vocês vão ver a obra que há, interna no prédio, de acessibilidade. Até as escadas têm corrimões e aparelhos elétricos para transportar os cadeirantes. É um exemplo, porque se fez um prédio antigo em que não se podia construir rampas. Teve que se fazer verdadeiros elevadores. Mas é um modelo nessa matéria.

Assim, eu queria sugerir não só ao prefeito de Hortolândia – mas aos outros – que também organizem serviços neste sentido para se coordenar com a nossa Secretaria, que saberá dar toda a assistência.

Enfim, saí bastante do tema, mas como vocês constatam, são todos temas que têm a ver com o nosso desenvolvimento e com o bem-estar da nossa população. Especialmente da população trabalhadora, que é o foco  fundamental do nosso governo.

Aliás, na semana passada nós mandamos à Assembléia projeto de lei instituindo um novo piso salarial de São Paulo, que é superior ao salário mínimo. A Assembléia – eu tenho certeza, como tem feito até hoje – vai fazer o seu trabalho, aperfeiçoar o projeto e poder aprová-lo logo, para que ele possa entrar em vigência o antes possível.

Muito obrigado. Queria dizer a Hortolândia e a toda a região que podem contar com o nosso governo, podem contar comigo, pessoalmente. Da mesma maneira que a gente conta com vocês.

Obrigado.