Governo de SP lança Observatório do Emprego e do Trabalho

Informações contidas no Observatório do Emprego ajudarão na formulação de políticas públicas

qui, 05/02/2009 - 16h06 | Do Portal do Governo

Foi apresentado na quarta-feira, 04, pelo secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado, Guilherme Afif Domingos, e pelo professor Hélio Zylberstajn, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE/USP), o Observatório do Emprego e do Trabalho, um novo instrumento de mapeamento da situação real do mercado de trabalho no Estado. Os dados do Observatório, que serão atualizados mensalmente e poderão ser acessados pela internet – pelo site www.observatorio.sp.gov.br – ajudarão na formulação de políticas públicas e no combate ao desemprego. 

O secretário Guilherme Afif Domingos explicou que dados conhecidos, como os do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), serão transformados em informações objetivas e detalhadas para compor o Observatório, “um radar muito próximo da realidade”. “O Governador José Serra está preocupado com o desemprego e vai tomar medidas de acordo com a realidade econômica do Estado”, destacou.

“É um novo indicador na cena econômica, com enorme quantidade de informações e riqueza de dados”, disse Hélio Zylberstajn. Ele afirmou que todos – prefeitos, vereadores e cidadãos – terão acesso, pela internet, aos dados do Observatório. Para o secretário Afif “é a democratização de informações sobre emprego”. As políticas públicas, segundo ele, serão mais eficazes com esses detalhes. “Será possível saber onde estão os problemas para que o Governo do Estado atue para combatê-los”.

O Observatório terá indicadores como salários, empreendedorismo, informalidade e pressão salarial (relação entre salário do trabalhador contratado e salário do cidadão demitido). Além disso, haverá informações como rotatividade, ocupações, setores que mais empregaram e demitiram e dados por gênero, idade e escolaridade. Assim será possível entender melhor a situação e evolução do mercado de trabalho em todo o Estado e em cada município paulista.

A organização dos dados e as análises que estão no Observatório são feitas a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do MTE; e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.

O Boletim

O Observatório terá dados atualizados mensalmente, por meio do Boletim Mensal do Observatório do Emprego e do Trabalho da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (SERT). O material é uma inovação no âmbito de pesquisas sobre mercado de trabalho porque apresenta indicadores novos, que analisarão dados de pesquisas conhecidas e tradicionais e acompanharão em detalhes o que ocorre no mercado de trabalho. Os novos indicadores oferecem visões de curto e longo prazo.

O Boletim está dividido em oito seções, que abordam os seguintes temas: (1) Variação no emprego segundo a Região Administrativa; (2) Variação no emprego segundo o Ramo de Atividade; (3) Salário médio dos admitidos; (4) Pressão salarial; (5) Rotatividade da mão-de-obra; (6) Análise ocupacional do emprego; (7) Dois municípios em destaque; (8) Empreendedorismo.

Alguns números

Postos de trabalho – o primeiro Boletim Mensal aponta que em dezembro de 2008 foram perdidos em todo o Estado 285.532 empregos formais – 44% na Indústria de Transformação. A Região Metropolitana de São Paulo foi a que apresentou a maior perda (62.934 vagas), seguida pela Região Administrativa de Campinas, onde foram perdidos 46.737 postos de trabalho. Em dezembro de 2007 o número foi menor: o Estado tinha perdido 173.905 vagas. De 2004 a 2007 as perdas no emprego em dezembro se situaram ao redor de 150 mil vagas.

Por outro lado, considerando todo o ano de 2008, houve no Estado um crescimento líquido do emprego de 525.607 postos de trabalho; 60% dessas vagas foram criadas na Região Metropolitana de São Paulo. Em seguida aparecem as Regiões Administrativas de Campinas, Sorocaba e São José dos Campos.

Em dezembro de 2008 os maiores crescimentos ocorreram para as ocupações de Operadores de telemarketing (+2.739 vagas), Garçons (+1.367 vagas) e Caixas (+1.160 vagas). As maiores reduções foram observadas para as ocupações de Trabalhadores agrícolas na cultura de gramíneas (-80.100 vagas), Motoristas de veículos de carga em geral (-10.761 vagas) e Alimentadores de linhas de produção (-10.718 vagas).

Salário – em dezembro de 2008 o salário médio dos admitidos no Estado era R$ 834 (em valores daquele mês). O maior salário médio foi observado na Região Metropolitana de São Paulo (R$ 910) e o menor na Região Central (R$ 669). Os maiores salários médios de trabalhadores admitidos em dezembro foram os dos Médicos (R$3.497), dos Gerentes de marketing (R$3.440) e dos Gerentes administrativos (R$3.146). Os menores salários médios no mesmo mês corresponderam aos Trabalhadores agrícolas na fruticultura (R$434), aos Trabalhadores agropecuários em geral e aos Trabalhadores nos serviços de manutenção de edifícios (ambos com salários de R$510).

Pressão salarial – em dezembro de 2008 a pressão salarial média no Estado de São Paulo como um todo se situou no nível de 0,92 – ou seja, o salário de quem foi contratado era 8% menor do que o salário de quem foi desligado. Os maiores níveis de pressão foram observados nas Regiões Administrativas de Araçatuba (1,14), São José do Rio Preto (1,13), Marília e Barretos (ambas com 1,03) e Ribeirão Preto e Bauru (ambas com 1,02). As duas menores pressões salariais ocorreram em duas Regiões Administrativas: na de Santos (0,83) e na Região Metropolitana de São Paulo (0,84). A pressão média do Estado como um todo em dezembro/08 foi muito semelhante à do mês anterior, novembro/08, que se situou no nível de 0,91. Um ano antes, em dezembro de 2007, a pressão salarial do estado como um todo era de 1,05, bastante mais elevada, indicando um dinamismo do mercado de trabalho que não se sustentou nos doze meses seguintes.

Dentre as 100 ocupações mais freqüentes no Estado as pressões salariais mais elevadas foram observadas nas ocupações dos Profissionais de comercialização de serviços bancários (1,17), dos Motoristas de ônibus urbanos (1,09) e dos Professores na área de Pedagogia (1,06). As ocupações com menor pressão salarial no mesmo mês foram as dos Serventuários da Justiça e Afins e dos Técnicos de Planejamento e controle da produção (ambas com pressão salarial igual a 0,64) e dos Administradores (0,66).

Empreendedorismo – A combinação de dados da RAIS e da PNAD, referentes a 2006, indica que naquele ano havia no Estado 4.938.185 empreendedores, dos quais 2.950.457 eram informais e 1.987.728, formais. Entre os formais, 65,3% não tinham empregados, 21,7% tinham de um a quatro empregados e 267.213 (13,4%) tinham cinco ou mais empregados. As regiões com os maiores contingentes estimados de empreendedores eram a Região Metropolitana de São Paulo, com 2.350.080 microempresários (47,6%), Campinas com 721.625 (14,6%) e São José dos Campos com 235.679 (4,8%). As regiões com menores concentrações estimadas dessa categoria de trabalhadores são Registro, com apenas 25.385 empreendedores, Barretos, com 56.747 e Araçatuba, com 94.996.

Da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho