Icesp desvenda fake news sobre HPV em movimento mundial contra o vírus

Instituto esclarece boatos e notícias falsas sobre o vírus; Dia Internacional de Conscientização do HPV é celebrado nesta segunda-feira (4)

qui, 28/02/2019 - 15h24 | Do Portal do Governo

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), maior centro de oncologia do país, ligado a Secretaria de Estado da Saúde e a Faculdade de Medicina da USP, lança uma campanha de mobilização virtual, a fim de chamar a atenção de internautas para o Dia Internacional de Conscientização do HPV, comemorado na próxima segunda-feira (4).

A campanha digital #TragoVerdadesDoHPV aposta em linguagem informal e didática para desvendar alguns boatos sobre o HPV que circulam na internet. O objetivo é conscientizar a população sobre prevenção e diagnóstico precoce, o uso de preservativo em qualquer tipo de relação sexual, a ligação do vírus com diversos tipos de câncer e a vacinação para crianças na rede pública.

“O Papilomavirus humano (HPV) é o causador da infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. Estima-se que 80% da população sexualmente ativa já entrou em contato com o vírus alguma vez na vida. É nosso papel conscientizar as pessoas sobre o assunto e abordar a importância do autocuidado na prevenção do vírus e doenças relacionadas. A campanha traz justamente esse conceito, de que a mensagem é para todos, independe de gênero, idade e orientação sexual”, destaca a Profª. Luisa Lina Villa, chefe do Laboratório de Inovação em Câncer do Icesp.

Embora muitas pessoas acreditem, de maneira equivocada, o HPV não é um vírus exclusivamente feminino. Afetando adultos, idosos e crianças de ambos os sexos, o vírus se instala na pele e em mucosas, pode ocasionar lesões e desenvolver tumores de colo do útero, vagina, ânus, boca e garganta, vulva e pênis. “Na maioria dos casos, as infecções são eliminadas espontaneamente pelo organismo, sem qualquer sinal ou lesão. Entretanto, alguns tipos de HPV podem causar verrugas genitais e, quando persistentes, o câncer”, explica Luisa.

Câncer de colo do útero: o mais comum no Brasil

Quando falamos em câncer do colo do útero, o vírus está relacionado ao desenvolvimento de tumores na região em 100% dos casos. Esse tipo de câncer está entre os dez mais incidentes no Brasil. No Icesp, representa mais de 8% do total de atendimentos do Instituto.

A principal forma de transmissão do HPV se dá pela relação sexual. No entanto, mais raramente, ela pode acontecer também por meio do contato com objetos e roupas de uso pessoal contaminados e de mãe para filho, durante o parto.

O uso do preservativo é uma barreira na transmissão do HPV e é sempre recomendável por ser muito eficaz na prevenção de ISTs (infecções de transmissão sexual) em geral, em todos os tipos de relação. A boa higiene genital, das mãos e de objetos de uso íntimo também pode minimizar o risco de contato com o vírus.

“É importante lembrar, também, que todas as mulheres precisam visitar o ginecologista e realizar o exame de Papanicolau rotineiramente, a fim de fazer o rastreamento de lesões no colo do útero”, ressalta a especialista.

Fato ou Fake

As crianças podem ser vacinadas contra o HPV gratuitamente.

FATO. A vacinação do HPV é gratuita no SUS para meninas de 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, conforme o calendário nacional de imunização. Também têm direito à imunização gratuita mulheres e homens de 9 a 26 anos portadores do HIV, pacientes com câncer em tratamento de radio e quimioterapia e pessoas transplantadas de órgãos sólidos e medula óssea.

O vírus HPV é muito raro.

FAKE! Qualquer pessoa pode ser afetada pelo HPV direta ou indiretamente. O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum do mundo. 80% da população sexualmente ativa já entrou em contato com este vírus alguma vez na vida.

O câncer do colo do útero tem relação com o HPV

FATO. Quando falamos em câncer do colo do útero, sabemos que o HPV está presente em 100% deles. Esse tipo de câncer está entre os dez mais incidentes no Brasil.

A vacina contra o HPV não é segura

FAKE! As vacinas contra o HPV foram amplamente avaliadas e são extremamente seguras. Foram observados raríssimos efeitos colaterais graves e a maioria das reações são temporárias restritas ao local da injeção. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e praticamente todos os países do mundo recomendam a vacinação.

O HPV não atinge ou provoca doenças nos homens

FAKE! O vírus afeta homens, mulheres, adultos, crianças e idosos. Assim como nas mulheres, nos homens infectados por HPV também poderão aparecer verrugas genitais. Além disso, o vírus pode ainda provocar câncer no pênis, no ânus e também na boca e garganta. Usar preservativos para evitar infecções de transmissão sexual é fundamental também na prevenção contra o vírus HPV.