Tecnologia robotizada do CoreLab eleva eficiência do HC-FMUSP

Espaço do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP permite integração do processo de análise dos exames realizados pela DLC

ter, 31/07/2018 - 21h48 | Do Portal do Governo

Batizado como “laboratório do futuro”, o CoreLab é um espaço do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) que possibilita a reorganização do sistema e a integração do processo de análise dos exames realizados pela Divisão de Laboratório Central (DLC) e da Divisão de Anatomia Patológica do maior complexo hospitalar da América Latina.

O sistema corelab já é realidade em alguns dos principais laboratórios privados do Brasil e do mundo, mas ainda é novo no setor público. A vantagem é que ele concentra cerca de 80% do fluxo de análise em uma grande área, eliminando as divisões entre especialidades como Hematologia, Bioquímica Clínica, Hormônios, Imunologia e Marcadores Tumorais.

Inaugurado em março de 2017, o espaço na DLC conta com equipamentos robotizados que permitiram aumentar a produção de exames, de cerca de 14,4 milhões de exames/ano para 20 milhões, e reduzir o tempo de atendimento total (TAT), de 5 horas para 3 horas, na entrega dos resultados.

“Hoje conta com 500 funcionários, sendo 28 médicos patologistas clínicos. Atendemos não só o HC, como também o Emílio Ribas, Icesp e em alguns casos para o Darcy Vargas, HU e Santa Marcelina. Nossa produção chega a um milhão de exames por mês. Nosso parque de equipamentos é o mais avançado do mundo. O que você vê aqui é o que vai encontrar nos EUA, na Europa, nos melhores centros”, revela com orgulho o professor Doutor Alberto Duarte, diretor técnico de Divisão de Laboratório Central do Instituto Central do HC-FMUSP.

Duarte explica que o laboratório funciona 24h por dia, todos os dias da semana. Por esse motivo, o trabalho é feito em duplicata, ou seja, dois aparelhos trabalham ao mesmo tempo, porque se quebra um, tem um outro em funcionamento. Além disso, o laboratório tem como premissas a assistência (diagnósticos), apoio à pesquisa e o ensino.

“São três vertentes que temos que assumir como Hospital Universitário. No contexto de pesquisas, apoiamos quase 500 projetos que estão em desenvolvimento em todo o complexo HC. Para efeito de diagnósticos, fazemos um milhão de exames. Além dos estudantes que também realizam pesquisas, não só de medicina, mas de biomedicina, farmácia, química”, diz o diretor técnico da DLC.

Antigamente, segundo Duarte, para se fazer um diagnóstico de infecção bacteriana era preciso esperar dois a três dias para identificar o germe. Hoje, os equipamentos possibilitam identificar muito rapidamente. Em alguns casos, em até duas horas. “Isso faz com que diminua a quantidade de antibióticos, porque você usa um específico. Temos um laboratório de urgência e um laboratório da rotina”, diz.

O Doutor Nairo M. Sumita, médico patologista clínico e diretor do serviço de bioquímica clínica da Divisão de Laboratório Central do HC-FMUSP, ressalta que a rapidez melhorou muito o fluxo do hospital, principalmente para os pacientes que estão em Pronto Socorro ou em terapia intensiva que precisam de mais urgência. “Hoje temos a capacidade de dar repostas semelhantes aos melhores hospitais da Europa e dos EUA”, garante Sumita, lembrando que o laboratório já recebeu certificações internacionais.

“A maioria dos nossos exames de rotina, nós conseguimos processar no mesmo dia. Em muitas situações, o paciente chega de manhã, colhe o exame e na hora do almoço ele já tem o resultado para passar com o médico. Isso permite agilidade e mais conforto ao paciente, uma vez que ele não precisa voltar várias vezes ao hospital. Além de melhorar o tempo de resposta ao médico”, continua.

Esses exames estão em várias áreas, de bioquímica, hematologia, hormônios, imunologia (sorologia), exames na área de biologia molecular e genética, e permitem detectar a infecção não pela reação que o paciente tem, mas pela identificação do germe que está causando, seja ele vírus, bactéria ou fungo. “Com esse laboratório, conseguimos uma resposta rápida, sem que se perca a qualidade e ainda garantimos a segurança do paciente”, atesta Aline Pivetta Corá, patologista clínica do HC.

Leila Borracha, biologista chefe da hematologia do CoreLab, completa afirmando que o foco é exclusivamente no paciente. “Fazemos uma média de 2 mil hemogramas por dia. Nós não podemos parar, são 24h contínuas. (Além do diagnóstico feito pela aparelhagem,) aqui também fazemos uma revisão microscópica dos exames, que é importante para hematologia. Procuramos fazer com a maior qualidade e chegar no melhor e mais rápido diagnóstico possível”, conclui.