Fapesp lança Rede de Repositórios de Dados Científicos

Plataforma permite acesso aos dados gerados em pesquisas científicas de instituições de São Paulo e amplia visibilidade a estudos

sáb, 04/01/2020 - 8h17 | Do Portal do Governo
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Plataforma permite busca por instituição, autor, assunto, ano ou palavras-chave

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), com apoio de universidades paulistas, desenvolveu uma ferramenta que permite acessar dados associados às pesquisas realizadas em todas as áreas do conhecimento no Estado de São Paulo. A Rede de Repositórios de Dados Científicos foi lançada em 16 de dezembro de 2019 e disponibiliza dados gerados em pesquisas científicas, independentemente de sua publicação em artigos científicos.

A plataforma envolve as seis universidades públicas do Estado de São Paulo: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal do ABC (UFABC) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); além do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Embrapa Informática Agropecuária (CNPTIA/Embrapa).

O portal foi desenvolvido pela USP e permite busca por instituição, autor, assunto, ano ou palavras-chave. A primeira versão da Rede disponibiliza por exemplo um banco de dados contendo toda a rede de drenagem da hidrografia brasileira sob a forma de grafos e um repositório de imagens de sintomas de doenças de plantas disponibilizado pelo CNPTIA-Embrapa.

Para o pesquisador que gerou os dados, a Rede de Repositórios aumenta a visibilidade da sua pesquisa, permitindo o seu compartilhamento e reuso em novas pesquisas.

“A ciência, entendida como um bem público, exige comunicação e o acesso aos resultados de projetos de pesquisas deve ser pleno, sem restrições, para que privilégios não sejam criados. A Rede de Repositórios de Dados Científicos do Estado de São Paulo vai dar conhecimento e acesso público não só aos pesquisadores, mas também para o contribuinte paulista que paga para que pesquisas sejam realizadas no Estado de São Paulo”, disse o presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago.

Visibilidade e registro

O diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, afirma que a Rede é mais uma ação relacionada à Ciência Aberta (Open Science, na versão em inglês), que tem o objetivo de ampliar a divulgação do conhecimento por meio de plataformas digitais.

“Iniciativas que buscam facilitar a integração e a colaboração entre pesquisadores têm dois resultados principais: o melhor progresso da ciência e a maior eficiência no uso de recursos que custeiam a pesquisa. A nova rede tem esse intuito. É uma iniciativa pioneira e bem sintonizada com as práticas de Open Science. Ela vai dar um grande impulso para o desenvolvimento científico do Estado de São Paulo”, afirma Cruz.

Para a integrante da Coordenação Adjunta da Fapesp para o Programa de Pesquisa em eScience e Data Science, Claudia Bauzer Medeiros, a iniciativa é pioneira na América Latina e amplia a visibilidade da ciência no Estado de São Paulo.

“Um Plano de Gestão de Dados faz parte das boas práticas de pesquisa, com o planejamento, desde o início de uma proposta, sobre quais dados serão produzidos e como serão gerenciados, compartilhados e preservados. Essa iniciativa é um avanço enorme. Evita que muitos dados importantes, seja pela qualidade, caráter histórico ou raridade, se percam”, diz Medeiros, que também é professora do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).