Central de Transplantes de SP: ligando doadores a quem precisa

Em um trabalho integrado, equipes espalhadas pelo Estado realizam a captação de órgãos, transplantes e acompanhamento do paciente

qua, 04/07/2018 - 19h12 | Do Portal do Governo

No ano passado, a Central de Transplantes do Estado de São Paulo, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, completou 20 anos de existência e atualmente detém a marca de mais de 117 mil transplantes realizados.

O Estado de São Paulo responde atualmente por cerca de metade dos transplantes feitos em todo o país. Ainda em 2017, a Central registrou 2,2 mil transplantes simples, ou seja, de coração, pâncreas, fígado, pulmão e rim.

A implantação de um sistema estadual, que regula a distribuição transparente de órgãos captados, favorece a organização de uma fila de espera baseada no tempo de cadastro dos pacientes, compatibilidade e gravidade da situação. Com base nesse processo, quando surge a disponibilidade do órgão oriundo de morte encefálica, gera automaticamente a relação do possível receptor.

Com isso, a Central de Transplante e os demais serviços de saúde têm o desafio de diminuir a recusa familiar, que ainda é muito alta no Estado, instruindo os profissionais para que saibam como abordar e auxiliar essas pessoas em momentos de luto.

Nesses 21 anos, a Central registrou um saldo de 101,3 mil doadores paulistas. Houve um crescimento de 916% no número de doadores-cadáveres (aqueles que tiveram morte cerebral), chegando a marca histórica de 844 só em 2017.

Essas conquistas se dão graças ao trabalho integrado entre diversas equipes espalhadas pelo Estado que realizam a captação de órgãos, transplantes e acompanhamento constante do paciente. Por conta desse volume, a Central possui uma estrutura bastante robusta.

A partir de convênios com instituições públicas e privadas, a entidade conta com transportes aéreo e terrestre responsáveis por distribuir regionalmente os órgãos pelo Estado (com exceção de coração e pulmão). No total, são 365 equipes transplantadoras e 264 hospitais transplantadores.

As unidades hospitalares que possuem UTI e pronto-socorro devem ter uma comissão instrahospitalar de transplante, liderado por um médico, que identificam pacientes com trauma craniano ou AVC. Com isso, ele precisa notificar a Central para certificar a possibilidade da existência de um doador. Após a confirmação de morte encefálica, é necessário que a família autorize a doação.

Paralelo a isso, os pacientes que estão à espera de um órgão são registrados em uma lista de espera da Central. Quando surge um doador, esse sistema cruza as informações e indica quem são os possíveis receptores. Critérios como tipo sanguíneo, gravidade do paciente e tempo de espera são essenciais para fazer a distribuição deste órgão.

No Brasil, é a família quem autoriza as doações. Por isso, é importante esclarecer a todos os membros desde já a vontade de doar os órgãos. Este é, sem dúvida, o maior desafio não só da Central de Transplantes, como de todo o país.