Em Campinas, CATI promove XVI Semana de Fitoterapia

Cerca de mil pessoas visitaram a XVI Semana de Fitoterapia Professor Walter Radamés Accorsi, em parceria com a Prefeitura Municipal

qua, 25/04/2018 - 15h18 | Do Portal do Governo

A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) recebeu cerca de 250 visitantes por dia ao longo da XVI Semana de Fitoterapia de Campinas Professor Walter Radamés Accorsi, entre os últimos dias 17 e 20 de abril, na sede do órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, em Campinas.

Com foco no bem-estar, o evento contou com palestras voltadas à saúde mental, abordando temas como depressão e ansiedade, falsificações de medicamentos, aromaterapia, além de oficinas e minicursos, apresentações de trabalhos técnicos e científicos e venda e exposição de produtos.

Promovido pela CATI, em parceria com a Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, e com o apoio de associações e institutos, a Semana de Fitoterapia de Campinas foi instituída por lei (Lei Municipal n.º 11.385, de 2002) e, desde então, é realizada anualmente.

Na cerimônia de abertura, o secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento, Francisco Jardim, enalteceu o evento. “Nosso país tem um patrimônio forte no que diz respeito a plantas medicinais e essa Semana contribui na disseminação de conhecimento”, afirma.

João Brunelli Júnior, coordenador da CATI, disse que o evento “informa, sensibiliza, conscientiza e mobiliza a população sobre o cultivo e uso de plantas medicinais”. Willian Hyppolito Ferreira, coordenador da área da Saúde em Campinas, classificou a Semana de Fitoterapia como modelo para que outros estados da Federação promovam eventos voltados às plantas medicinais e à fitoterapia.

A 16ª edição da Semana de Fitoterapia reuniu profissionais gabaritados na área da saúde em palestras relacionadas ao combate à depressão, à ansiedade, à insônia, entre outros assuntos. “A saúde mental não contempla apenas o tratamento, mas também a prevenção de doenças que acometem milhões de pessoas”, frisa o médico psiquiatra Mateus Angelucci.

Durante a palestra, Angelucci apresentou algumas plantas medicinais que apresentam bom potencial terapêutico. “A Curcuma longa é eficaz no tratamento e no combate à depressão, assim como o chá de Melissa officinalis auxilia na redução de ansiedade”, explica.

“A amplitude dos fitoterápicos é fantástica e a palestra promoveu a nossa relação com as plantas medicinais”, diz Kelen Maria Junqueira, extensionista rural. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é que mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a depressão, principal causa de incapacidade laboral no planeta e que, nos piores casos, pode levar ao suicídio.

A professora de Farmácia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Alexandra Swaya, levou ao conhecimento dos participantes as falsificações de medicamentos à base de plantas. “O objetivo foi alertar o público em geral em relação às precauções para consumir fitoterápicos. Portanto, em suma, é importante observar se o produto contém o nome científico no rótulo, se possui o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e se há o nome de um farmacêutico responsável”, alerta. De acordo com Veronica Silva, que participou da palestra, as dicas ajudam a população a encontrar um produto de qualidade e que seja saudável.

Outros assuntos voltados à aromaterapia (prática que se utiliza das propriedades dos óleos essenciais para restabelecer o equilíbrio e a harmonia pessoal) e à fitoenergia (sistema natural de cura, equilíbrio e elevação da consciência) promoveram um novo olhar para a saúde e o bem-estar sobre a cura pela energia das plantas.

Minicursos e oficinas gratuitos

Além de palestras, a XVI Semana de Fitoterapia de Campinas Professor Walter Radamés Accorsi atraiu centenas de interessados no minicurso de cidreiras, no qual a médica Eloísa Magalhães apresentou três tipos de cidreiras (Cymbopogon citratusMelissa officinalis e Lippia Alba), como identificá-las e de que forma consumi-las. “Cidreira é o nome comum da planta. É importante diferenciar, pois cada espécie é indicada para uma finalidade”, pondera. A nutricionista Bruna Brandão afirma que foi importante participar do minicurso. “Na minha prática clínica posso prescrever fitoterápicos e existem muitas plantas diferentes. Portanto é relevante ter conhecimento sobre cada uma delas”, completa.

As oficinas, gratuitas, promoveram o contato com as Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCs), com os saberes e a contemplação do Horto Medicinal da CATI, e também com as preparações caseiras com plantas medicinais, uma oportunidade de aprender a preparar alimentos saudáveis.

As nutricionistas da CATI, Beatriz Cantusio e Denise Baldan, ajudaram e ensinaram os participantes a elaborar receitas com plantas e ervas. Foram preparadas panqueca de moringa, gelatina com capim-cidreira, brigadeiro de biomassa, abóbora assada, patê de queijo fresco, entre outras delícias. “É muito bacana esse contato com os participantes, porque o pessoal é bem interessado”, conta Denise. Erika Mayumi, uma das participantes, aprovou a experiência. “Fiz abóbora assada aromatizada e é a primeira vez que participo da Semana. Amei!. Além de agregar conhecimento com as palestras, tive a oportunidade de aprender a utilizar ingredientes que não costumo usar em casa”, atesta.

Exposição e venda de produtos

Ao todo, 22 trabalhos científicos e técnicos foram apresentados no evento, como no caso do “índio produtor” Rosivaldo Pereira dos Santos, que mostrou o projeto Melhor Qualidade de Vida, executado em Santa Bárbara d’Oeste. “Atualmente, muitas pessoas procuram o pronto-socorro devido à carência alimentar. Dessa forma, meu projeto visa levar à população, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a informação de quais ervas e plantas medicinais são capazes de combater algumas doenças e, assim, diminuir a quantidade de pessoas que se deslocam para uma unidade hospitalar em busca de remédios tradicionais”, explica.

O responsável pela Casa da Agricultura de Santa Bárbara d’Oeste, Ricardo Stipp, auxiliou Rosivaldo na parte técnica, fornecendo recomendações de adubação. Outros trabalhos foram expostos, relacionados a plantas medicinais, a projetos de farmácias-vivas e também na área farmacológica e clínica.

Expositores também marcaram presença na Semana de Fitoterapia, comercializando ervas medicinais, produtos artesanais e fitoterápicos. Estreante no evento, José Furtado trouxe uma novidade: receitas completas de risotos, sopas, bolos, polentas, entre outras, em potes de vidro contendo todos os ingredientes “secos”, restando ao comprador apenas finalizar a receita. “Em cada pote há uma etiqueta com o modo de preparo, os ingredientes e o que será necessário para finalizar a receita”, diz.

Maria Cláudia Blanco, engenheira agrônoma da CATI e uma das organizadoras do evento, disse que o público que participa do evento está cada vez mais focado, interessado e ávido pela fitoterapia. “É muito gratificante notar o crescimento, ano a ano, do número de pessoas interessadas pelo assunto. Isso mostra que estamos no caminho certo”, conclui.

Dia do Índio

Em comemoração ao Dia do Índio, celebrado em 19 de abril, a reportagem da CATI entrevistou o índio Rosivaldo Pereira dos Santos, que falou sobre suas origens. Clique aqui para conferir. Para obter mais informações, entre em contato pelos telefones (19) 3743-3870 ou 3743-3859.