Estudo realizado pela divisão de nutrição clínica do Instituto Dante Pazzanese, unidade da Secretaria da Saúde referência em cardiologia, aponta que, em 30 anos, triplicou o número de homens jovens obesos no Estado.
A pesquisa foi realizada com 2,54 milhões de homens, moradores do Estado de São Paulo, em início da vida adulta, alistados no serviço militar entre os anos de 1978 e 2008.
No final dos anos 1970, apenas 0,9% dos alistados no Exército que fizeram a primeira medição eram classificados como obesos. Em 2008 a taxa dos jovens na faixa de obesidade subiu para 2,8%.
Segundo Daniel Magnoni, médico da Divisão de Nutrição Clínica do Instituto Dante Pazzanese e um dos coordenadores da pesquisa, entre os fatores que justificam o aumento da obesidade no universo masculino está o estímulo do aleitamento artificial em detrimento do aleitamento materno.
Além disso, a elevação do sedentarismo durante a infância e a juventude, o maior consumo de fast-food e a mudança do perfil nutricional da família brasileira também contribuíram para o crescimento da obesidade no universo masculino.
“O jovem brasileiro deixou de comer arroz e feijão para se alimentar mais de massas e de doces”, afirma Magnoni.
Entre medidas sugeridas pelo especialista para controlar o avanço da doença na população paulista está a implantação da educação nutricional na pré-escola, o aumento da realização da atividade física e a desoneração de imposto dos alimentos mais saudáveis, como frutas e verduras.
A obesidade é definida para pessoas que tem o índice de massa corpórea maior do que 30. Esse índice é calculado através da divisão do peso pela altura, elevada ao quadrado (IMC=P/H²).
Além de diminuir a qualidade e a expectativa de vida, a obesidade aumenta o risco do desenvolvimento de diabetes, hipertensão, doenças coronariana e acidentes vasculares.
A pesquisa foi apresentada na quinta-feira, 31 de maio, durante a realização da Semana Obesidade Zero, evento promovido pelo Dante Pazzanese para orientar e conscientizar a população e os profissionais da saúde sobre os perigos e tratamentos da doença.
Da Secretaria da Saúde