Avanço da COVID-19 na capital paulista é monitorado em tempo real

Ferramenta do Observatório COVID-19 BR permite corrigir atraso de notificações que impacta estatísticas do município mais atingido do país

seg, 20/04/2020 - 17h23 | Do Portal do Governo

A Secretaria de Saúde do Município de São Paulo firmou parceria com os pesquisadores do Observatório COVID-19 BR para monitorar a evolução da epidemia causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) na capital paulista. Com isso, é possível aferir com mais precisão o cenário na cidade com o maior número de casos confirmados no país.

A informação consta na reportagem de Karina Toledo à Agência FAPESP, que avalia o uso de uma ferramenta estatística conhecida como nowcasting, capaz de corrigir o atraso no sistema de notificação da doença decorrente da demora – de aproximadamente 10 dias – no processamento dos exames diagnósticos.

A tecnologia da nowcasting permitiu observar, por exemplo, a existência de 4.493 paulistanos com manifestações graves de COVID-19 no dia 13 de abril, enquanto os dados oficiais apontavam apenas 3.357 casos confirmados na data.

Os resultados do trabalho, realizado no âmbito do Grupo Técnico de Assessoramento em Epidemiologia e Modelagem Matemática COVID19 (GT COVID-19 Sampa), estão disponíveis na página covid19br.github.io/municipio_SP.

“A principal vantagem é possibilitar ao gestor público a tomada de decisão com base em dados do presente e não de duas semanas atrás”, afirma o físico Vítor Sudbrack, mestrando no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (IFT-Unesp) sob a orientação do professor Roberto Kraenkel.

Ambos integram a equipe do Observatório COVID-19 BR, plataforma on-line que reúne análises baseadas em dados oficiais sobre a propagação do SARS-CoV-2 no Brasil. A iniciativa é fruto da colaboração entre cientistas da Unesp, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Monitoramento preciso

Os pesquisadores entrevistados pela Agência FAPESP explicam que a ferramenta de nowcasting não corrige a subnotificação dos casos assintomáticos e dos infectados com sintomas leves, que atualmente não são testados no país.

O protocolo de vigilância epidemiológica da COVID-19 adotado pelo Brasil determina testar prioritariamente os pacientes que necessitam de internação hospitalar, profissionais de saúde e pessoas que morreram em decorrência de SRAG.

Clique aqui para ver a reportagem completa no site da Agência FAPESP.