USP: Novo sistema de visão amplia autonomia em robôs

Máquinas poderão ser usadas na supervisão de tarefas em indústrias automatizadas

sex, 11/02/2005 - 17h05 | Do Portal do Governo

No Departamento de Engenharia Mecatrônica da Escola Politécnica (Poli) da USP, pesquisadores vão aperfeiçoar o sistema de visão de robôs autônomos, para que sigam alvos móveis com maior precisão. A inovação ampliará a capacidade das máquinas na visualização do ambiente em que se encontram e criarem seus próprios caminhos. No futuro, estes robôs poderão ser usados para supervisionar tarefas em indústrias automatizadas, movimentar cadeiras de rodas ou servir como babá eletrônica.

A doação de vinte licenças do software Power Designer pela empresa Sybase foi essencial para modelar as tarefas do robô, afirma o professor da Poli Jun Okamoto Júnior, coordenador da pesquisa. ‘Através do Power Designer foi possível determinar tudo que o robô precisará fazer para executar suas funções, um trabalho que era feito manualmente’, diz. ‘A vantagem é que o programa já estabelece restrições conceituais, apontando regras para o funcionamento dos processos que serão criados.’

A etapa seguinte, aponta Jun Okamoto, foi a construção de um robô autônomo que se movimenta conforme as orientações de seu sistema de visão. ‘O equipamento possui uma câmera de vídeo preto-e-branco e um espelho hiperbólico que lhe permite uma visão omnidirecional,ou seja, de 360 graus’, explica. ‘A partir das imagens, o robô produz e atualiza uma grade de ocupação do ambiente, calculando o caminho a ser percorrido.’

Aplicações

O professor da Poli aponta que o robô é capaz de seguir alvos móveis, que não se deformam. ‘Um novo robô foi adquirido com recursos do CNPq, para o desenvolvimento de um sistema de visão mais avançado, que possa seguir alvos que mudem de forma durante o movimento, como pessoas’, explica.

Na técnica atual, a noção de distância é dada por duas imagens combinadas, denominadas visão estéreo, aponta Jun Okamoto. ‘No novo sistema, o objetivo é criar um espelho que permita esta visualização com uma única imagem’, explica o pesquisador.

Jun Okamoto relata que o desenvolvimento do novo robô autônomo será feito durante três anos em um dos weblabs do projeto TIDIA (Tecnologia de Informação para o Desenvolvimento da Internet Avançada) da Fapesp. ‘Serão necessários computadores mais potentes para processar as imagens, que passarão a ser coloridas.’

O professor afirma que os robôs autônomos poderão ser usados em indústrias para supervisionar operações automatizadas. ‘O robô se locomoverá numa trajetória pré-definida, olhando o ambiente da fábrica e se detendo em pontos de atenção específicos’, diz. ‘Com o aprimoramento da capacidade de seguir objetos que se deformam, será possível a médicos usarem o sistema para movimentar cadeiras de rodas num hospital e até acompanhar bebês, tornando-se uma espécie de babá eletrônica’, conclui.

Júlio Bernardes – Agência USP