USP: Centrinho de Bauru e Universidade da Flórida iniciam nova fase de parceria

Projeto vai estudar, durante cinco anos, aspectos do crescimento da face e dos arcos dentários

seg, 14/03/2005 - 12h03 | Do Portal do Governo

A Universidade de São Paulo e a Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, iniciaram uma nova fase de parceria, reafirmando o convênio de cooperação em pesquisas que já dura uma década. O ‘Projeto Flórida’, que teve início há dez anos, compara técnicas cirúrgicas e evolução da reabilitação da fala em crianças com fissura labiopalatal por um período de até seis anos após a cirurgia primária de palato (céu da boca), e se encontra em fase conclusiva.

A partir deste mês, pesquisadores do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP (Centrinho) e do Departamento de Fonoaudiologia da FOB iniciarão o ‘Flórida II’ – novo projeto que vai pesquisar aspectos do crescimento da face e dos arcos dentários, além da fala de pacientes de seis a 12 anos de idade, que pertencem à amostragem do primeiro projeto. Três pesquisadores norte-americanos visitaram a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP nos dias 28 de fevereiro e 1 de março.

‘Agora que já tivemos oportunidade de avaliar o desenvolvimento da fala do paciente em relação às técnicas cirúrgicas utilizadas e à idade, queremos estudar qual a técnica que menos interferiu no crescimento facial e também na fala desses mesmos pacientes em até dez anos após a cirurgia’, explica a fonoaudióloga Maria Inês Pegoraro-Krook, diretora do convênio com a Universidade da Flórida, pesquisadora do Centrinho e livre-docente do Departamento de Fonoaudiologia da FOB. Neste novo projeto, participam profissionais das áreas de fonoaudiologia, ortodontia e serviço social.

Intercâmbio internacional

Com investimento de US$ 2,5 milhões, a pesquisa tem aprovação do Conep/MS (Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde) e do Instituto Nacional de Saúde dos EUA (N.I.H.), que também financia o trabalho. A exemplo do ‘Projeto Flórida’, que deve apresentar resultados definitivos sobre as técnicas cirúrgicas em junho deste ano, o ‘Flórida II’ reúne amostra significativa – cerca de 500 pacientes de todo o Brasil – e tem grande relevância para a comunidade científica internacional. O prazo previsto para o desenvolvimento da pesquisa é de cinco anos.

‘Durante todos esses anos, o intercâmbio entre nossa equipe e a equipe da Flórida foi constante’, conta Maria Inês, que está confiante na continuidade do estudo. ‘Além disso, semanalmente, enviamos relatórios para a Universidade da Flórida para que eles possam acompanhar o desenvolvimento do projeto, já que os pacientes são atendidos aqui em Bauru’, completa.

Semestralmente, estatísticos e demais integrantes da equipe da Flórida visitam o Centrinho para fazer auditoria nos dados e prontuários dos pacientes cadastrados no Projeto. A cada seis meses um relatório é elaborado e entregue ao Instituto Nacional de Saúde dos EUA, que possui um rigoroso comitê de avaliação para certificar se as pesquisas são desenvolvidas de acordo com os protocolos definidos na apresentação do projeto.

A parceria vem abrindo portas para novos convênios, inclusive com outras unidades do campus de Bauru. Estão sendo avaliados, por exemplo, possíveis intercâmbios para a universidade norte-americana de alunos do curso de Odontologia da FOB. Para o presidente da comissão de pós-graduação da faculdade, professor José Carlos Pereira, o tema voltará a ser discutido. Pereira quer avaliar melhor quais as eventuais linhas de pesquisa que a FOB poderia desenvolver em conjunto com a instituição americana na área de odontologia.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (0xx14) 3235-8156.

Da Assessoria de Comunicação do Centrinho – Faculdade de Odontolodia de Bauru
Da Agência USP

(LRK)