USP: Campus da Zona Leste terá projeto de extensão voltado a crianças

Anúncio foi feito pelo reitor Adolpho Melfi na última sexta-feira

seg, 21/03/2005 - 9h18 | Do Portal do Governo

A USP Leste terá, ainda este ano, um projeto de extensão voltado a crianças de 9 a 14 anos, moradoras dos bairros próximos ao campus. O anúncio foi feito pelo reitor Adolpho José Melfi, durante um debate na Rádio USP, na última sexta-feira (18), sobre a implantação do campus na Zona Leste. ‘Com apoio da iniciativa privada, as crianças terão reforço escolar e participarão de atividades culturais, artísticas e esportivas’, disse Melfi.

O projeto será semelhante ao Pequeno Cidadão, que já existe em alguns campi do interior. Melfi lembrou que a população próxima à USP Leste já é beneficiada com projetos de inclusão digital, anteriores à construção do campus. ‘O setor esportivo e o anfiteatro serão de uso comum da Universidade e da comunidade’, garantiu. As aulas na USP Leste tiveram início em 28 de fevereiro. Segundo, em oito anos, o campus deverá abrigar 20 mil alunos, com a criação de novos cursos, além dos já existentes.

O debate na Rádio USP, que teve início às 8 horas da manhã, contou ainda com a participação do secretário adjunto de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo e professor da Faculdade de Direito (FD) da USP, Fernando Dias Menezes de Almeida, e do deputado estadual Renato Simões, líder do PT na Assembléia Legislativa.

Cursos

Renato Simões disse que os deputados tem acompanhado a expansão de vagas das universidades públicas estaduais de São Paulo. “Está em estudo ampliação do percentual mínimo de alunos em cursos noturnos, hoje fixado pela constituição paulista em 33% do número de vagas”, afirmou. Para o deputado, “os cursos da USP Leste exploram a nova realidade do mercado, mas há uma demanda social justa, que deve ser analisada”.

O líder do PT também sugeriu a realização de uma feira onde USP, Unicamp e Unesp pudessem apresentar projetos de extensão. “Além do aumento da cota de ICMS das universidades, hoje em 9,57%, a Assembléia discute a destinação de recursos adicionais para os hospitais universitários e o pagamento de aposentadorias”, concluiu.

Melfi ressaltou o caráter inovador dos cursos do novo campus. “A idéia do ciclo básico foi bem recebida por alunos e professores, e as habilitações incluem áreas em expansão,como análise de sistemas e, no caso da Zona Leste, tecnologia têxtil”, disse. “O estatuto da Universidade não é obstáculo para a expansão, e no futuro ele poderá ser modificado para que o campus Leste receba também cursos que já existem em São Paulo, como o de Direito.”

Acesso aos alunos da rede pública

O professor Fernando Almeida lembrou que o governo estadual destinou R$ 34 milhões para as obras da USP Leste em 2005. “Através de verbas extra-orçamentárias, as universidades públicas paulistas criaram 5.222 vagas gastando o equivalente a 2,5% de seu orçamento”, declarou o secretário adjunto.

“A USP Leste descentraliza a Universidade e altera significativamente o perfil da região, populosa e carente de investimentos, gerando inclusão social, como mostra a presença de 47% de alunos vindos do ensino público.”

Após o debate, o Melfi disse que o Conselho Universitário (Co) fará uma reunião extraordinária em maio para discutir a questão do acesso à Universidade e a proposta de cotas em discussão na Assembléia Legislativa. “Uma comissão da Pró-Reitoria de Graduação elaborou documentos sobre o tema, apresentados na reunião do Co em 15 de março, e que serão debatidos também com a Unesp e a Unicamp”, afirmou.

Segundo o reitor, as ações afirmativas devem respeitar a autonomia das instituições. “Ao invés da criação de cotas, poderiam ser estabelecidas metas de inclusão com prazos específicos, como aconteceu para os cursos noturnos”, apontou.

Agência USP
Por Júlio Bernardes

(LRK)