Mesmo antes da conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca em 1910, que escolheu 8 de março como o “Dia Internacional da Mulher”- foi sempre marcante a presença feminina contra as discriminações de gênero. A revolução francesa evidenciou a luta das mulheres em busca de outros espaços reservados exclusivamente aos homens. Passaram a reivindicar direitos políticos, acesso à educação e igualdade de direitos entre os sexos. Embora muito se tenha conquistado, a condição da mulher ainda está longe do ideal.
Diante deste cenário e ciente da importância do tema, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) – vinculado à Secretária da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado de São Paulo – realiza desde de 2002 a “Semana da Mulher”.
Grande parte das questões de gênero no Brasil passa, além dos aspectos culturais, pelas graves questões sociais que o país vive – o que exige esforços de todas as áreas do conhecimento para sua superação. Neste contexto, a tecnologia é fundamental para a melhoria de vida dos cidadãos e cidadãs. Este ano, o IPT realiza a “IV Semana da Mulher” até esta sexta-feira, dia 11. A programação foi elaborada para discutir de forma aberta as questões de gênero de maneira abrangente.
De acordo com coordenadora do Espaço Tecnologia Alesp e representante brasileira na Cátedra Regional Unesco Mulher, Ciência e Tecnologia da América Latina – a pesquisadora Ros Mari Zenha, uma das idealizadoras do evento, a Semana da Mulher este ano deu um grande salto qualitativo. Vai além dos muros do IPT. Ros Mari Zenha refere-se ao debate que ocorrerá em março(10) na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp) – no auditório Franco Montoro, das 10 às 13 horas – com a participação da bancada de deputadas. “Apesar do foco principal ser à mulher na ciência e tecnologia, outras dimensões do tema serão discutidas. É importante uma abordagem que contemple diferentes relações de gênero. Não temos dúvida sobre a importância de colocar a tecnologia a serviço da superação das necessidades básicas de sobrevivência e este é nosso foco principal. Mas é preciso construir uma agenda para o desenvolvimento de políticas de igualdade, que aborde as questões de gênero em outros contextos” afirmou.
No IPT a programação abordará temas diversos como assédio moral nas relações de trabalho, coração de mulher – que discutirá estilo e escolhas e como as atitudes influenciam os relacionamentos – e mulher, ciência e tecnologia. No último dia do evento, será realizada mesa redonda sobre mulheres e empreendedorismo cujo objetivo é conscientizá-las para as oportunidades de trabalho, em um campo em que a participação feminina é muito pequena. Todos os temas serão abordados por especialistas.
Parceiros
O evento tem a organização do IPT em conjunto com as seguintes entidades: Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Associação dos Funcionários do IPT, Sindicato dos trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (Sintpq), Cidade do Conhecimento da USP, Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), Incubadora Tecnológica da Usp, Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp, Núcleo de Estudos de Gênero da Unicamp (Pagu), Conselho Estadual da Condição Feminina, Cátedra Regional Unesco Mulher, Ciência e Tecnologia, Espaço Tecnologia Alesp, Instituto Legislativo Paulista e o Centro de Referência do Trabalhador no Estado de São Paulo. Cabe destacar, ainda, a colaboração e apoio do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero da USP que em 2005 comemora 20 anos de atuação.
A IV Semana da Mulher foi concebida para ampliar as discussões e exercitar o respeito sobre gênero – que pede neste momento histórico da humanidade – urgência na igualdade entre mulheres e homens na divisão dos espaços e na construção de oportunidades.
