O Estado de São Paulo iniciou o ano de 2005 com pelo menos duas boas notícias de Investimento Direto Estrangeiro (IDE). A General Motors anunciou R$ 500 milhões para a fábrica de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, produzir a nova linha do Vectra. Logo em seguida, a Ajinomoto do Brasil lançava sua nova fábrica de ração animal, com investimentos de US$ 86 milhões em Pederneiras, na região de Bauru, interior do Estado.
Dados preliminares da Fundação Seade, do primeiro semestre do ano passado, indicam que os investimentos externos anunciados em São Paulo atingiram US$ 3,07 bilhões e mantêm um crescimento constante, especialmente nos setores de telecomunicações, gás, eletricidade, e serviços financeiros.
Espanha, Inglaterra, Itália, Estados Unidos e França lideram o ranking dos países com maior número de investimentos, tanto na implantação como na ampliação e modernização das fábricas e serviços.
Os recursos mais significativos vieram da Tim (Itália, US$ 981 milhões); Telefônica/Telesp (Espanha, US$ 477 milhões); Comgás (associada a um grupo inglês, U$ 413 milhões), Gás Natural SPS (Espanha, U$ 132 milhões).
Em São Paulo, as visitas e negociações de vários chefes de Estado e missões empresariais reforçam o otimismo de uma significativa entrada de IDE em diversos setores. Só no ano passado, estiveram no Palácio dos Bandeirantes os presidentes e primeiros-ministros do Japão, Portugal, Canadá, China, Coréia e Vietnã, além de ministros de vários países. Em 2005, os contatos internacionais começaram com o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodrigues Zapatero.
Todos vieram acompanhados de grupos empresariais, atentos às oportunidades paulistas de investimentos e comércio exterior. Ao recebê-los, o governador Geraldo Alckmin citou alguns números importantes:
– De 1995 a maio de 2004, os espanhóis investiram em São Paulo US$ 8 bilhões;
– Das 62 companhias canadenses com investimentos diretos no Brasil, 28 têm sede em São Paulo, que é responsável por cerca de 30% das exportações brasileiras para o Canadá;
– Portugal é hoje o quinto maior investidor do mundo em São Paulo;
– Mais da metade dos investimentos franceses no País está no Estado de São Paulo e se encontram em crescimento.
Por sua vez, os visitantes demonstram confiança no governo e empresários paulistas. O primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, ao sobrevoar a região de Pradópolis e conhecer uma das maiores usinas de álcool e açúcar do País, afirmou que ficou “impressionado com o desenvolvimento do Brasil e sua enorme potencialidade. Pude sentir de perto que no Brasil existem recursos alimentícios e energéticos que faltam ao Japão”.
Há um grande interesse dos japoneses por vários setores produtivos, especialmente pelo etanol, para as metas de redução dos índices de poluição no país, dentro da agenda do Protocolo de Kyoto.
O presidente da Coréia, Roh Moo-hyun, considerou que em São Paulo concentra-se a principal economia da América Latina com mais de 30% do PIB brasileiro e que o governador Alckmin tomou várias iniciativas que tornaram o Estado ainda mais atrativo para os investidores estrangeiros. “Assim, empresas coreanas deslocaram suas fábricas para Taubaté e Campinas, reduzindo significativamente o tempo de transporte, sob o ponto de vista logístico”, disse o presidente coreano. Em São Paulo se localizam as principais empresas da Coréia, como LG e Samsung.
Marcas Paulistas – Nos seminários no exterior e reuniões com missões empresariais em visita a São Paulo, o governador Geraldo Alckmin e o secretário João Carlos Meirelles, fazem questão de apontar alguns números que mostram a pujança do Estado:
– São Paulo responde por um terço (US$ 160 bilhões) do PIB do Brasil;
– Um terço das exportações brasileiras, mais de 40% das importações, quase metade do valor gerado pela indústria brasileira de transformação;
– Metade de toda a exportação mundial de suco de laranja;
– Metade das exportações brasileiras de café;
– 70% da produção de açúcar e álcool de cana do Brasil.
O Fórum de Investimentos e Cooperação Empresarial Hispano-Brasileiro que está sendo realizado em São Paulo, com organização do Instituto Espanhol de Comércio Exterior – ICEX, em parceria com a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (APEX-Brasil) é outro esforço do governo paulista para a globalização de sua economia e atração de mais investimentos através de programas de Parcerias Público-Privadas.
Takao Miyagui
