Sabesp é a primeira estatal do Brasil a entrar no novo mercado de ações da Bovespa

Contrato de adesão foi assinado hoje pelo governador na sede da Bolsa de Valores

qua, 24/04/2002 - 13h35 | Do Portal do Governo


A Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) é a primeira empresa estatal do Brasil a entrar no Novo Mercado criado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Também é a primeira empresa listada em Nova Iorque. A informação foi dada nesta quarta-feira, dia 24, pelo governador Geraldo Alckmin durante a cerimônia de assinatura do contrato de adesão que oficializou a entrada da Companhia no Novo Mercado.

O Novo Mercado foi criado para incentivar as empresas a adotar boas práticas de governança corporativa, proporcionando maior transparência nas informações do mercado e valorizando a solidez de suas gestões econômicas admistrativas. Esse segmento da Bovespa pretende reunir um grupo de empresas detentoras de ações ordinárias, as chamadas ON.

Para ingressar, a empresa de capital aberto e com papéis negociados em bolsa, precisa atender algumas exigências. Entre elas, ter no mínimo 25% das ações no mercado.
“Atualmente, a Sabesp só tem 12%. Com a entrada hoje no Novo Mercado ela coloca um lote de ações que completa os 25% exigidos pela Bovespa”, explica o secretário de Energia e Recursos Hídricos, Mauro Arce, que também preside o Programa Estadual de Desestatização (PED).

Outro pré-requisito é a transparência na apresentação dos resultados financeiros, atendendo as normas do mercado internacional.

Atualmente, a Sabesp conta com 12% de seu capital nas mãos de acionistas. De acordo com o regulamento do Novo Mercado, a empresa tem um prazo de até três anos para atingir o patamar de 25% de free float (percentual das ações pulverizadas no mercado). A empresa faz parte da Carteira Teórica da Bovespa desde maio de 2000, representando atualmente 0,718% do índice Bovespa (Ibovespa).

“Nós tivemos a coragem de ser a primeira estatal do Brasil no Novo Mercado com absoluta transparência, com profissionalismo, respeitando os acionistas minoritários, prestando contas para a sociedade e estimulando a participação de seus funcionários”. Ele acredita que esta iniciativa vai abrir caminho para que este novo mercado possa crescer ainda mais.

Alckmin ainda observou que, com tal medida, o governo está assegurando o futuro da empresa, independente de governo. “Nós não queremos que no futuro encontrem a empresa como nós a encontramos”, disse o governador, destacando que a iniciativa de hoje representa um grande passo para fortalecer o capitalismo popular, o mercado de capitais.

“Ontem nós tivemos a aprovação da CPFM que excluiu o mercado de capitais e este é o caminho para as empresas poderem captar recursos sem se endividar, reduzindo custos, gerando emprego e renda da economia brasileira”, disse .

Reflexos para o consumidor

Para o consumidor, a entrada da estatal representa uma garantia de que a empresa está preparada com solidez para continuar seu programa de investimentos, oferecendo cada vez mais um produto de qualidade à casa da população. ‘A Sabesp se consolida como uma empresa com capacidade de investimentos, assegurando 100% de atendimento para a população, ampliando o serviço de saneamento básico e proporcionando melhor qualidade de vida para as pessoas”, analisa o presidente da Sabesp, Ariovaldo Carmignani.

Balanço

A Sabesp está presente em 366 dos 645 municípios paulistas, atendendo um total de 24,6 milhões de pessoas, incluindo Capital e Região Metropolitana. O índice de produtividade da empresa é de 542 ligações de água e esgoto por empregado. Um dos mais elevados entre as empresas de saneamento.

A Sabesp é a maior empresa de saneamento das Américas e conta com um faturamento líquido de R$ 3,4 bilhões e apresenta um dos maiores lucros do País, em torno de R$ 1, 8 bilhão.

Entre 1994 e 2001, a empresa investiu um total de R$ 5,38 bilhões em obras de ampliação dos sistemas de captação e distribuição de água, assentamentos de redes coletoras de esgotos, complementação dos sistemas de esgotos sanitários, com construção de estações de tratamento, inovações tecnológicas e programas para aumento de produtividade.

No período de 2002 a 2006 estão previstos investimentos de mais de R$ 2, 74 bilhões, sendo que R$ 1,7 bilhão já está equacionado.

Valéria Cintra