Polícia Militar recebe mais 313 mulheres na corporação

Governador Geraldo Alckmin participou da formatura de 316 soldados da PM nesta sexta-feira, na Capital, dos quais, apenas três são homens

sex, 25/02/2005 - 15h52 | Do Portal do Governo


O Vale do Anhangabaú foi palco nesta sexta-feira, dia 25, de uma festa de formatura de soldados da Polícia Militar. O que chamou a atenção na cerimônia foi o fato de que 313 dos 316 formandos eram mulheres. Para chegar à PM, elas tiveram de passar pelo processo seletivo mais disputado na história do efetivo feminino: eram mais de 27 mil mulheres concorrendo às 313 vagas, ou seja, mais de 86 candidatas por vaga.

O governador Geraldo Alckmin destacou que, atualmente, a Polícia de São Paulo, entre Militar, Civil e Científica, conta com mais de 18 mil mulheres. Elas representam cerca de 15% do efetivo, que é de 121,7 mil policiais. “Elas trouxeram um enorme ganho de qualidade para a Polícia. Hoje temos mulheres comandando batalhões, na Polícia Civil, tropa de choque, Bombeiros, canil, cavalaria, em todas as áreas. Como acontece em todas as atividades”, ressaltou Alckmin.

Muitas das aprovadas possuem diploma universitário ou até mesmo pós-graduação. Como é o caso da professora do Ensino Médio Vanda Fialho de Arruda. Ela estava se preparando para participar de um concurso para professor. Nesse período, foi aberto o concurso para a Polícia Militar. Saiu de Jales, onde morava, e veio para São Paulo. Prestou concurso, passou e na próxima segunda-feira estará se apresentando no Batalhão, em Barueri.

Vanda conta que cursou Letras porque gostava de inglês. Quando terminou a faculdade, foi para a Inglaterra para se aperfeiçoar e, na volta ao Brasil, fez pós-graduação em Língua Inglesa. “Mas meu sonho era ser policial”, afirma.

História semelhante é a de Susi Patrícia Lopes, que é de Araraquara e vai atuar em Embu. Ela é formada em Direto, com pós-graduação em Direito Tributário. “Minha intenção é fazer mestrado”, diz. A disciplina da carreira militar e a estabilidade no emprego foram o fatores que a levaram à PM. Agora, o desafio, afirma ela, é chegar à Academia do Barro Branco.

O concorrido concurso não foi problema para Suelen Aparecida C. Cardoso, que veio de Pindamonhangaba estudar para ser policial Militar em São Paulo. “Sempre estudei bastante”, conta ela que estava se formando em Magistério e prestou o concurso por incentivo do pai, que também é militar.

O curso

Com duração de 12 meses, o curso de formação da Polícia Militar também não é dos mais fáceis. É dividido em oito meses de teoria (módulo básico) e outros quatro no módulo especializado, com estágio onde as estudantes vão às ruas acompanhar o trabalho de policiais. A carga horária é extensa, com início das atividades às 7 da manhã e término às 17 horas.

Cássia Vianna da Costa teve de estudar para prestar vestibular porque já havia concluído o curso universitário de Propaganda e Marketing há algum tempo. A dedicação não parou por aí e ela se formou como primeira colocada da turma. “Sempre me dediquei e fiz o possível para ser boa aluna”, diz. Ela, que decidiu ter a mesma profissão da irmã, afirma que teve o apoio de toda a família durante o curso.

“É um orgulho paras os pais ter uma filha que se dedica ao trabalho e ao estudo”, elogia Antonio Ferreira da Costa, pai de Cássia. Para ele, ter duas filhas na Polícia Militar também é motivo de comemoração.

Cíntia Cury