Crédito da foto: Luiz Haru / Metrô
O Metrô paulista inicia mais uma frente de escavações dos túneis da Linha 2, até o final deste mês de março. E assim dá um importante passo na execução de uma linha que vai até o bairro do histórico Ipiranga, e mais adiante, ao Sacomã, bairros dos mais carentes em transporte coletivo.
O novo trecho terá 850 metros de extensão: começa na estação Imigrantes, em um ponto estratégico – no meio de uma grande avenida que liga a Santos e todo o litoral paulista. São dois túneis paralelos, que na altura dos 144 metros de extensão, irão se interligar, até se tornarem um único túnel de maior diâmetro, por onde transitará um trem de cada lado.
A obra está sendo escavada pelo sistema construtivo do NATM (New Austrian Tunneling Method), metodologia que permite o trabalho em diversas frentes simultaneamente. Isso está sendo considerado um dos fatores para que a obra avance no prazo determinado: o Metrô espera colocar a linha em operação em março do ano que vem.
Empregando 750 operários, a escavação dos dois túneis foi iniciada em janeiro, na rua Vergueiro, junto ao poço conhecido como Sepaco, em direção à estação Imigrantes. Na saída desses túneis, o metrô deixará de ser subterrâneo. Em via elevada, passará por um viaduto que irá transpor a avenida Ricardo Jafet (início da Rodovia dos Imigrantes). Abaixo, corre o histórico Córrego do Ipiranga. Na outra extremidade do riacho se localizará a estação Imigrantes, antecedendo a estação Chácara Klabin, na Vila Mariana, um dos pontos mais nobres da capital paulista.
O viaduto por onde passará a linha já pode ser visto pelos que circulam nas proximidades, com fundações, pilares e vigas pré-moldadas, lançadas e prontas para receber as placas de concreto, de cobertura de laje. A obra foi erguida com grande velocidade, contando com o apoio de guindastes de grande porte – capazes de erguer estruturas de 30 toneladas, de operação computadorizada, utilizados pela primeira vez em uma obra urbana.
Na construção da estação Imigrantes, o Metrô vai inovar em obras que valorizam o conforto ambiental, além de economizar no consumo de energia. Assim, a estação terá a cobertura do vão central em material translúcido, com aberturas contínuas ao longo de todo seu comprimento, permitindo a entrada de iluminação e ventilação natural.
A plataforma será central, com 10,70 m de largura, terá pórticos de estruturas metálicas, em design arrojado e moderno. O acesso à plataforma será realizado por três escadas rolantes e uma fixa, além do elevador para portadores de necessidades especiais e idosos. Calcula-se que terá um movimento de 4,2 mil passageiros por hora, no “pico”, por meio de duas entradas: uma na rua Professor Oswaldo L. Gomes Cardim (passeio do viaduto Saioá) e outra na rua Engº Guilherme Winter.
Hoje, a Linha 2 interliga a região de Ana Rosa à Vila Madalena e transporta cerca de 290 mil usuários por dia. Com a implantação das três novas estações, prevê-se o acréscimo de 90 mil usuários ao sistema, diariamente, beneficiando cerca de 400 mil moradores da região Sudeste da Capital.
A valorização do Ipiranga
Uma das maiores contribuições da expansão da Linha 2-Verde – que sairá da Estação Ana Rosa, na Vila Mariana, rumo ao bairro do Sacomã, será a inclusão do tradicional bairro do Ipiranga na rota do metrô. Isso vai possibilitar um incremento expressivo no mercado imobiliário da região. A linha vai atravessar também a Chácara Klabin, um local privilegiado junto a bairros próximos ao centro, como Paraíso, Vila Mariana e Aclimação, recheado de condomínios residenciais de alto luxo. Essa estação deve ser de no início, baixo tráfego, mas no futuro será responsável pela transferência de passageiros entre as Linhas 2 e 5.
O Metrô tem sido nos últimos anos o indutor de desenvolvimento de vários bairros paulistas, nas zonas Sul, Leste e Norte, como Jabaquara, Tatuapé, Santana. Agora, os habitantes das regiões Sudeste e Oeste – além do Centro (estação da Luz), aguardam uma grande revitalização dessas áreas, juntamente com a melhoria da qualidade vida.
Takao Miyagui
