IPT: Setor de fertilizantes debate futuro

Lideranças do segmento discutiram pespectivas para os próximos anos

ter, 30/11/2004 - 20h15 | Do Portal do Governo

O Fórum Brasileiro de Fertilizantes – Desafios e Perspectivas, realizado ontem em São Paulo pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), traçou um retrato exato não apenas do setor, como da atividade do agrobusiness no Brasil. Tecnologia e demanda de alimentos no mundo, este o segredo do crescimento do segmento agrícola brasileiro, um negócio portentoso de 120 milhões de toneladas produzidas em 2003, responsável por um terço do PIB Nacional, 43% da balança comercial brasileira, uma receita de U$ 30 bilhões e 17,7 milhões de empregos em 2003. O setor de fertilizantes naturalmente, acompanha esses números de perto, segundo dados apresentados na abertura do evento.

Os debates foram iniciados com a presença do secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Antonio Duarte Nogueira, que representou o governador Geraldo Alckmin, do secretário executivo da Secretaria da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo de São Paulo, Lourival Carmo Mônaco, do representante do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária, Wilson Vaz de Araújo, do diretor-superintendente do IPT, Guilherme Ary Plonski, do presidente da ANDA, Mário Alves Barbosa Neto e do presidente do Conselho Regional de Química, Manlio de Augustinis, que abriram os trabalhos.

O titular da pasta da Agricultura enfatizou a importância do segmento agrícola, como sustentáculo de grande parte do desenvolvimento econômico do País e responsável pelo salto do superávit da balança comercial. “Em quase 15 anos, o Brasil praticamente dobrou sua capacidade de produção, de 55,60 milhões de toneladas para 120 milhões de toneladas de grãos.”

Duarte Nogueira chamou a atenção para o crescimento da produtividade diante do aumento bem menor da área plantada e orientou as lideranças do segmento, atentas às perspectivas de 2005, que olhassem atentamente, também, para os gargalos do setor.

Destacou, por exemplo, que, enquanto o aumento médio dos insumos agrícolas foi de 30%, especialmente dos fertilizantes, as comodities e os produtos agrícolas tiveram uma redução, ponderando a necessidade de se olhar para o quadro de estabilidade que se desenha no mercado. Afiançou, no entanto, que o governo Alkmin e também o IPT, “como entidade de pesquisas centenária, continuarão prestando seu apoio ao setor, no sentido de integrar governo e sociedade”.

O secretário-executivo da pasta da Ciência e Tecnologia, Lourival Mônaco destacou a importância da fomação de mão-de-obra especializada num momento de retomada do setor de fertilizantes e colocou à disposição não apenas a Secretaria de C&T, como os institutos IPEN e IPT, as 108 escolas técnicas para profissionais, as 20 faculdades de tecnologia e as 35 escolas técnicas em todo o estado. “Não haverá progresso do segmento se os recursos humanos e o conhecimento não forem promovidos”, concluiu.

Ary Plonski ressaltou a importância do setor de fertilizantes, “dentro de uma cadeia produtiva essencial para o país, não só pela geração de divisas, mas de renda e trabalho” e o momento emblemático em que se dá a retomada do segmento, de crescimento não apenas da agricultura, como da economia e “em que o país coloca a inovação no topo dessa agenda”.

Wilson Vaz de Araújo mostrou a importância do segmento de fertilizantes, dos insumos e da pesquisa, para a produtividade do setor agrícola, que teria crescido 50% nos últimos anos, segundo suas afirmações, contra 14% de expansão da área plantada.

Solo Fértil

O setor de fertilizantes tem se destacado nos últimos 4 anos por sua boa performance, conseqüência do desempenho positivo do agronegócio. Nos primeiros nove meses deste ano, a produção nacional de produtos intermediários foi de 7.323.644 toneladas, um crescimento de 30% em relação ao mesmo período de 2001 e, em relação às entregas, o resultado foi ainda mais expressivo – 15.728.350 toneladas, 32% maior que 2001.

Embora algumas projeções sinalizem dificuldades para o setor agrícola em 2005, devido à elevação da oferta internacional e conseqüente queda das cotações – principalmente do algodão, da soja, do trigo em grãos e do milho – o que afetará diretamente o segmento de fertilizantes, entidades ligadas ao setor acreditam que há um solo fértil para sua expansão.