Uma nova variedade de soja, mais resistente à doença conhecida como ferrugem da soja, está sendo estudada pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura de São Paulo. O instituto é pioneiro em São Paulo no estudo da doença, que já atinge 12 estados brasileiros.
A ferrugem da soja, também conhecida como ferrugem asiática, é causada por uma espécie de fungo, a Phakopsora Pachyrhizi e chegou ao Brasil, mais especificamente em Minas Gerais, no final da década de 70.
Desde 1998 o IAC vem trabalhando no Programa de Melhoramento da Soja, e no ano passado começou a desenvolver estudos com uma variedade de planta com um grande nível de resistência. ‘Foram encontradas algumas linhagens que apresentaram genótipos mais resistentes e estamos com uma expectativa muito grande para desenvolvê-las’, disse a pesquisadora Margarida Fumiko Ito, diretora do Centro de Fitosanidade do IAC. A previsão é concluir os trabalhos em 2008.
Normalmente a doença se infiltra pelas folhas localizadas nas partes mais baixas da planta, que fica amarelada. A doença faz com que as folhas caiam mais cedo do que o normal, prejudicando o crescimento dos grãos e, conseqüentemente, o rendimento e a qualidade da produção.
A pesquisadora alerta que em São Paulo alguns agricultores perderam mais de 80% de suas safras, prejudicadas pela doença. ‘Se não houver um monitoramento constante os agricultores podem perder toda a produção’.
Treinamento
No final de 2004, o IAC realizou um treinamento em conjunto com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), também vinculada à Secretaria da Agricultura, no pólo regional de Assis, para orientar os produtores sobre os sintomas da ferrugem, o ciclo de vida do fungo e como controlar e manejar a aplicação do fungicida.
Segundo Fumiko, a única forma que existe atualmente para combater a praga é por meio de herbicida, que deve ser aplicado, em média, por 25 dias. “Se aplicar no momento errado, o agricultor pode ter que fazer várias aplicações, o que aumenta os custos de produção”.
Ela explica ainda que a principal forma de disseminação da doença é por meio do vento e da umidade. Temperaturas médias menores que 28º graus centígrados e a irrigação das folhas por mais de 10 horas favorecem a infecção da planta. ‘A doença é muito agressiva e rápida e ataca a soja na fase jovem. A aplicação do fungicida deve ser feita logo nas primeiras folhas que apresentarem lesões’, esclarece a pesquisadora.
A doença vem atingindo nos últimos anos plantações nos estados de Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Maranhão, Goiás, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Tocantins, Rondônia, Bahia, São Paulo e Distrito Federal.
Carlos Prado
Técnica ajuda a identificar a ferrugem Uma técnica simples pode facilitar a vida dos produtores e técnicos que estão monitorando a evolução da ferrugem a campo.
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Fonte: Embrapa soja