Isabel (à frente) e seu marido José são frequentadores assíduos das aulas de ginástica do CRI São Miguel Paulista, Zona Oeste.
Maria Souza cuida de seu diabetes na unidade do CRI da Zona Leste e segue para a sala de aula para alfabetização.
Uma das alunas mais entusiasmadas, Geralda volta às aulas de alfabetização no CRI de São Miguel Paulista, ZL.
Prédio dos Idosos fica em frente à Praça Padre Padre Aleixo Monteiro Mafra, 34, mais conhecida como Praça do Forró.
Segunda-feira, ginástica. Na terça-feira, ioga. Quarta e quinta-feira, alfabetização. E, para terminar a semana de modo bem relaxado, aulas de tai chi chuan na sexta-feira. Esta é a programação da semana de um casal freqüentador do Centro de Referência do Idoso de São Miguel Paulista, Zona Leste de São Paulo. O CRI, como é conhecido, tem suas atividades totalmente voltadas à população da terceira idade. Reúne serviços médicos de ambulatório e atividades sócio-culturais. A exemplo deste, o governador Geraldo Alckmin inaugura nesta quinta-feira, dia 17, o CRI do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo.
Até a criação deste primeiro CRI, em 2001, José Bispo dos Santos, 66 anos, e sua mulher Isabel Bispo dos Santos, 65 anos, tinham pouco o que fazer em seu dia-a-dia, relata o casal. “Foi quando chegou o CRI e mudou completamente nossa vida. Hoje temos as atividades que escolhemos a semana toda”, conta Isabel. Ela diz que até seu ingresso no CRI, onde faz aulas de alfabetização, sentia-se completamente excluída da vida social. “Quem não lê é a mesma coisa de quem não enxerga, e até isso este Centro me deu: a chance de poder ver o mundo com outros olhos”, afirma Isabel.
José seguiu o embalo da mulher. ‘Foi ela quem teve a iniciativa de vir até aqui. Quando me contou sobre os benefícios oferecidos resolvi conferir”, admite ele. Além das atividades sociais, José utiliza a parte médica do Centro, a qual classifica como perfeita para a terceira idade por ter atendimento totalmente especial.
Segundo Cátia Cavalcanti Meneguelli, coordenadora da equipe multiprofissional do CRI de São Miguel, o objetivo da instituição é inserir o pessoal da ‘boa idade’ no âmbito biopsicosocial, ou seja, de uma só vez trazer saúde, convívio social e, como conseqüência, proporcionar melhor saúde mental.
Maria Souza Pinheiro, 73 anos, é colega de classe de Isabel e confirma a teoria da coordenadora do CRI. Viúva há muito tempo, passou a ficar cada vez mais tempo em casa devido à falta de opções em sua região. Soube do CRI e foi em busca de auxílio médico. Diabética ela tem retorno com o médico do Estado a cada três meses, no entanto, duas vezes por semana está lá nas aulas de alfabetização. “Eu já sabia ler um pouco, mas com a idade a cabeça vai ficando fraca e achei a escola uma forma muito gostosa de exercitar o pensamento”, acredita Maria. “Sem contar o monte de amizades feitas aqui dentro que nos levam a outras atividades.”
“Sensacional.” É como define todos os serviços prestados pelo CRI Geralda Vicente de Souza, 73 anos, também colega das aulas de alfabetização. “Esta passou a ser minha segunda família. Mais do que isso, tornou-se uma segunda chance de aproveitar tudo o que a vida nos dá na juventude. Aqui, tudo o que os jovens têm nos é oferecido sem distinção”, alegra-se Geralda.
O CRI de São Miguel Paulista, órgão da Secretaria Estadual da Saúde, está localizado na Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra (mais conhecida como Praça do Forró), número 34. Em 2004 realizou 171.809 atendimentos em especialidades médicas e odontológicas, 70.138 no centro de convivência e 7.721 pessoas atendidas em atividades de Secretarias do Governo.
Fernanda Canto
