O Centro de Estudos Musicais Tom Jobim ganhou diversos instrumentos musicais e equipamentos eletrônicos da Procuradoria Geral do Estado (PGE). A doação refere-se a uma dívida fiscal que uma loja de artigos musicais tinha com o Estado e que foi paga com os aparelhos. A palavra jurídica que define esta forma de quitação é adjudicação.
São 145 itens divididos entre 29 tipos de aparelhos: baterias, microfones, amplificadores, bombardino, contrabaixo e banquetas, entre outros. O principal destaque é o fagote, o primeiro a fazer parte do acervo do Tom Jobim. O valor comercial do lote foi estimado em R$ 76.145,60. O mais caro é o bombardino – instrumento de sopro, orçado em $ 7,1 mil. O fagote, também da família dos sopros, ficou em R$ 4,8 mil. O coordenador pedagógico, Acádio Minczuk, conta que o mesmo é raro e caro. O doado, explica, é simples, considerado modelo de estudante. ‘Um fagote profissional pode custar mais de três vezes o valore deste’, informa Minczuk. Alguns alunos jamais tinham visto um antes.
Para aumentar ainda mais o patrimônio instrumental da escola, Minczuk revela que agora só faltam um oboé (também de sopro) e alguns de percussão para orquestra sinfônica, a exemplo das marimbas. ‘Doações como estas trazem enorme benefício à sociedade, afinal é o dinheiro público recebido em forma de mercadorias, que serão importantes no aprendizado dos nossos alunos.’
Cursos, seleção e matrículas
O Centro Tom Jobim, da Secretaria da Cultura, tem duas unidades na capital, um na Luz, outro no Brooklin. Oferece cursos em todas as áreas: instrumental, arranjos, composições e regência, incluindo música clássica e popular. Atende, nos dois locais, 2,5 mil alunos regulares e outros 500 que freqüentam cursos livres, de curta duração. Dois terços deles estudam na unidade Luz.
Entre os 180 professores, há renomados profissionais do meio musical paulista e brasileiro: Laércio de Freitas, professor de arranjos; Itamar Colasso (baixo elétrico), do Zimbo Trio; Ana Valéria Poles (contrabaixo acústico), da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp); Edmundo Villani (composição erudita), autor de músicas clássicas; e Arrigo Barnabé, compositor popular, aulas de arranjo. Minczuc toca oboé na Osesp.
Estão vinculados ao centro a Orquestra Jazz Sinfônica, Banda Sinfônica do Estado, Orquestra Sinfônica Juvenil, Banda Sinfônica Jovem, Orquestra Tom Jobim e Coro do Estado. A seleção para o Centro Tom Jobim é realizada no mês de janeiro. Este ano, 10 mil inscritos concorreram a 600 vagas dos cursos gratuitos. O aluno paga apenas R$ 20,00 de inscrição para as provas seletivas. Se aprovado, a taxa de matrícula é R$ 35,00. A quantia arrecadada é revertida na compra de instrumentos e equipamentos necessários à escola.
Por Otávio Nunes
Da Agência Imprensa Oficial
