Arsenal da Esperança resgata a dignidade e auto-estima das pessoas

Parcerias firmadas entre o Governo do Estado, empresas privadas e voluntários garantem o sucesso dos trabalhos realizados no Arsenal da Esperança, uma instituição que atende atualmente 1.150 homens. “Aqui não é um abrigo, mas uma casa acolhedora que ajuda as pessoas a resgatar a dignidade e a auto-estima, que, por algum motivo, um dia tiveram seus sonhos destruídos”, comenta Gian Franco Melino, coordenador do local.

O Arsenal da Esperança, localizado no bairro do Brás, região central de São Paulo, existe há nove anos e conta com uma verba mensal da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (Seads). No local também há um Restaurante Bom Prato, que oferece refeições a R$ 1, e o Acessa São Paulo, que tem como objetivo combater a exclusão digital. “O Governo paulista sempre nos ajudou muito. Nunca poderíamos oferecer todos esses serviços sem essa parceria”, afirma Melino.

Antônio Vieira, de 37 anos, teve sua vida transformada depois de conhecer o Arsenal da Esperança. Ele conta que quando chegou de Araraquara para São Paulo foi assaltado. “Como não queria deixar meus pais preocupados, não contei nada do ocorrido. Conheci o Arsenal por acaso e estou até hoje. Aqui minha vida mudou completamente. Cheguei em São Paulo com pouco recurso e atualmente sou auxiliar geral no Restaurante Bom Prato. Também já fiz dois cursos de informática e faço parte de um coral”, comentou orgulhoso.

“Cheguei de Salvador e não conseguia emprego. Não tinha nenhuma esperança nesta cidade até conhecer este local. Aqui é a minha casa”, disse o segurança particular José Roberto Freitas, de 33 anos, que mora no Arsenal da Esperança há 9 meses.

O capixaba Elias Oliveira Nilo, de 31 anos, disse que foi extraditado da Guiana Francesa e veio para cá em uma situação muito ruim. “Estava literalmente no fundo do poço. Cheguei a dormir na rua. Um dia um policial militar me trouxe até aqui. Fui muito bem recebido pelos funcionários. Hoje trabalho em um supermercado e ganho o meu dinheiro”, disse. Ele afirmou que o Programa Acessa São Paulo abriu novos horizontes. “Nunca tinha tocado em um computador. Graças ao programa do Governo paulista pude adquirir conhecimentos básicos de informática. Hoje não fico sozinho. Aproveito as minhas horas vagas para conhecer pessoas. Já até marquei encontro com algumas meninas”, brinca.

O coordenador da unidade local do Acessa São Paulo, Ronaldo Marteleto, de 48 anos, conta que estava desempregado e em péssima situação até conhecer a entidade. “Aqui eu consegui resgatar a minha dignidade. Me interessei muito por informática e hoje sou coordenador do Acessa São Paulo há nove meses.”

Diodionésio Linton, de 67 anos, garçom aposentado, disse que gastou toda a sua poupança quando ficou desempregado. “Tinha uma vida tranqüila, mas tive que usar todas as minhas economias para me manter. Não conseguia emprego de jeito nenhum”, comenta. Linton morou no Arsenal da Esperança até 2001. “Hoje estou aposentado e alugo uma casa aqui perto. Aqui encontrei a minha felicidade e sempre que posso venho rever meus amigos”.

Programas estaduais implantados no Arsenal

Frentes de Trabalho
Trabalham atualmente no Arsenal da Esperança 37 funcionários das Frentes de Trabalho, Programa da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho. Ele foi criado com o objetivo de oferecer ocupação, renda e qualificação às pessoas com mais de 12 meses de desemprego, visando sua reinserção no mercado de trabalho.

Restaurante Bom Prato
Os Restaurantes Bom Prato visam à reintegração do excluído na sociedade, fornecendo em sua rede de restaurantes populares, refeições balanceadas com qualidade, à população de baixa renda. São servidas diariamente cerca de mil refeições no Arsenal da Esperança. Cada refeição custa apenas R$ 1.

Acessa São Paulo
Tem como objetivo a inclusão digital, levando os recursos da informática e da internet à população de baixa renda, estimulando o desenvolvimento humano e social das comunidades.

Arsenal da Esperança

O Arsenal da Esperança é de responsabilidade das Associações Internacionais para o Desenvolvimento (Assindes). A premissa indispensável é considerar o mundo como a nossa casa, e todos os homens, como parte de uma única família. “Todos os nossos projetos são possíveis, graças à presença e ao empenho de pessoas de boa vontade”, comenta o coordenador Gian Franco Melino.

O local conta hoje com 200 voluntários, 120 funcionários e 37 pessoas das Programa estadual Frentes de Trabalho. Entre os voluntários estão: médicos, dentistas, psicólogos, assistentes sociais e bibliotecários.

O Arsenal da Esperança está localizado na rua Doutor Almeida Lima, 900, no Brás, região central de São Paulo. Mais informações sobre o Arsenal da Esperança podem ser obtidas pelo telefone (11) 6694-5444 ou no site www.arsenaldaesperanca.org.br.

Macedo Júnior