O governador Geraldo Alckmin participa nesta terça-feira, dia 15, no Horto Florestal, da cerimônia em que será instituído por decreto o Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade.
O objetivo é conscientizar e mobilizar a sociedade paulista para discussão sobre as mudanças climáticas globais e a necessidade de conservação da diversidade biológica do planeta.
A assinatura do decreto acontece um dia antes da entrada em vigência do Protocolo de Kyoto em todo o mundo. Na opinião do governador, São Paulo pode dar uma importante contribuição nesse sentido, na questão dos combustíveis. Ele lembrou que a emissão de dióxido e monóxido de carbono em grande parte é proveniente de automóveis, ônibus e caminhões e que São Paulo é o maior produtor mundial de álcool combustível, que é uma energia limpa e renovável. “O Brasil é exemplo para o mundo, porque tem 25% de álcool na gasolina e agora temos o carro bicombustível”, afirmou.
Ele também citou o gás natural e a jazida que foi descoberta na Bacia de Santos, com reservas em dobro do que é consumido atualmente no País. “Isso é uma revolução na matriz energética paulista”, disse.
Alckmin afirmou que será possível substituir o óleo combustível em fábricas e indústrias por gás natural e lembrou que atualmente São Paulo tem mais de 300 postos de gás natural veicular.
Ele destacou ainda que mais de 60% da Mata Atlântica preservada no Brasil está em São Paulo. E, como há muitas florestas, o carbono pode ser convertido em commodities, o que explica a presença, por exemplo, na Bovespa e na Bolsa de Mercadorias e Futuros.
O governador ressaltou ainda que os países que mais poluem são os EUA, China e Índia, que utilizam carvão mineral. Os EUA não assinaram o Protocolo de Kyoto e a Índia e a China, embora tenham assinado, não têm a obrigação de cumprirem as metas porque são países em desenvolvimento. As metas estabelecem a redução de 5,2% na emissão de carbono na atmosfera até 2012 em relação ao ano de 1990. Essa redução se aplica aos países industrializados. Atualmente a emissão é de 7 bilhões de toneladas por ano no mundo.
Segundo o governador, essa emissão de carbono, óxido nitroso e demais substâncias provocam o efeito estufa e traz conseqüências para os portos, citricultura, cafeicultura, chuvas torrenciais, entre outros graves problemas.
“O que São Paulo quer é fazer uma interlocução com o Governo Federal, sociedade civil e a iniciativa privada para nos anteciparmos neste termo, que é a questão ambiental”, informou Alckmin.
Cobertura vegetal pode virar moeda em negociação ambiental
Cíntia Cury / MJ