Alckmin recebe visita do presidente do BNDES

Banco disponibiliza R$ 110 milhões para o pequeno empreendedor paulista

sex, 30/07/2004 - 20h17 | Do Portal do Governo


A liberação de recursos para linhas de crédito aos pequenos empreendedores, a construção do ferroanel e o apoio ao Arranjos Produtivos Localizados (APLs) foram alguns dos assuntos discutidos nesta sexta-feira, dia 30, durante encontro do governador Geraldo Alckmin e o presidente do BNDES, Carlos Lessa, no Palácio dos Bandeirantes.

O BNDES está disponibilizando ao Estado R$ 110 milhões para as linhas de crédito da Nossa Caixa. “Nossa proposta é pisar no acelerador dos pequenos empreendedores, integrando com a rede do Banco do Povo, que está em 335 municípios, ter mais financiamento e alavancar mais fortemente os arranjos produtivos locais”, explicou o governador.

De acordo com Lessa, além do interesse em reforçar o programa de microcrédito outra idéia é a Nossa Caixa operar com o BNDES um cartão rotativo. “É uma modalidade de crédito para pequena empresa, muito ágil e de custo muito baixo.” Ele enfatizou que o banco quer fortalecer as operações da Nossa Caixa para a pequena empresa. “Esse é hoje um dos temas de maior importância, quer para a questão do emprego, quer para a questão do equilíbrio social, quer para evitar a excessiva concentração urbano-metropolitana”, destacou Lessa.

Alckmin afirmou que não irá privatizar a Nossa Caixa, mas que o banco público continuará abrindo o capital para ser o agente financeiro do pequeno empreendedor. “Esse casamento do BNDES com a Nossa Caixa é fundamental para fazer chegar esse crédito em condições mais favoráveis a eles. A Nossa Caixa é um grande instrumento para o desenvolvimento de São Paulo”, garantiu o governador. Lessa acrescentou que a Nossa Caixa é “nosso interlocutor, esperamos que multipliquem nossas linhas de interação.”

Arranjos produtivos

Alckmin apresentou ao presidente do BNDES alguns exemplos de desenvolvimento do Estado como os Arranjos Produtivos Localizados (APLs) ou Arranjos Produtivos Organizados (APOs) – clusters. O governador falou sobre as boas experiências nos setores do calçado, têxtil e jóias. Disse ainda que São Paulo está licitando outros 32 arranjos produtivos e firmando um financiamento com o BID, no valor de US$ 10 milhões, com contrapartida de US$ 10 milhões do Sebrae.

Ferroanel

A construção do Ferroanel foi apontada como mais uma das preocupações do presidente do banco. Ele enfatizou que uma das saídas para o Brasil ampliar suas exportações é investir no sistema ferroviário.

Alckmin lembrou que, embora, o Ferroanel seja de responsabilidade do Governo federal, foi criado um grupo de trabalho, com participação do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria dos Transportes, e afirmou: “queremos também a delegação para poder avançar mais na questão do Ferroanel. Ele é urgente.”

O governador disse que o transporte de carga está crescendo a cada dia no Estado. Segundo ele, o transporte de carga sobre trilhos subiu para 20% apenas no Porto de Santos, há cinco anos era 4%.

Alckmin está prevendo fazer o Ferroanel – Asa Sul, junto com o trecho Sul do Rodoanel, na mesma desapropriação, um ao lado do outro. O trecho Sul do Rodoanel é o próximo a ser construído pelo Estado. Ele terá 53 quilômetros de extensão, interligará o Trecho Oeste às rodovias Anchieta e Imigrantes, facilitando a movimentação de cargas ao Porto de Santos e a distribuição da produção dos municípios do Grande ABCD.

“Daremos um grande impulso ao modal ferroviário e à chegada ao Porto. Essa também é a prioridade do BNDES”, disse o governador.

“São Paulo tem o maior Porto do Brasil, mas a verdade é que ele está vivendo uma situação de estrangulamento atroz”, declarou Lessa. A obra custará US$ 125 milhões, e deve ser feita com recursos privados.

Lilian Santos