SP e Microsoft lançam programas de tecnologia na educação

Professores e alunos da rede estadual terão e-mail grátis

ter, 14/10/2008 - 20h05 | Do Portal do Governo

O Governo do Estado de São Paulo e a Microsoft firmaram nesta terça-feira, 14, parceria para promover a educação pública com apoio da tecnologia da informação. O acordo, assinado com a presença do governador José Serra e o presidente mundial da Microsoft, Steve Ballmer, prevê que todos os alunos e professores de escolas estaduais, do ensino básico e técnicas, passarão a ter e-mail gratuito e acesso a novas tecnologias digitais e a informações sobre educação e internet. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Governador: Queria dar meu bom dia, ou boa tarde, a todos e a todas. Cumprimentar o Steve Ballmer, presidente da Microsoft mundial. Nosso vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Alberto Goldman. Maria Helena, secretária de Estado da Educação. Sidney Beraldo, secretário de Estado da Gestão Pública. Michael Levi, presidente da Microsoft Brasil.

Está aqui também o deputado Said Murad, deputado estadual. O Fábio Bonini, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação, FDE. Laura Laganá, superintendente do Centro Paula Souza.

Diretores, professoras, professores, alunos do Centro Paula Souza, professores e professoras da rede estadual de ensino. Colaboradores da Microsoft.

Bem, é um motivo de muita satisfação, hoje, para nós a assinatura desses termos de cooperação e o desenvolvimento dessa parceria com a Microsoft. É uma parceria que se desdobra tanto na área da Secretaria da Educação, da educação do ensino fundamental e do ensino médio, quanto na área da educação técnica e tecnológica, por meio do braço do governo que atua nesta área, que é o Centro Paula Souza.

Portanto, vamos dar, aqui, mais um passo na direção da consolidação de uma política que já vem sendo adotada há alguns anos no sentido de ampliar o acesso e a utilização da informática nos nossos sistemas de ensino.

O Steve Ballmer falava da economia do conhecimento. Na verdade, a economia do conhecimento não dispensa a economia da produção. Nós vamos continuar sempre nos alimentando, precisando de automóveis, investimentos de infra-estrutura. Mas a economia do conhecimento traz duas vantagens.

Em primeiro lugar, ela amplia a produtividade, na economia não do conhecimento, digamos assim. A ponto de se confundir com essas próprias economias da produção.

Em segundo lugar, ela amplia as possibilidades, as disponibilidades de bens, de produtos e serviços ao alcance das pessoas. Uma série de bens que hoje são consumidos não existia antes do desenvolvimento desta economia do conhecimento. Basta nos referirmos a isso à internet e o que ela proporciona, não apenas do ponto de vista produtivo, mas também de lazer e de consumo.

Eu sou daqueles que acreditam que a finalidade de educação não é apenas servir ao processo de desenvolvimento, mas é também permitir o acesso a um bem que, em si, tem valor. A pessoa que conhece é uma pessoa que, realmente, pode ser mais livre. Conhecimento e liberdade são dois critérios que caminham juntos.

Portanto, este é o nosso enfoque no Governo de São Paulo, e estamos trabalhando nessa direção. Apesar de todas as outras prioridades que nós temos e também são difíceis de serem executadas. Não só o Acessa Escola, que se ampliou bastante, mas como também a qualidade do ensino, que é o nosso grande desafio.

Esta cooperação, como foi dito aqui, em termos de volume de pessoas que ficarão nela envolvidas, é a maior do mundo, já feita, porque perfaz quase seis milhões de pessoas. Jovens, na sua grande maioria. Alunos que farão, integrarão agora a rede de comunicação institucional. Terão os seus e-mails e mais do que os e-mails, esta comunicação institucional, este intercâmbio, esta aproximação que envolve não apenas alunos, como professores e pesquisadores.

E, no caso da Paula Souza, o aprofundamento dos programas que ela já tem de formação de profissionais na área de informática e de aprofundamento nos conhecimentos de informática para aqueles que não são profissionais de informática dentro dos cursos da Paula Souza e dos seus professores.

Portanto, há também essa dupla dimensão. É uma parceria que nós acolhemos com muita satisfação, com muito orgulho.

Se fôssemos medir do ponto de vista tangível, financeiro, que não é o único benefício que vem com essa parceria, nós estaríamos economizando, no Estado, cerca de 11 milhões no Centro Paula Souza, e cerca de 25 milhões na Secretaria da Educação. Mas o benefício não está dado apenas por essas economias, embora elas sejam significativas.

Na área da educação, nós praticamente adotamos a banda larga em todas as escolas do Estado. Neste momento, o governo federal tem um plano de introdução da banda larga nas escolas. No caso de São Paulo, este é um programa redundante, porque nós já temos – tanto no Estado, quanto na Capital. Embora tenha gente que acha que vai introduzir banda larga na Capital quando, na verdade, já existe.

Fizemos propostas ao governo federal no sentido da utilização dos recursos que ele despenderá nesse programa da banda larga para aperfeiçoar o sistema já existente em São Paulo.

Aproveitando que as companhias vão empregar recursos disso, as concessionárias de telecomunicações.

Ao mesmo tempo, estamos ampliando um programa, Steve, chamado Acessa São Paulo em todo o Estado. Esse Acessa São Paulo, hoje, está presente em quantos municípios, Ciro? Em mais de 400 dos 600 e tantos municípios do Estado, e estará presente em todos até o final do nosso mandato. São salas de acesso gratuito para pessoas de todas as idades nas cidades do Interior, em outras instalações públicas como, por exemplo, o Poupatempo. Poupatempo é o saving time, é um método de organização do fornecimento de documentos que centraliza – chegamos a ter 250 serviços num único local – e só é possível pela informática. Esse é um exemplo típico do aumento de produtividade na área pública graças ao instrumento da informática.

Além do mais, esse Acessa São Paulo tem um desdobramento nas escolas. Nós estamos reforçando esse programa com a contratação de monitores, que são alunos do segundo grau que receberão remuneração em torno de um salário mínimo para tomarem conta dessas salas. Estamos também terceirizando a manutenção dos equipamentos e dessas salas para evitar o problema tradicional: às vezes, substituir a telha de um telhado na área pública demora meses, pelas vias do setor público, do governo tradicional.

Portanto, já estamos muito interessados nessa ampliação, nesse aprofundamento. E um programa como esse vai ajudar bastante. Eu acho que os alunos vão gostar muito – os professores e professoras – de ter o seu e-mail institucional. Vai facilitar muito a comunicação entre eles e a comunicação da Secretaria e do Centro Paula Souza com a sua rede docente e discente. E de alunos também.

É um passo largo que nós estamos dando no dia de hoje. Portanto, este dia e este evento merece, da nossa parte, uma comemoração.

Muito obrigado à Microsoft pela parceria e às Secretarias da Educação e de Desenvolvimento, nas pessoas da Maria Helena e do Alberto Goldman, pela capacidade de operacionalizar esta parceria. Este entendimento pelo benefício da economia do conhecimento no Estado que, apesar dos seus problemas, é o mais desenvolvido do Brasil.

Muito obrigado.