Serra lança o Parque Várzeas do Tietê

São Paulo, 20 de julho de 2009

seg, 20/07/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o prefeito, Gilberto Kassab, nosso grande parceiro de todas as ações do Governo do Estado aqui na região; a Dilma (Pena), secretária (de Estado) de Saneamento e Energia. Queria saudar os deputados estaduais através do Rodolfo Costa e Silva, que nos falou; os prefeitos de Biritiba Mirim, Poá, Caieiras, Mogi das Cruzes, Suzano, Salesópolis, Guarulhos; os vereadores de São Paulo, através do vereador Adolfo Quintas. Queria cumprimentar também os secretários da Capital, através do Eduardo Jorge, que nos falou aqui, secretário do Verde e Meio Ambiente; os subprefeitos da capital, através do Eduardo (Camargo Afonso), que é o sub de Ermelino Matarazzo. Queria também cumprimentar o Gesner (Oliveira), presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo); os vice-prefeitos, os vereadores, os presidentes e representantes de associações e ONGs, lideranças comunitárias… Enfim, a todos e a todas.

Hoje é um dia histórico. O Eduardo Jorge lembrou bem que, na verdade, isto nasceu nos anos (19)70, ainda no Governo Paulo Egydio (Martins), e a partir daí ficou uma ideia apenas no ar. Nós tivemos condições agora, depois de muitas ações que o Governo do Estado realizou na calha do (rio) Tietê, na limpeza de esgotos – pelo menos no âmbito da cidade de São Paulo – que vão para o Tietê. Enfim, (depois de) outras ações prévias, e muito caras, tivemos condição agora de dar início à consolidação do que já tem e construção deste parque linear. O maior parque linear do mundo, com 75 km (de extensão), vai servir para regular as enchentes.

A distância média de ocupação, com relação às margens do rio (Tietê), vai ser de 200 metros, (com distância) mínima de 50 (metros). Nós vamos reassentar 3.100 famílias na primeira etapa, que irão para novas moradias, para poder preservar todas as margens. Vamos fazer 77 campos de futebol, 129 quadras poliesportivas, 33 equipamentos de lazer com esporte, cultura e turismo ao longo do Tietê. Vamos ter uma estrada no parque que, quando estiver pronta, em 2016, vai ter 230 km (de extensão), junto com uma ciclovia. Essa ciclovia, já na primeira etapa, vai ter quase 23 km (de extensão). E quem vai estreá-la, naturalmente, é o Eduardo Jorge que, cada vez que eu vejo, vem com uma roupa mais apropriada para esses encontros, vai sempre inovando. É um batalhador pela ciclovia. E nós já vamos ter 23 km até o ano que vem. Portanto, é uma obra grande.

Do ponto de vista de custos, é (uma obra) cara. São cerca de 1bilhão e 700 milhões (de reais). Na primeira etapa vai consumir uns 400 milhões do Governo do Estado, dinheiro diretamente do Tesouro e empréstimo para o Governo do Estado do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). É muito importante a gente ter presente que, quando é empréstimo, o encargo é do Governo do Estado. Porque virou moda no Brasil considerar gasto o banco que empresta. É como se a Casas Bahia, ao financiar uma geladeira, estivesse dando a geladeira. Não está dando (a geladeira), quem vai pagar é a pessoa (cliente). Portanto, nesta primeira etapa vai ser tudo isso e (mais) compensações ambientais.

Nós vamos plantar aqui sessenta e três mil árvores como compensação pela nova Marginal (do Tietê). Isso aí vem de graça, não faz parte do investimento – ou melhor, faz parte, mas é recurso que está vindo de outra origem e vai permanentemente ser uma área de compensações. Toda vez que a gente tiver compensação para fazer, esse parque vai ser um candidato principal a recebê-las. E isso é recurso que vem de fora, como investimentos também que podem ser feitos. É uma nova forma de financiamento graças ao amadurecimento da consciência ambiental e aperfeiçoamento da legislação a esse respeito.

Nós fizemos uma coisa aqui inusitada. Estamos amarrando oito Municípios nessa obra, incluindo o Município da capital e toda esta região da Grande São Paulo. E nós temos, realmente… eu não diria que salvar, porque o Tietê está salvo… mas nós temos que reanimá-lo agora. Temos que, inclusive, avançar na questão do despejo de esgotos no Tietê, especialmente – o prefeito está aqui, é oportuno que se diga – na cidade de Guarulhos, que bota todo, todo, todo o seu esgoto no rio. E isto é um impasse, um problema que está sendo encaminhado agora, que está num bom caminho – e nós esperamos que possa ter sucesso.

Queremos fazer isso com cada cidade. Quer dizer: o que é que vai para o rio de cada cidade, sem ser esgoto tratado? A natureza é generosa. Mas mesmo assim me surpreende chegar no interior de São Paulo e ver o pessoal pescando no Tietê, ou às vezes nadando no Tietê, que é um rio super poluído aqui (na Capital) e que chega lá já limpo pela própria natureza – essa é que é a verdade. Não é só pelo avanço que tem se feito aqui na região da Grande São Paulo, mas a própria natureza vai fazendo a limpeza.

Então, nós temos que estar concentrados realmente na Região Metropolitana de São Paulo. Estamos investindo com a Sabesp, porque tudo isso é meio ambiente. Em geral, o pessoal pensa que meio ambiente é fumaça e verde. Mas não é não. É fumaça, é verde e é saneamento. É esgoto – esgoto recolhido e esgoto tratado. Esse (o esgoto) é, talvez, o componente mais letal da poluição, porque incide diretamente na mortalidade infantil. A Sabesp está investindo nestes quatro anos cerca de 6 bilhões (de reais), um esforço imenso de investimento. E nós, inclusive, desencavamos um problema que era histórico, que é a relação com o Município de São Paulo, que só foi possível porque tem um governador e um prefeito se entendendo perfeitamente. Quer dizer: finalmente assinamos um contrato, a Sabesp com o Município, rompendo o impasse. Bom para o Município, porque vai receber mais recursos, inclusive para o programa do Córrego Limpo; bom para a Sabesp, porque passa a ter segurança institucional, coisa que a valoriza como empresa. Uma empresa profissionalizada, eficiente, competitiva, inclusive fora do Estado de São Paulo. Nós herdamos boa parte dessa empresa arrumada, mas conseguimos agora turbinar os investimentos que vão duplicar os investimentos feitos no quadriênio anterior.

Portanto, estamos dando hoje um passo imenso. Não é um passo que rende votos imediatamente. Porque nós estamos olhando para o futuro. É uma coisa do futuro. Quando a gente está no Governo, precisamos ter um certo estrabismo patriótico, que é ter um olho no futuro e um olho no presente – não ter apenas os dois no presente. Governo não é feito para ganhar eleição, Governo é feito para governar, melhorar o presente e preparar o futuro.

Eu queria aqui me congratular com todos nós que estamos aqui nesta data histórica. Em 2016 ainda vamos estar, mas daqui a algumas décadas só vão estar alguns, sem querer ser pessimista – e (eles) vão poder contar o que aconteceu no dia de hoje.

Muito obrigado!