Serra discursa na entrega da 1ª fase do Parque Leopoldina

Espaço de 260 mil m2 será destinado ao uso recreativo, esportivo, educativo e de contemplação ambiental

qui, 07/01/2010 - 15h24 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Este parque é um parque, eu diria, já preparado. Aqui ainda há muitas construções da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo). Uma parte delas vai ser usada para o parque, para a área de administração, e até – eu não sei se vai ser possível, mas seria o ideal – para a construção de uma Escola Técnica, de uma ETEC, porque vai ser feita aqui uma ETEC relacionada com o Meio Ambiente. ETEC é uma escola de nível médio, para a garotada de 15 a 16, 17, 18,19 anos, que vai funcionar aqui dentro do parque.

Mas ainda tem edificações da Sabesp, que está promovendo a sua mudança gradualmente. Mas houve condições já para abrir o parque. Posteriormente, a outra área importante a ser aberta será a da Usina de Compostagem, que implica na solução de várias questões de equipamento e sociais, em função dos catadores de papel que lá funcionam. Mas a área total vai ser o dobro, ou mais do dobro do Parque da Aclimação – para que se tenha uma idéia de que é um parque grande. A gente vê, quando anda de helicóptero, uma mancha verde grande lá pelo lado da Vila Mariana, porque a Aclimação é ao lado. Portanto, esta é uma área que é o dobro – vão ser 260 mil metros quadrados, porque a área da Usina de Compostagem são 55 mil metros, e a área da Sabesp 205 mil metros. Portanto, são 260 mil.

O que é que a Sabesp ia fazer com o terreno? Ia vender. Porque a Sabesp é uma S/A (Sociedade Anônima), tem participação, tem abertura na Bolsa, até em Nova Iorque – então ela ia vender. Ora, e quem ia comprar ia fazer o quê aqui? Imóveis, é obvio. Ninguém ia comprar para manter uma área verde. É um preço que poderia chegar aos 130 milhões de reais. Mas nós decidimos – por isso a cooperação do Gesner (de Oliveira, presidente da Sabesp) foi fundamental – não fazer essa venda, e transferir a área para a Prefeitura (de São Paulo) fazer este parque.

Houve também operação de engenharia financeira, na medida em que a Sabesp ocupa imóveis da Prefeitura – na Ponte Pequena, não é isso? Então houve um acerto de contas, e esses imóveis vão ser transferidos para a propriedade da Sabesp, enquanto aqui passa (para a Prefeitura de São Paulo) a área do parque. Não é uma conta muito exata, mas essa diferença, na verdade, representa o esforço que a gente está fazendo para proporcionar este parque a mais para a cidade. Nós agora temos… 27 a mais, parques para utilizar. Não é parque em que chega lá, em uma área verde, bota uma pedra e contabiliza na campanha eleitoral, como se fez no passado. É parque para funcionar, parque para abrigar.

Portanto, é uma área fantástica. Aqui vai se fazer muita coisa, do ponto de vista de atividades, inclusive. Estruturas esportivas existentes vão ser liberadas, vão ser revitalizadas. Nova pista de caminhada, estações de ginástica e playground. Numa segunda fase, a ampliação do paisagismo, plantio de espécies amazônicas, a criação de um jardim – eu gostei da expressão – de um jardim sensitivo, com plantas aromáticas e comestíveis. Eu não sei de quem foi a ideia, mas é bastante sugestiva – vai funcionar junto à área de lazer da terceira idade. Para não falar também de uma pista de bicicleta, que vai ser feita em toda a extensão do parque.

Na terceira fase teremos também um setor de esportes radicais, com equipamentos para escalada, skate, patins e 11 quadras poliesportivas. Isso não é brincadeira. Vocês imaginam que área de verde e de lazer importante que a Vila Leopoldina agora ganha, e que área importante para homenagear o Orlando Villas-Bôas, com quem eu também tive uma certa convivência quando fui ministro da Saúde. Porque o Orlando Villas-Bôas trabalhava com a Faculdade Paulista de Medicina, e nós fizemos um programa importante de Saúde, o Ministério e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo): a Faculdade de Medicina na Amazônia. O Orlando está ligado ao Parque do Xingu e nós fizemos muitas ações médicas – inclusive até mutirões de catarata nessa região. E me lembro, até hoje, de mais de uma reunião lá na Faculdade Paulista. Eu vim como ministro da Saúde para essa coordenação, para essa articulação – ou seja: ele continuava até os seus últimos anos de vida muito ligado à causa que envolveu a sua vida inteira. Nada mais justo que esta homenagem. Porque, além do mais, o parque vai receber acervo do Orlando, da sua memória – que é algo que deverá ser muito bem instalado, muito bem cuidado aqui.

Portanto, é uma associação legítima, conveniente e bastante oportuna, até porque a família (Villas-Bôas) também continua morando aqui na região. Ele nasce muito bem, o parque. E eu tenho certeza que no futuro vai ser algo muito importante e característico da nossa cidade. O (prefeito de São Paulo, Gilberto) Kassab tem em mãos uma outra possibilidade de parque que vale ouro, que é a área do aeroporto do Campo de Marte. Eu, quando fui para a Prefeitura, me convenci – antes eu não pensava assim – de que o aeroporto tem que continuar lá, tem que ter esse aeroporto, não tem como fechar o aeroporto do Campo de Marte, pelo volume de tráfego que ele absorve e que não teria opção. Só que o campo mesmo, a aviação, os hangares, etc., ocupam uma área pequena daquela região. Lá deve ter uns 500, 600 mil metros quadrados de verde, de área que não é utilizada. A Prefeitura ganhou na Justiça, finalmente, no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Aquela área é nossa – não do Governo do Estado, mas nossa dos paulistas e dos paulistanos. E lá dá para fazer um parque incrível, que eu imagino que vocês já estejam voltados para isso, porque não é tão longe – em termos de acesso viário – e que vai também enriquecer o verde e o lazer na Zona Norte de São Paulo. E esta é uma oportunidade grande que se tem de se dar um salto imenso, porque pode ser um parque, inclusive, maior do que este.

Bem, no mais queria me congratular com a Prefeitura, porque, de fato, esse parque é fruto da vontade da Prefeitura. Nós ajudamos, mas é a Prefeitura, realmente, que tocou a coisa para frente, que vai administrar e que vai fazê-lo se transformar em uma realidade tão gostosa para a cidade de São Paulo. Meus parabéns ao Kassab, aos seus secretários e subprefeitos por mais esta iniciativa na área ambiental. Temos trabalhado com uma parceria muito grande – Estado e Prefeitura – e este parque simboliza muito bem essa parceria.

Muito obrigado!