Queda histórica do nível da mortalidade infantil

Discurso aconteceu na quinta-feira, 9, na unidade Casa de Maria do Hospital Geral de Itaim Paulista

seg, 13/08/2007 - 12h42 | Do Portal do Governo

A mortalidade infantil no Estado de São Paulo atingiu o menor nível da história. A notícia foi divulgada na quinta-feira, 9, pelo governador José Serra na unidade Casa de Maria do Hospital Geral de Itaim Paulista, zona leste da Capital, referência para o país em parto humanizado.

Boa tarde a todos e a todas. Queria saudar, além dos nossos secretários, a irmã Rosane Ghedin, presidente da Casa de Saúde Santa Marcelina; a Felícia Reicher Madeira, diretora executiva da Fundação Seade, que faz esse trabalho de indicadores sociais de São Paulo; o diretor do Hospital do Itaim Paulista, Carlos Alberto Panegua Ferreira; a irmã Monique Marthe Bourget, diretora técnica da Casa de Saúde Santa Marcelina; os subprefeitos do Itaim e de Ermelino Matarazzo, Diógenes Sandim Martins e Eduardo Camargo Afonso; o corpo clínico, colaboradores, representantes de associações e entidades de classe.

Vim hoje aqui, com muita satisfação, a esse hospital que funciona tão bem. As irmãs marcelinas são as nossas principais parceiras na área da saúde, tanto do município da Capital quanto do Estado. Conseguem promover um atendimento muito eficiente do ponto-de-vista da saúde e bastante humanitário do ponto-de-vista das pessoas.

Estamos aqui também numa casa de parto, que faz um tipo de atendimento especial para gestantes quando há necessidade médica, isso se providencia imediatamente.

O avanço no indicador da mortalidade infantil é significativo para todo o Brasil. Eu quero dizer que, na minha época no Ministério da Saúde, nós conseguimos acelerar essa queda, principalmente através do Programa de Saúde da Família, da disseminação em todo o Brasil e, principalmente, na região do Nordeste. Além das obras de saneamento básico, que foram vitais, que nós desenvolvemos por meio do Projeto Alvorada de Saneamento, que não veio para São Paulo. Foi para as regiões mais pobres do Brasil, naquela época. Além do programa de ampliação do atendimento do parto e, inclusive, das UTIs neonatais feitas também por nós em todo o Brasil.

Em São Paulo, a queda foi muito acentuada. São Paulo tem um problema diferente de outras regiões, por exemplo, em relação ao Nordeste, onde o papel do saneamento é menor; e é mais importante, para efeito da redução dos índices de mortalidade, o atendimento pré-natal, o parto propriamente dito e o atendimento pós-natal ao longo do primeiro ano. É um problema de foco: quanto mais desenvolvida uma região, mais as questões se deslocam para essa faixa, embora, como disse o Barradas, o saneamento tenha tido a sua importância, principalmente nos municípios mais pobres, onde não havia nada e o governo desenvolveu o programa Água Limpa.

Agora, é expressiva, realmente, a queda da mortalidade infantil. Se a gente toma 1995 como base, no caso de São Paulo, ela caiu praticamente à metade. Era 24 e tanto, e hoje é de 13, 28; 13,3. É expressiva essa queda. É quase a metade. Como o índice mostrava, são quase 9 mil crianças que vivem hoje, e não viveriam sob condições de 1995. E aqui o esforço foi muito expressivo, no atendimento hospitalar, como disse o Barradas, 19 novos hospitais; ampliação da UTI pós-natal; da UTI para as crianças, neonatal; a assistência aos municípios, a capacitação de recursos humanos para a área, a disseminação do programa de saúde da família no Estado.

Enfim, houve um conjunto de fatores que convergiram para esse resultado excelente, e a gente vê que o avanço continuou, inclusive na década atual, de 2000 para cá, prosseguiu do ano passado para este.

Nós, inclusive, tínhamos convidado, mas não pôde vir, porque tinha uma aula, o governador Alckmin. O prefeito Kassab – porque a Prefeitura do Município é sócia também nesse empreendimento da redução da mortalidade infantil –  também tinha outra agenda, pois apenas ontem nós confirmamos este evento. Mas para registrar que se trata de um evento amplo ao longo do tempo e também do ponto de vista geográfico.

Nós devemos muito também ao trabalho dos municípios, e mesmo naqueles onde a mortalidade é mais alta, pelos dados que o Barradas apresentou, tem havido queda. Trata-se apenas, ou principalmente, e não só apenas, de acelerar essas ações para que a gente vá conseguindo reduzir ainda mais a média, porque toda média encobre gente que está abaixo e gente que está acima. Agora temos que atuar bastante naqueles que estão acima, porque isso forçará a média do Estado para baixo.

Meus parabéns à ação de todo o pessoal da saúde ao longo desses anos todos, e incluindo também as nossas parceiras, no caso aqui as irmãs marcelinas, que tanto têm ajudado a melhora da saúde no Estado de São Paulo.

Aliás, este hospital é um exemplo que deu certo em matéria de organizações sociais. Eu lembro quando foi feito, foi um dos primeiros do governo Collor, se é que não foi o primeiro, que teve uma organização social por trás e que deu muito certo, quando a gente vê – até pelo ponto de vista físico – que é uma coisa bem feita e que funciona.

Nós vamos fazer muito mais coisas para diante. As irmãs aceitaram uma missão ousada, que foi o caso da Cidade Tiradentes não apenas tocar o hospital, mas também toda a rede de postos de saúde. Isso é uma inovação que eu tenho certeza vai dar certo, é uma idéia que vinha desde a minha época na prefeitura e que o Gilberto Kassab tocou para diante. Com isso, a gente conseguiria integrar melhor todo o sistema, atendimento primário, atendimento secundário e atendimento terciário, porque a saúde necessita disso para ser mais efetiva.

Muito obrigado, um abraço a todos e a todas.