José Serra discursa na inauguração do AME de Bauru

Governador José Serra: Bem, queria dar meu boa tarde a todos e a todas. A Faculdade de Medicina da UNESP (Universidade Estadual Paulista) é a organização social que vai tocar […]

qui, 28/01/2010 - 18h20 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Bem, queria dar meu boa tarde a todos e a todas. A Faculdade de Medicina da UNESP (Universidade Estadual Paulista) é a organização social que vai tocar este AME (Ambulatório Médico de Especialidades). Esta forma de organização social tem dado muito certo em São Paulo. Tão certo que o Governo Federal copiou, que outros Estados estão copiando, e gente de todos os partidos – com o PT à frente, nas administrações estaduais e municipais – está fazendo um modelo parecido ao modelo paulista das organizações sociais.

Este AME aqui vai ter 14 especialidades, vai fazer cerca de 15 mil consultas por mês, mais de 35 mil exames. Eu queria enfatizar a importância do exame – não é só consulta, é exame – exame de imagem, exame laboratorial, com rapidez. Quem faz a agenda? Os Municípios. A Prefeitura manda para o AME, as Prefeituras da região mandam para o AME. A capacidade do AME é atender uma população de 600 mil pessoas. São 180 mil consultas por ano – isso mais ou menos corresponde a umas 600 mil pessoas. Sem falar dos exames, que são 370, 380 mil por ano.

Portanto, é uma unidade de Saúde para funcionar. Nós não estamos fazendo só aqui não, do ponto de vista da região. Nós vamos ter um AME em Avaré, em Botucatu, em Promissão – e com isso a região vai ficar bem coberta. Aqui (em Bauru) nós estadualizamos um hospital, que foi o Manoel de Abreu. E estamos investindo no Centrinho (Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo). A primeira vez em que eu estive no Centrinho foi no Governo (Franco) Montoro, na primeira metade dos (anos 19)80, que nós canalizamos recursos para cá. Depois, cruzei com o Centrinho no Ministério da Saúde. Demos um apoio enorme, inclusive o implante coclear (colocação de dispositivo eletrônico de alta tecnologia para permitir a audição em pessoas com deficiência auditiva). Até hoje eu encontro gente que escuta graças àquilo que nós fizemos na época do Ministério, incluindo no SUS (Sistema Único de Saúde) esse procedimento.

E agora o Estado investe 28 milhões de reais. Grosso modo, se somarmos os diversos procedimentos, praticamente duplica a capacidade do Centrinho. Alguns casos mais do que duplicam, outros menos – na média, duplica. Um tipo de ação que não é só para São Paulo. É um tipo de ação para o Brasil, porque acho que dois terços, por aí, é atendimento para gente de fora. Sem falar do treinamento, do funcionamento do Centrinho, na prática, fora de São Paulo. Onde é que tem uma unidade? Tem em Campo Grande, Salvador e Recife. Quer dizer: a tecnologia do Centrinho, aquilo que ele sabe fazer, levado para outros Estados.

Mas, aqui em Bauru, uma cidade importante, tem muito equipamento, muita coisa na área da Saúde. Mas a pressão continua sempre. Na Saúde a demanda cresce sempre na frente da oferta. A gente expande, cresce mais. Quando é uma cidade grande como Bauru, Ribeirão (Preto), Campinas, o pessoal vem das outras cidades também – então tem sempre uma pressão nesse sentido. Se fosse para atender só quem mora em Bauru, se fosse só para atender quem mora em Ribeirão… mas evidentemente isso é impossível, como é impossível na cidade de São Paulo, e tudo mais. Os atendimentos são sempre regionais e, no caso do nosso Estado, interestaduais. E não tem jeito, a gente tem que atender mesmo.

O (Instituto) Dante Pazzanese (de Cardiologia), que é um grande hospital do cardíaco, atende gente dos outros Estados. O Hospital Pio XII, de Barretos, de câncer, que é um orgulho para a gente, é um hospital do SUS, filantrópico, atende 40, 50% de pessoas de outros Estados, inclusive de Rondônia – que eu tenho impressão de que todo mundo se trata aqui. Para onde você vai você vê atendimento para Rondônia. E é a nossa obrigação. Aí não tem jeito, e a gente tem muita satisfação de fazer isso.

Aqui em Bauru, nós temos nesta região, saltando para outras áreas, um programa amplo de estradas vicinais, de recuperação. São, só no caso de vicinais, 270 milhões de reais. São 830 quilômetros de vicinais que a gente está refazendo. E o prefeito (Rodrigo Agostinho, de Bauru) falou bem: temos uma obra urbana aqui, que é na avenida Nações Unidas Norte. O Estado não costuma investir em obras urbanas, mas esta tinha que fazer porque ela é uma ligação para a (rodovia) Bauru-Marília, que também nós vamos completar, que era uma grande demanda aqui. E (também temos aqui) uma FATEC, que logo nós vamos inaugurar sua ampliação, uma Faculdade de Tecnologia. Nós estamos duplicando o volume delas em São Paulo, das Faculdades de Tecnologia, como estamos aumentando duas vezes e meia os alunos de Escolas Técnicas em São Paulo. Estamos dando uma mudança quantitativa que é qualitativa no Estado – e Bauru é um dos centros escolhidos para isso.

Nós vamos fazer também aqui na região um hospital da Rede (de Reabilitação) Lucy Montoro. Vai ser em Jaú. É de reabilitação para pessoas que tenham tido derrame, problemas de nascimento, acidentes. Tem 10% da população de São Paulo, mais de quatro milhões de pessoas, com problemas de mobilidade, algum tipo de deficiência. Então, nós criamos uma rede homenageando a dona Lucy Montoro, que fez muito quando foi a primeira dama do Estado (no Governo Franco Montoro). Já temos alguns hospitais, um pronto, vários em andamento, e a região vai estar contemplada com um deles. E eu queria viu, prefeito, não sei se vocês já fizeram isso, se fizeram não está aqui quem falou… cada Prefeitura devia organizar uma secretaria, uma coordenadoria, ou dependendo do tamanho ter uma pessoa que seja para tratar de deficiente físico. Acessibilidade, encaminhamento para tratamento para reabilitação, isso é de fato muito importante. Eu imagino que o AME aqui terá também fisioterapia. Como todos têm, esse terá também.

Portanto, é muito grato para mim vir aqui no dia de hoje. Eu vinha antes de ontem, que foi o dia do maior temporal – olha que não é pouco. Nesse período de maior chuva da história de São Paulo, antes de ontem foi o pior dia. E nós já estávamos na pista em Congonhas. Congonhas estava uma sanfona – abre, fecha, abre, fecha. Olhando aquela nuvem negra na frente, não tinha escapatória, o avião ia ter que entrar naquilo, o piloto preferiu desistir. Honestamente, eu concordei. Eu concordei porque já tenho terror de avião, de voar – eu gosto de andar pelo chão. Eu vôo o tempo inteiro – agora, quando o piloto está preocupado, não há hipótese de eu procurar induzir. Liguei naquele dia para o Pedro (Tobias, deputado estadual), e liguei para o prefeito, o Rodrigo, para os dois – não foram assessores, não. Eu mesmo liguei de dentro do avião, dizendo: olha, não está dando. Então vocês me desculpem, realmente foi por causa disso. Agora, vamos voltar aqui ainda, ainda temos muita coisa.

O prefeito esteve ontem lá em São Paulo, na reunião – eu não fui, porque eu tinha outra coisa – de organização da Virada Cultural. Já fizemos aqui no ano passado, e vamos fazer neste ano. Essa foi uma experiência que eu comecei na Capital de São Paulo, pela Prefeitura, e que pegou. São milhões de pessoas em atividades artísticas, culturais, em um dia, em uma noite – e agora vamos ter em Bauru, e vamos ter em todo o interior, com estímulo do Estado. Já vínhamos fazendo ao longo dos últimos anos, fazendo cada vez melhor e, se eu puder, eu sempre vou a alguns lugares, eu venho a Bauru à noite. Se o tempo também favorecer, porque no dia da Virada costuma chover também. Mas, se puder, eu vou vir também.

Queria, portanto, deixar o meu abraço a todo mundo, e nossa disponibilidade. Contem com a gente, contem conosco, para o nosso trabalho e para o trabalho de vocês. Vamos trabalhar juntos, disso é que se trata. Estamos todos trabalhando juntos: o Governo, os parlamentares, como é o caso do Pedro (Tobias) aqui, e outros que muito cooperam conosco na Assembléia Legislativa (do Estado de São Paulo), embora façam valer sempre suas posições. Melhoram… eu diria que em 90% das vezes os projetos do Governo lá são melhorados. E algum ou outro dá problema – mas no atacado o apoio é muito grande. E a parceria com os prefeitos, independentemente de cor da camisa partidária.

Muito obrigado!